VI | Me Ajude

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"[...] A marca da Besta foi um aviso de sua vinda até o Paraíso. Milhares de cabeças banharam-se em sangue e seus olhos arrancados e dados a corvos selvagens. O Diabo precisava deixar pistas, visto que em seus olhos, os que habitavam os céus eram tolos demais para acusá-lo sem provas."

[...]

Son Chaeyoung abaixa o olhar ao deixar o elevador naquela manhã, decidida a evitar ao máximo encontrar Myoui Mina pelos corredores e setores, mesmo o C.C.C pertencendo a ambas naquele ponto. A policial Song Yuqi passa por ela, cumprimentando-a rapidamente e seguindo seu caminho. Logo mais a frente, Lee Chaeryeong chegava para mais um dia de trabalho. "Como é passar um dia todo mexendo em cadáveres?", se pergunta Son. Não gostava de pensar nessa possibilidade, Chaeyoung sempre teve o estômago fraco para tal área, o que estava sendo posto à prova naquela semana. Dois assassinatos peculiares e um tanto repulsivos, a nova detetive da D.I.C torcia para pegarem o assassino antes que mais um corpo aparecesse. A mais baixa deixa seu casaco na entrada como de costume, revelando por baixo dele uma roupa folgada e aconchegante das mesmas cores de seu cachecol; Fazia muito frio na época de chuvas intensas. Antes de sair de casa, lembrou-se das últimas palavras de Mina sobre seus cabelos soltos, Nayeon vivia lhe dizendo o mesmo, por que se importaria agora? A Detetive passa a mão pelas madeixas, esparramando-as, antes de seguir até sua sala.

A sexta-feira parecia lenta e cansativa, uma boa parte do setor administrativo digitava impaciente, levando os olhos até o relógio de minuto em minuto. A casa aguardava aqueles que tinham uma vida fora do Departamento, muito diferente de Myoui Mina, que passara os últimos anos voltada para o trabalho. A mulher aguardava pela chegada da companheira, visto que tinham um compromisso juntas naquele dia. Quando Chaeyoung entra pela porta, ela salta, levando a mão esquerda ao peito.

— Te assustei, Son? — pergunta a mais velha, com um sorriso satisfeito nos lábios.

— Eu... Eu não esperava que estivesse aqui.

— Eu trabalho aqui.

— Faz sentido. — a de cabelos curtos se vira para fechar a porta atrás de si, quando é interrompida por Myoui.

— Deixe-a aberta, estamos de saída.

— Para onde?

— O vinho não te fez bem ontem, não é mesmo? — Myoui ri de sua confusão — Vamos interrogar a irmã de Chou Tzuyu, se lembra?

— Ah, claro. — tinha se esquecido completamente que o fariam naquela manhã, justamente quando Son planejava fugir ao máximo de Myoui. "Droga!", passa rapidamente por seus pensamentos.

— Pegue seu casaco e me siga — Mina passa por ela, caminhando em direção aos elevadores — Vamos no meu carro.

"Justo quando eu tinha acabado de o tirar", pensa a mais nova, apanhando seu casaco de volta e se enfiando no elevador com a outra detetive. Era inevitável que os olhares se cruzassem, visto que o cubículo era espelhados até o teto. Para onde quer que Chaeyoung desviasse-os, lá estavam os olhos de Myoui Mina, espreitando-a. A Land Rover preta aguardava no final do estacionamento, fazendo-as atravessar um pequeno trajeto até o veículo. Os saltos da detetive mais experiente ecoavam pelo piso molhado, prendendo a atenção de Chaeyoung em seu andar elegante. Son preferia os coturnos, eram quentes, confortáveis e protegiam a barra de suas calças ao estacionar sobre uma poça de água ou lama. O carro apita, avisando que acaba de ser destrancado. Myoui abre a porta do carona, sumindo para dentro do veículo a deixar sua companheira confusa. O vidro começa a ser abaixado e a face da mais velha se revela.

Seven | MiChaengOnde histórias criam vida. Descubra agora