Dentro do quarto escuro da casa velha de Jughead Jones, ao sul de Riverdale, me abriguei dos raios e trovões da noite violenta de uma tempestade do final do outono
Minha querida mamãe estava ocupada demais me procurando em algum outro lugar que não fosse esse barraco, para quem sabe, destruir minha vida ou fazer coisa pior. Se é possível
Ouvi um barulho de motocicleta do lado de fora, mas não ousei tirar o cobertor da cabeça para olhar pela janela quem era. Apenas cerrei os olhos mergulhada no breu que aquele tecido me oferecia e aguardei as batidas na porta se concluírem.
Uma, duas, très batidas, seguidas de uma suspiro alto que eu era capaz de ouvir daqui, mesmo com toda algazarra de água caindo lá fora.
Eu reconheceria esse suspiro num raio de mil
quilômetros.
- Eu sei que você está aí - disse ela. Meu coração acelerou, mas não sabia reconhecer se era de raiva, ansiedade ou medo - Abre a porta Cheryl!
Eu não queria abrir. Não queria ter que encarar os olhos amendoados de Toni Topaz.
-Cheryl, eu não vou sair daqui enquanto você não abrir a porta Tá caindo um mundo de água aqui fora, quer deixar de ser teimosa, caramba!
Uma lufada de ar escapou por entre meus lábios quando me dei por vencida após aqueles gritos altos e agudos da morena de cabelos rosados. Caminhei silenciosamente até a porta, onde coloquei minha mão com força na maçaneta fria e a girei abrindo a tranca.
Um comichão percorreu minha espinha, indo até o último nervo dos meus pés quando meus olhos entraram em contato com universo particular que Toni carregava consigo dentro do seu par brilhante e incisivo. Ela piscou umas duas vezes mas ficou estática me encarando enquanto eu ainda apertava a maçaneta involuntariamente. Com os cabelos molhados, por causa da chuva que escorria pra todo lado por conta do vento, a velha jaqueta de couro tradicional dos serpentes do Sul e seu macacão jeans, com a surrada camiseta listrada por baixo, Topaz abriu um singelo sorriso colocando uma mecha do meu cabelo ruivo atrás da minha orelha, liberando a visão dela da parte direita do meu rosto
- Você é muito teimosa, Cheryl Blossom. - disse ela.
Apenas del espaço para que finalmente Toni entrasse. Sem balbuciar nenhuma palavra, fechei a porta e esperei seu discurso. Com uma carranca expressiva em minha face, sentei-me no sofá empoeirado da casa de Jughead e comecei a bater a ponta dos dedos ansiosamente contra minha coxa.
De costas para mim, a garota pegou um copo de vidroa no armário de Carvalho e foi até a cozinha, trazendo consigo um pouco de água gelada. Deu dois goles e posicionou o objeto transparente em cima da mesinha de centro quebrada e remendada com silvertape
-Eu vim te pedir desculpas
Continuei encarando-a
- Vim te pedir desculpas e tentar me redimir por ter te julgado. Você só queria ajudar e eu... - Toni interrompeu a si mesma quando percebeu meus olhos enchendo-se de teimosa gotículas de lágrimas.
-Continua toni. Pode falar. - Afirmei assim que notei que se continuasse com aquela cara de cachorro sem dono, essa tortura não ia acabar tão cedo.
Topaz soltou mais um suspiro pesado, carregado de culpa e decepção. Seu corpo explicava que ela realmente se sentia mal com tudo o que tinha acontecido na sexta-feira passada. E sua face dizia que ela se arrependia mais do que tudo no mundo. Ela tem esse dom (ou maldição) de deixar-se transparecer sem ao menos abrir a boca. Dá pra saber que a essência dela diz toda a verdade só de olhar pra forma como se posiciona. Depois de alguns passos dados, a moça se junto a mim no sofá. Ao meu lado, de cabeça baixa e um pouco confusa, Toni ousou segurar minha mão.
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𝚘𝚗𝚎 𝚜𝚑𝚘𝚝 • 𝖼𝗁𝗈𝗇𝗂/𝗆𝖺𝖽𝗇𝖾𝗌𝗌𝖺
Любовные романы❀𝑳𝑬𝑺𝑩𝑰𝑨𝑵 𝒐𝒏𝒆-𝒔𝒉𝒐𝒕'𝒔 • 𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊 "𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒗𝒆𝒎 𝒏𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓 𝒊𝒓 𝒆𝒎𝒃𝒐𝒓𝒂 𝑽𝒐𝒄𝒆 𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒂𝒒𝒖𝒊 𝒆𝒎 𝒄𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎" ⊱ 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒂𝒖𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂 ⊰ ᴛᴇᴍ ᴀʟɢᴜɴs ǫᴜᴇ sᴀ̃ᴏ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴄ̧ᴏ̃ᴇs ᴘᴇʀᴍɪᴛɪᴅᴀs ᴘᴇʟᴀs ᴀ...
