VII. As Coisas Bonitas

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Eu gosto de escrever coisas bonitas. Mesmo que não façam sentido nenhum. A beleza das palavras é tão importante quanto o significado delas. Se eu achar bonita uma árvore, eu vou escrever sobre essa árvore. Eu gosto de imaginar que há anjos brincando nas nuvens, sorridentes, livres das preocupações e dores humanas. Meu corpo está enfraquecendo. Eu espero que as dores em minhas costas sejam asas nascendo.

Sunoo é sempre paciente. Eu sempre pergunto se estou falando muito rápido ou muito devagar, e ele sempre responde que está tudo bem, com aquele sorriso reconfortante.

O Senhor Han, atual CEO da empresa de meu pai, veio me visitar. Nunca tivemos assuntos em comum, além das ações e de meu pai. Ele parecia visivelmente triste, sempre achei a maioria das pessoas do meio corporativo fingidos, mas eu conseguia ver as lágrimas se formando atrás daqueles óculos arredondados. Nossa conversa foi breve, ele apenas queria saber como eu estava, e para concluir, ele perguntou sobre as ações. Eu respondi que resolveria isso no meu testamento.

Todos agem como se esses fossem os meus últimos dias.

Eu apenas preciso de mais alguns dias, mais algumas páginas e apenas um único momento com Sunoo.

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