Capítulo 5

85 11 0
                                    

5

Uma carruagem parou em frente à casa dos Miller. O cocheiro desceu fazendo a gentileza de abrir a porta do coche , logo em seguida uma linda jovem desceu, estava irradiante por estar naquele lugar e respirar aquele ar puro. Sentiu-se em casa. Foi até a porta principal e deu duas batidas com a mão. A governanta abriu a porta.

-Senhorita Paola! –Disse-a, surpresa com sua chegada.

-Josefa! –Exclamou a moça com um sorriso no rosto.

Logo a recém-chegada caminhou para a sala de visitas, se alojou com sua bagagem trazida pelo cocheiro e Josefa. Arremessou-se na cadeira, mostrando estar cansada da longa viagem que fizera durante horas dentro da carruagem.

-Onde estão todos? -Perguntou Paola ansiosa e olhava ao redor.

-Estão descansando, vou avisá-los que a senhorita chegou.

-Faça isso Josefa.

Todos desceram para recepcioná-la, menos Ornella que permaneceu em seu quarto, não tinha a menor vontade de descer e falar com sua prima. Horacio foi o primeiro a lhe dar um abraço. Ele adorava a sua prima. Ela tinha a mesma afinidade por ele.

-Como vai primo?

-Melhor agora com a sua chegada.

Ele sorriu e logo Paola o devolveu outro sorriso estreito, porém de coração.

-Vovó! -Abraçou a velha.

-Minha Paola! - Retribuiu o abraço. -Pensei que não viria mais.

-Eu venho todos os anos, não deixaria de visitá-la. – Beijou a testa de sua avó outra vez.

Foi falar com seu tio.

-Tio Matias. -Beijou a sua mão.

-Como vai minha querida?

-Vou bem. -Sorriu.

Depois que falou com todos na casa, ela deu por falta de uma pessoa. O seu indicador alcançou os seus lábios.

-Ornella, onde está?

-Em seu quarto. -Respondeu Horacio.

Em instantes, Paola subiu as escadas e atravessou o quarto de Ornella como um foguete. Entrou sem se identificar, queria fazer uma surpresa para a prima. Ornella se sentou na cama e continuou séria.

-Não foi falar comigo, mas eu vim falar com você. -A beijou no rosto. Após aproximá-la.

-Como vai Paola?

-Um pouco cansada, a viagem foi fadigosa, mas nada que um bom banho não possa resolver.

Dentro de alguns minutos, Paola tomara seu banho devagar, sentindo-se outra. Parecia que tirara uma tonelada de suas costas, se sentia leve como uma pena. Colocou um vestido ornamentado. Mesmo estando em casa, ela se arrumava como se fosse sair na rua. Era muito vaidosa, e gostava de tudo do bom e do melhor. Assim que saiu de seu quarto, foi falar com seu primo na sala, o segurou pelo braço e o conduziu até a cadeira, onde ficaram sentados, próximos um do outro.

-Pois então, me conte as novidades? -Perguntou a jovem impaciente.

-O que queres saber?

-Tens aprontado muito?

-Estou devagar.

-E os bailes?

-Freqüento alguns.

-Terá que me levar em um.

-A levarei onde quiser.

-E Ornella, ainda não arrumou um pretendente?

-Ornella escolhe demais.

-Vai acabar sozinha.

-E você? Tem alguém em mente?

-Estou passando pela fase da procura. Ainda não me surgiu alguém interessante. – Ela acrescentou. -Surgiu sim... Alguém, mas era comprometido.

Horacio beijou carinhosamente a mão de sua prima. -Não se preocupe você é uma mulher muito bonita e inteligente. Encontrará bons pretendentes.

-É verdade. - Concordou com o primo, afinal, ela se achava o máximo. -Mas isso não me vem ao caso agora. Estou pensando em me divertir.

Sorriu sapecamente e Horacio imediatamente decifrou o código desse sorriso.

-Encontrou a companhia certa.

Horacio tinha qualidades parecidas com as de sua prima, por isso se davam tão bem e faziam confidências um ao outro, desde pequenos eram assim, viviam pelos cantos, longe de todos e de tudo. Ornella sempre ficara de lado, por ser diferente e nunca ter se dado bem com sua prima, preferia evitá-la sempre.

Ornella (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora