Em algum lugar em meio uma floresta é mostrado um homem, todo trajado no preto, em sua moleira repousava uma enorme cartola também na cor preta, o desconhecido fumaçando um enorme charuto, o qual possivelmente foi fabricado a partir de ervas que crescem nas matas desse enorme e vasto país, de uma fauna imensurável. Após alguns tragos, o sujeito relaxando em sua fumaça deixa escapar as palavras.

- O garoto pelo qual tanto esperamos está se aproximando, dentro de meia hora ele estará aqui, murmura o bruxo negro.
Thecke Netto segue sua interminável caminhada, em companhia do seu grande amigo Tauro e de Bob o pet do garoto da vila. A jornada era longa, o sol mais ardente que uma fogueira queimava o lombo dos garotos, os pés do mais pesado, estavam estourados em calos. Os corpos dos viventes ansiavam por água e uma pequena pausa para descanso.
- Vamos parar Thecke! Eu não aguento mais andar tanto, e não estamos chegando à lugar algum, sem contar que já estamos fragilizados e podemos ser presa fácil para qualquer aberração. – Ele enxuga o suor que corria em sua face.
- Deixe de ser medroso e fraco, eu ainda consigo lutar em bom nível com qualquer um que apareça! – Fechando as mãos e demostrando bravura o garoto segue inabalável.
Depois de andar mais alguns minutos, os bravos aventureiros se aproximam das margens de um belo rio. Suas águas eram límpidas e cristalinas, de uma forma bela que seria possível até vermos a fauna aquática.
- Thecke vamos para aqui, eu estou morrendo de sede e meu pé ainda está doendo muito. – Ofegante e demasiadamente cansado, dizia o garoto da vila.
- Eu vou parar mas só por cinco minutos, preciso encontrar o caminho para voltar para casa e vê o vovô novamente. – Abrindo um sorriso, respondia o jovem herói.
- Será que ele conseguirá mesmo derrotar aqueles caras?- Indagou o gordinho.
- Lógico que sim! O vovó vai ganhar, ele tem ganhar! - banhado em confiança continua o menino das matas. – Ele prometeu que sempre estará ao meu lado e ele nunca mente.
Seguindo as margens do rio, os amigos continuam sua trajetória, trajetória essa que não tinha fim, não tinha destino algum, a única coisa bela que tinha em meio a isso tudo era aquela costa semelhante à uma praia, que mais parecia um paraíso artificial. Eis que longe avista-se um humilde casebre muito parecido com o qual Thecke Netto mora, porém em um local diferente.
- Ei Tauro vamos nos aproximar daquela casa, quem sabe eles não tenham comida para nos dá!
- Não seja idiota, não devemos nem pensar em chega perto daquela residência, nem sabemos quem mora ali, vai que seja algum mal feitor. – Mal o gordinho fecha a boca e o magrinho já estava partindo em disparada sentido a modesta casa.
Frente a frente com o casebre assim se encontrava o jovem herói.
- Oh de casa! Tem alguém aí? Ei! Apareça! Eu tou morrendo de fome!
Balançando a cabeça com sinal de contradição, assim estava Tauro. “nossa! Como ele é burro, eu sinto o cheiro de mais um problema”. Esse era os pensamentos do amigo. De repente a porta se abre e uma humilde velhinha sai em direção ao garoto. A senhora era o retirado de uma pessoa muito pobre, porém muito hospitaleira. Não demorou muito tempo, e ela logo oferece algo para o garoto comer.
- Tome aqui esse pãozinho, aproveite e chame o seu amiguinho também, que eu tenho mais um, e faço questão que vocês comam. – Estendendo a mão para o garoto ela completa as palavras. – Vocês me parecem muito cansados e suponho que estejam famintos.
Após se deliciar com o pão caseiro oferecido pela anciã, o jovem herói pergunta a mesma.
- Como eu faço para chegar no vilarejo de Sementes?
- Desculpa meu querido, mas eu nunca nem ouvir falar nesse lugar.- encaixando seu olhar no olhar esperançoso do garoto, ela pergunta. – Mas o que dois garotinhos fazem sozinhos por aqui?
- Agente tava fugindo de uns cara mau que usavam roupas pretas, e sem querer acabamos parando por aqui, agora não temos noção de como retornar. – Ele abaixa a cabeça deprimido pela situação.
- Vou lhes da apenas um concelho! – Fala a senhora que continua com o seu olhar fixo nos garotos. – Não tentem voltar para lá, não agora, apenas sigam o seu destino, sem olhar para trás, pois a vida lhes reversa muitas coisas.
Após ouvir as sábias palavras da mulher, e mais alguns minutos de prosa, os garotos seguem seu rumo. Caminhando loucamente e sem interrupções alguma, eles finalmente alcançam uma pista, o asfalto preto e bastante quente, refletia o terrível calor do meio dia.
- Thecke! – brada Tauro. – Vamos tentar descolar uma carona, dessa forma chegaremos mais rápido à algum lugar.
- Mas o que é uma carona? – pergunta o menino das matas.
- Em que mundo você vive? Para nem saber o que é uma carona! – Eis que sons agudos de buzinas ferem os ouvidos dos garotos.
- Que bicho é esse? Como ele grita estranho! Eu vou tacar a porrada nele! – falava Thecke Netto fechando as mãos.
- Não faça isso imbecil! Você não está vendo que são automóveis! – Resposta dada pelo gordinho.
- Au-to-mó-veis? – Responde o amigo pausadamente.
- Sim! Iguais aquele que o mercador Geraldo tem, entendeu?
- Entendi! – concorda Netto balançando a cabeça. – Já que esses automóveis são deles, devem ser comparsas do maldito! Agora que eu vou atacar mesmo.
- Como é burro! Esses carros não são dele, foi só uma comparação! – Deferindo essas palavras ele impede o amigo de avançar com o golpe.
Um dia repleto de caminhada se vai, e quase no fim da tarde, depois de uma interminável pedir carona, um caminhão decide parar para os garotos. O carro era bastante velho e destruído pelo mau uso, sua fumaça poluía todo o meio ambiente, em sua carroceria, forrada por uma lona de couro, guardava uma mercadoria, a qual não temos nenhum conhecimento do que se trata.
- Estão indo para onde! – Pergunta o motorista!
- Nós vamos para a cidade – Responde Tauro sem pensar mais em nada.
- subam! – De forma grosseira ele completa – também estou indo para lá.
O dia vai e a noite vem, e os garotos continuam seu percurso, dessa vez na traseira de um caminhão. No raiar do dia, aquele transporte adentrava no centro urbano, com os dois garotos sentado sobre suas mercadorias, cortando vento e com largos sorrisos em suas faces. O caminhoneiro então para seu carro em um posto de combustível e ordena que os meninos descesse, que a carona terminava naquele local.
Mais alguns passos são percorridos e os garotos mostravam-se em êxtase com todo aquele cenário, aquilo era demais, até mesmo para Tauro, tanta gente circulando ao mesmo tempo, uns iam trabalhar, outros estudar, alguns passeavam, uma parte praticava caminhada, e os demais eram consumidores, curiosos, negociantes, enfim todo tipo de gente. Os carros produzidos em diversos modelos e cores, cortavam as ruas em um trânsito mortal, que até para poder atravessar a rua, era preciso interferência dos sinais de trânsitos e dos guardas que ali estavam. Os arranha-céus perdiam-se de vista, alguns todo produzido de vidros, outros revestidos a cerâmicas, muitos só de cimento mesmo, em uma colônia, formavam uma imensurável floresta de pedra. Lojas de todos os tipos, e com qualquer produto que pudéssemos imaginar, é possível encontrar nesse local.
- Saia da frente seu miserável! – Dizia um motorista após Thecke por o pé na rodovia!
- Você quer morrer infeliz – Gritava outro de lá.
- Tenha cuidado Thecke, isso aqui não é a mata não. – Dizia o amigo puxando o companheiro pelo braço.
Nossos garotos seguem agora em meio a multidão, eles mais uma vez já estavam famintos, e ficavam mais atiçados ainda com o forte cheiro de comida que vinha dos restaurantes. É nesse distrair dos garotos que Tauro acaba esbarrando em quatro adolescentes de cara marrenta, eles vinham caminhando em direção aos meninos e no colidir despenca uma garrafa, que um deles portava.
- Qual foi o gorducho? Pega a visão pivete! E vê por onde anda porra! Não vê que derrubou a minha bebida.
- Disse um dos rebeldes.
- Desculpa amigo, não tive a intensão. – Respondeu o garoto da vila.
- Ta viajando é moleque! Desde quando lhe dei ousadia para me chamar de amigo! E agora vou fazer com que pague pela minha cerveja
- Mais uma vez me desculpe! Eu não estou aqui querendo problemas. Queira me perdoar, eu não tenho dinheiro algum para lhe ressarcir o prejuízo.
- Vamos da uma lição nesse pivete! – Comentam os delinquentes entre si.
Os rapazes pareciam aproveitar da situação para impor medo e ficar esnobando o nosso amigo.
Uma multidão se forma observando os garotos, eles logo imaginavam que os mesmos não eram daqui, devido as roupas que Thecke trajava.
- Esse gordinho está encrencado, eles tão de frente com os marginais mais perigosos da cidade, o terrível quarteto do Ló, esses malditos matam as pessoas por simplesmente nada! Ninguém ousa desafiar eles, eu não quero nem vê essa cena. – Falava um curioso.
Um dos bandidos sem pena alguma, sem da uma chance para defesa, defere um terrível soco no rosto de Tauro, que impactado pelo golpe, cai em meio à calçada.
Thecke Netto então se prepara para revidar o ataque e defender seu amigo, nesse exato momento aparece o homem todo de preto e da imensa cartola, “o qual citamos no início do capítulo”. O sujeito pega o jovem o herói pelo braço e o puxa para dentro de um portal em formato de bolha. Tauro levanta rapidamente agarrando colega pelo membro oposto, mas sem obter êxito, ele não consegue segurar, A bolha se fecha e o pequeno guerreiro é levado.
E agora para onde nosso herói foi levado? Quem será esse misterioso bruxo, e o que ele quer com o garoto? Conseguirá Tauro sozinho escapar do terrível quarteto do Ló? Essa e outras respostas descobriremos no próximo capítulo.
Continua no próximo capítulo...
Siga-nos no instagran oficial: @theckenetto
VOCÊ ESTÁ LENDO
Thecke Netto
Teen FictionTudo começou à dois anos atrás, quando o Thecke Netto teve sua vila e a sua casa invadida por vilões. Após a horrível tragédia, ele foi obrigado a deixar sua vida calma na floresta para trás e seguir uma nova aventura buscando ficar cada dia mais...