Capítulo 8

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Assim que acordei Luca não estava na cama, sentei e não vi vestígios dele pelo quarto, a pequena bolsa que estava na cadeira da escrivaninha sumiu.

Troquei de roupa aqui mesmo, ajeitei a cama enquanto lembrava de ontem, sorri sozinha. Abri a janela e o dia estava lindo, nem parece que choveu durante a noite.

Ao sair do quarto tudo estava em silêncio então fui para a cozinha, nos dias que fiquei na casa de Francesca aprendi a fazer café, para quem não ligava uma cafeteira é uma evolução. Percebi que o nonno ainda estava no quarto quando Rapunzel apareceu na cozinha, abri a porta para que ela pudesse sair e terminei tudo.

Preparei uma bandeja que achei no armário e fui até o quarto acordar nonno Emilio. Assim que abri a porta o encontrei sentado, ele estava com uma foto nas mãos, de olhos de fechados acredito que está fazendo suas orações afinal segura um terço.

- Buongiorno nonno. - Ele me olha com um sorriso lindo.

- Buongiorno bambina.

- Trouxe o café. - Coloco a bandeja sobre a cama enquanto ele coloca a foto e terço na mesa de cabeceira.

- Viu Luca sair? - Pergunta enquanto eu entrego a xícara.

- Não, quando acordei ele já não estava em casa. - Nonno fica olhando para o café com uma cara engraçada.

- Então foi você que fez? - Cruzo meus braços tentando ficar séria.

- Nonno eu aprendi a fazer café enquanto estava na casa de Francesca. - Ele ergue sua sobrancelha branca enquanto leva a xícara aos lábios. - Então?

Seu silêncio está me deixando nervosa, nonno fica encarando a xícara enquanto e em seguida toma mais um gole de café.

- Deve estar horrível. - Resmungo e ele me olha sorrindo.

- Não é o melhor café que já provei, mas está bom. Já pode casar.

- Juro que essas brincadeiras ainda vão me matar. - Sua risada aumenta.

- Exagerada! - Ele faz sinal para que eu o ajude a apoiar suas costas na cabeceira da cama.

Assim que o deixo confortável, sento ao seu lado e juntos tomamos café enquanto apreciamos um bolo delicioso que Luca trouxe.

- Nonno quem é na foto?

- Minha falecida esposa, a única mulher que ganhou meu coração. - Ao contrário do que eu pensei, sua voz não sai triste.

- Tem muito tempo que ela faleceu?

- Não, três anos. - Ele suspira. - Sinto muito a falta dela, foram mais de sessenta anos juntos.

- Sério? - Ele me olha com um sorriso.

- Sim, casei com vinte e cinco anos, ela tinha vinte. Foram sessenta anos de casado mais o tempo de namoro...

- Uma vida nonno. - Sussurro.

- Verdade, os jovens de hoje levam casamento na brincadeira, não é como no meu tempo querida, hoje trocam de marido ou esposa como trocam de roupa. - Abaixo para olhar a xícara nas minhas mãos.

- O senhor casou por amor, nonno? - Quando viro encontro aquele olhar curioso, sorrio por dentro pois parece o olhar de Luca.

- Sim, eu a amava mais que tudo nessa vida, não foi fácil fazer meu pai aceitar essa união, mas aprendi com minha mãe que devemos sempre ouvir o coração Sophia e o meu dizia que Catarina seria única.

Suspiro.

- Você já se apaixonou? - Nego. - Mas usava um anel que acredito ser de noivado. Aliás, por que tirou?

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