Assim que acordei Luca não estava na cama, sentei e não vi vestígios dele pelo quarto, a pequena bolsa que estava na cadeira da escrivaninha sumiu.
Troquei de roupa aqui mesmo, ajeitei a cama enquanto lembrava de ontem, sorri sozinha. Abri a janela e o dia estava lindo, nem parece que choveu durante a noite.
Ao sair do quarto tudo estava em silêncio então fui para a cozinha, nos dias que fiquei na casa de Francesca aprendi a fazer café, para quem não ligava uma cafeteira é uma evolução. Percebi que o nonno ainda estava no quarto quando Rapunzel apareceu na cozinha, abri a porta para que ela pudesse sair e terminei tudo.
Preparei uma bandeja que achei no armário e fui até o quarto acordar nonno Emilio. Assim que abri a porta o encontrei sentado, ele estava com uma foto nas mãos, de olhos de fechados acredito que está fazendo suas orações afinal segura um terço.
- Buongiorno nonno. - Ele me olha com um sorriso lindo.
- Buongiorno bambina.
- Trouxe o café. - Coloco a bandeja sobre a cama enquanto ele coloca a foto e terço na mesa de cabeceira.
- Viu Luca sair? - Pergunta enquanto eu entrego a xícara.
- Não, quando acordei ele já não estava em casa. - Nonno fica olhando para o café com uma cara engraçada.
- Então foi você que fez? - Cruzo meus braços tentando ficar séria.
- Nonno eu aprendi a fazer café enquanto estava na casa de Francesca. - Ele ergue sua sobrancelha branca enquanto leva a xícara aos lábios. - Então?
Seu silêncio está me deixando nervosa, nonno fica encarando a xícara enquanto e em seguida toma mais um gole de café.
- Deve estar horrível. - Resmungo e ele me olha sorrindo.
- Não é o melhor café que já provei, mas está bom. Já pode casar.
- Juro que essas brincadeiras ainda vão me matar. - Sua risada aumenta.
- Exagerada! - Ele faz sinal para que eu o ajude a apoiar suas costas na cabeceira da cama.
Assim que o deixo confortável, sento ao seu lado e juntos tomamos café enquanto apreciamos um bolo delicioso que Luca trouxe.
- Nonno quem é na foto?
- Minha falecida esposa, a única mulher que ganhou meu coração. - Ao contrário do que eu pensei, sua voz não sai triste.
- Tem muito tempo que ela faleceu?
- Não, três anos. - Ele suspira. - Sinto muito a falta dela, foram mais de sessenta anos juntos.
- Sério? - Ele me olha com um sorriso.
- Sim, casei com vinte e cinco anos, ela tinha vinte. Foram sessenta anos de casado mais o tempo de namoro...
- Uma vida nonno. - Sussurro.
- Verdade, os jovens de hoje levam casamento na brincadeira, não é como no meu tempo querida, hoje trocam de marido ou esposa como trocam de roupa. - Abaixo para olhar a xícara nas minhas mãos.
- O senhor casou por amor, nonno? - Quando viro encontro aquele olhar curioso, sorrio por dentro pois parece o olhar de Luca.
- Sim, eu a amava mais que tudo nessa vida, não foi fácil fazer meu pai aceitar essa união, mas aprendi com minha mãe que devemos sempre ouvir o coração Sophia e o meu dizia que Catarina seria única.
Suspiro.
- Você já se apaixonou? - Nego. - Mas usava um anel que acredito ser de noivado. Aliás, por que tirou?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Feita pra Você
Lãng mạnEu precisava fugir da loucura que estava minha vida, das exigências do meu pai e minha busca por liberdade me levou até ele. Há aqueles que dizem que os opostos se atraem quando falamos em relacionamentos. Para alguns isso já pode parecer algo vago...