Capítulo 6 - Chantagem

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João

Depois daquele dia, confesso que me senti diferente depois que... Eu decidi finalmente me aceitar, mas ainda teria uma passo a mais... Que seria me assumir para as pessoas próximas de mim, como os meus amigos, o Bento, minha tia e o cara que é o meu grande parceiro e quase um pai pra mim, que é o Marcelo.

Alguns dias depois, eu estava sozinho no quarto, não estava me sentindo bem, eu tinha ficado gripado depois de ter pegado chuva na volta pra casa, Bento entra no quarto e mede a minha temperatura, suponho que é um favor que a tia havia pedido a ele.

— E aí? Cof, Cof. Eu tô pelando muito? — pergunto com voz de cansaço.

— Pior que você tá mano... Trinta e nove por sete. Olha, eu vou pegar a sua comida lá embaixo e depois disso eu te acompanho até o chuveiro pra você tomar. — disse ele seguindo em direção a porta.

— Eu vi esse sorrisinho no seu rosto hein? Pensa que eu não reparei. — falo e logo em seguida começo a tossir.

Um tempo depois, ele volta com uma bandeja, que tinha um misto quente acompanhado de um suco de laranja, e do lado os remédios que eu precisava tomar.

— Esse aqui é o que vai te ajudar a passar da gripe, e esse aqui você deixa do lado da sua cama e toma de oito em oito horas. — explica ele.

— Tá bom gay. — molho os lábios enquanto eu olhava para o sanduíche. — Agora deixa eu comer em paz, qualquer coisa eu te chamo. — digo pegando o pão e lascando uma bela mordida.

— Não pense que sou seu escravo em? Eu já tô indo pra escola. — disse ele, se preparando para as retirar, mas eu o pego pelo pulso, o fazendo parar.

— Preciso te contar uma coisa... — começo.

— João, eu tô atrasado. — disse ele um pouco impaciente.

— Como... Como eu faço pra contar pra Poli que eu sou bi? E se ela não me aceitar? — pergunto com um certo receio.

— João... A Poli vai te entender, confia em mim. — disse ele levando uma das mãos ao meu ombro.

— Sabe... Você sabe a minha história com o meu pai né? Ele batia na minha mãe e em mim, era uma pessoa extremamente tóxica e abusiva. E com isso eu revi os fatos e pensei, os tempos mudam não é? Eu não moro mais com ele pra ter medo e entre outras coisas. Eu tenho amigos maravilhosos, como você, Poli, Luigi, Kessya.

— Principalmente o Eric. — disse ele sorrindo enquanto me olhava.

— Principalmente o Eric... Aaaah! — grito enquanto caia com a cabeça no travesseiro. — Como é foda viver a vida, ainda mais gostar de alguém.

— Confesso que nesse pouco tempo o Eric me fez feliz sim, mas tipo... Vocês dois tem cara de que facilmente ficariam juntos.

— Você acha?

— Sim. Olha, vocês podem pegar um ônibus e ir até ao parque do paraíso, aquele festival de flores que a tia Ruth levou a gente ano passo lembra?

— Pois é macho... Como é que eu vou nesse estado? — pergunto me referindo pelo fato de eu ainda estar doente. — Sem contar que acontece uma vez por ano na primavera.

— Por isso mesmo. Olha. — disse ele me dando um panfleto sobre o festival. — Tem alguns ônibus que vão passar em alguns dos horários dos festivais. Olha tudo direitinho e dá um toque no Eric.

Eu fico surpreso que, o Bento tá me ajudando a decidir aonde eu vou levar o meu crush... Incrível.

— Bom... Eu já vou indo que eu já tô atrasado. Qualquer coisa fala comigo. — disse ele se retirando do quarto.

𝐁𝐨𝐲𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝𝐬 | 𝐉𝐨𝐞𝐫𝐢𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora