24. The Last of Them

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Sou eu mais uma vez...

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Reino de Stony Stream, Europa. 1797.

[Karina Brandman's Point of View]:

Ri desacreditada, quando tudo começou a encaixar-se como um quebra-cabeça em minha mente. Ezreal estar no Castelo era uma informação confidencial, seria coincidência demais os rebeldes adivinharem isso.

Então, sem dúvidas, o pior de tudo foi perceber que esse tempo todo o traidor esteve ao meu lado. 

Porém, algo me chamou a atenção. Naquela noite, uma das serviçais era uma garota que aparentava ter mais ou menos a minha idade. Eu já havia a visto antes... Suas roupas marrons, denunciavam o tecido barato. Seus cabelos loiros estavam trançados e seus olhos eram azuis intensos. [N/A Capítulo 1]

- Você sabe ler? - Perguntei ao olhar para o livro em sua mão. Era estranho um criado alfabetizado, ainda mais como aquele com uma linguagem tão complexa sobre a História dos Reis de Stony Stream.

- Um pouco, Vossa Alteza - A garota respondeu - Se me permite, irei me retirar. Novamente, me perdoe por incomodá-la, Princesa - Pediu, passando por mim para sair.

Aquela garota estava me intrigava, ela fugia dos padrões que estavam descritos em livros. Além disso, eu tinha a sensação de já a ter visto antes.

Eu me sentia solitária a maior parte do tempo, passar algum momento com alguém da minha idade que possuía interesses em livros como eu, era diferente. Erin não era do tipo de princesa apaixonada por literatura... Pensei um pouco sobre o assunto, desde que ninguém soubesse não existiria problemas.

- Espera - Pedi - Fique e me faça companhia. [N/A Capítulo 5]

Claro que eu já havia visto o rosto da garota antes... Seu cabelo era curto, mas eu não tinha dúvidas. Após a morte do meu irmão, recordo-me do seu rosto estampado nos cartazes de procurados do Reino como uma das suspeitas. 

Esse tempo todo, ela esteve bem de baixo do nosso nariz e ninguém a reconheceu. Seus traços estavam mais maduros e seus cabelos maiores, mas a sua cicatriz na sobrancelha era a mesma.

- Idiota, idiota, idiota! - Batia em minha própria testa me praguejando. Aquilo tudo era culpa minha.

- Princesa Karina, graças aos deuses, você está bem - Um dos guardas disse - Eu preciso te levar para um lugar seguro. Por favor, venha comigo.

- Onde está meus pais e a princesa Erin? - Perguntei preocupada.

- Nós não a encontramos, Vossa Alteza - Ele respondeu - E seus pais estão na sala real, já mandamos soldados para avisar sobre o ataque - Precisamos sair daqui antes que a encontrem!

Segui o homem que possuía apenas um arco e flecha em mãos pelo enorme corredor. Pelo caminho havia diversos corpos no chão, tanto deles quanto nossos. Eu sentia a vontade de vomitar na boca do estômago. Nunca havia visto tantos corpos mortos antes e o cheiro de sangue era insuportável.

- Reiner! - O soldado disse ao ver seu companheiro caído - Você está bem?

- Eu estou com uma flecha dentro de mim, idiota - Ele respondeu - Salve a Princesa, eles estão fugindo!

- Onde estão meus pais? - Perguntei desesperada.

- Sinto muito, Vossa Alteza - O homem disse. Sem pensar muito, corri até a entrada da sala real a minha frente.

- É melhor não entrar, Princesa – O guarda disse me alçando, ficando em minha frente - Você pode ver coisas desagradáveis aí dentro.

- Eu preciso ver meus pais! - Falei desesperada com o choro preso na garganta. O homem me olhou com pena, antes de concordar com a cabeça e sair da minha frente.

A enorme porta estava entreaberta. A medida que me aproximava podia ver o mar de sangue e os corpos espalhados sem vida pelo chão. O primeiro que reconheci foi o Ezreal, em volta de sua cabeça havia uma poça gigantesca de sangue.

- Nós fizemos de tudo para tentar salvá-la, Princesa. Eu sinto muito - Um dos poucos guardas que sobraram disse. 

Então eu a vi. O corpo da minha mãe estava caído no chão com flechas a perfurando. Meus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Princesa, acho melhor não seguir por aí - Outro soldado alertou - A cena não é das melhores - Aconselhava, me olhando com pena.

Apenas ignorei o seu aviso, caminhando pelo chão, sujando completamente a barra do meu vestido de sangue. 

Levei as mãos até a boca ao ver a cabeça decapitada do meu pai e seu corpo caído ao lado. Tentei controlar, porém a vontade de vomitar veio com tudo.

Inclinei meu corpo para frente vomitando diversas vezes seguidas.

- Eles estão tentando fugir pelo leste! - Um dos homens informou ao fundo - O que nós faremos, Vossa Alteza?

Limpei minha boca, assim como as lágrimas que caíam dos meus olhos. Naquele momento, eu experimentava um sentimento novo. Ódio.

Eu iria me vingar.

Eu iria matar até o último deles. 

Principalmente ela.

- Matem todos! - Ordenei, ajeitando minha postura.

- Sim, Vossa Alteza! - Os soldados disseram correndo para a saída do Castelo em que os rebeldes tentavam sair das muralhas e escapar pela floresta.

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[Mackenzie Coyle's Point of View]:

- MAX! - Ouvimos Lauren gritar desesperada, chamando nossa atenção. De repente o corpo da ruiva caiu no chão com uma flecha em seu peito.

- NÃO! - Berrei ao perceber do que se tratava. Imediatamente, meus olhos encheram-se de lágrimas.

- Precisamos sair daqui rápido! - Um dos homens dizia desesperado ao se aproximar - Eles estão chegando!

- Nós cuidamos das costas de vocês! - A equipe 8 e 10 disseram, correndo em direção ao Palácio e atirando flechas nos soldados inimigos para que pudêssemos fugir.

- Max, por favor, aguenta! - Lauren suplicava de joelhos ao seu lado.

- Quando vamos treinar arco e flechas juntas, só eu e você? - Max perguntou quase sem forças olhando para Lauren. Ao redor do seu corpo formava-se uma poça enorme de sangue.

- Quando sairmos daqui, eu prometo. Então, por favor, não morre! - Lauren pedia, chorando.

Max fechou seus olhos sorrindo fraco, completamente sem forças.

- Nós temos que parar o sangramento ou ela não irá sobreviver! - Tiffany dizia desesperada - Ajudem a levá-la, não podemos a deixar aqui!

- Por favor, Max, aguenta firme - Lauren implorava, encostando sua cabeça no ombro da garota.

Dois soldados aproximaram-se levantando Max, apoiando-a em seus ombros para levá-la até os cavalos que estavam dentro da floresta. Assim, chegariam mais rápido ao acampamento para tentar salvá-la.

- Lauren, precisamos ir - Tiffany disse tocando o ombro da garota gentilmente - Ela ficará bem.

- Você sabe que a Max é durona - Falei, sorrindo para ela.

- Precisamos sair daqui - Robert anunciou - Depressa!

Olhei para trás uma última vez. De longe, soldados de ambos os lados batalhavam pelas suas vidas, manchando o enorme jardim do Palácio com sangue. A partir dali, eu sabia que essas cenas seriam comuns. Vencemos a primeira batalha, porém aquele era o começo de uma nova guerra.

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E aí, a Max morre ou não? Vamos fazer democracia.

Até a próxima.

Reign [Paper Girls - Kajemac Fanfic]Onde histórias criam vida. Descubra agora