Capítulo 31.

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Savannah narrando.

– Não é possível... E-eu não acredito... – Me sento na cadeira do consultório, inconformada com o que acabo de escutar.

– C-como é possível..? – Josh, ao meu lado, parece estar tanto em choque quanto eu. O médico a nossa frente dá algum tipo de risada. – Deve haver algum engano, tem como conferir se são mesmo os exames dela?

– Olha, senhor, não há um engano. Os exames estão certos. Sua mulher está grávida. E está completando 10 sema... – Ele continua falando mas minha mente sai dali.

Tudo começa a girar e então volto para aquele dia. Fiquei tão apavorada que me esqueci de tomar o anticoncepcional como sempre fazia...  Eu havia, parcialmente, esquecido como era sentir aquilo novamente e, com tudo o que houve depois, com a situação do Josh ter espancado meu tio e tudo mais... Me esqueci totalmente que tinha que tomar métodos contraceptivos.

Sinto as lágrimas caírem sobre meu rosto. Não percebi porque meu ciclo menstrual sempre foi meio falhado. Descia um mês e era normal se nos próximos dois ou três meses não descesse. Mas não era apenas uma normalidade da minha menstruação falha. Era uma gravidez. Não consigo segurar o choro e desabo ali mesmo.

Uma vida está sendo gerada dentro de mim. Por isso engordei. Por isso o mal estar. Por isso os enjôos. Eu estou grávida.

›uma hora antes‹

Estou passando mal faz uns dias, então Josh resolveu me levar para fazer alguns exames. Só alguns enjôos vêm as vezes, mas ele é super preocupado com essas questões de saúde e fez questão de me levar para fazer uma consulta.

Acabei de fazer o exame de sangue e o de urina, vamos esperar cerca de uma hora para pegar os resultados e já vamos apresentar pro médico.

›agora‹

– Amor? Ei, querida? – Josh me cutuca e eu me distraio de meus pensamentos em meio às minhas lágrimas. Ele me abraça forte e então choro mais ainda.

– F-foi aquele dia, Josh... Quando você o e-espancou... Foi lá. – Sussurro para ele e sinto seu corpo estremecer. Ou enfurecer. Acredito que se enfureceu.

– Eu devia tê-lo matado! – É, se enfureceu. – Isso não pode ser assim... Você pode registrar um boletim de ocorrência.. Você pode abortar se quiser, foi um estupro! – Ele sussurrou mas eu pude ouvir a raiva gritar em sua voz.

Acontece que não... Não posso fazer isso. Tudo bem, eu faço um boletim de ocorrência, mas não posso matar esse bebê. Ele não tem culpa. É uma vida.

Eu consigo fazer isso. Consigo ter essa gravidez. Eu consigo. Vou fazer tudo para que as memórias ruins que a concepção dele me traz não me façam querer castigá-lo por isso.

– Não... Não vou abortar. Eu vou ter esse bebê. E vou tentar fazer com que o momento em que ele foi concebido não interfira na vida dele. Se quando ele nascer, eu ver que não vou conseguir criá-lo, vou dá-lo a uma família que vai amá-lo e garantir que ele tenha uma vida boa, porque ele não merece nada de ruim. – Sussurro entre soluços, me escondendo em Josh. Ele suspira e aperta o abraço.

– Então nós não vamos abortar. Nós vamos ter esse bebê. Nós vamos amá-lo e tentar fazer com que a forma de sua concepção se torne algo irrelevante nas nossas vidas com ele. Se quando ele nascer e nós virmos que não iremos conseguir dar a ele o amor que ele merece, nós vamos atrás de uma família para ele. – Suas palavras me fazem desabar mais aínda. E mais uma vez, Josh está sendo a melhor pessoa que já entrou na minha vida. Sinto sua mão tocar minha barriga e um sorriso mínimo surge em meu rosto.

Trust Me, Let Me Be Your Savior || 𝓫𝓮𝓪𝓾𝓿𝓪𝓷𝓷𝓪𝓱Onde histórias criam vida. Descubra agora