As pernas de Cheryl estavam enroscadas ao redor da cintura de Toni.
Como já era de comum conhecimento e acordo, apenas das duas, que acontecesse todas as semanas; às Sextas-Feiras, mais precisamente após as últimas aulas que Cheryl aplicava e um dos únicos dias de folga de Toni.
O lençol de linho branco do quarto de hotel que decidiram frequentar aquela semana parecia mais macio do que os anteriores: elas pagaram mais caro dessa vez, afinal de contas - e nenhuma delas se importou com aquilo, os encontros tornavam-se cada vez mais valorizados, almejados e priorizados, ainda que não estivessem preparadas para admitir aquilo nem em voz alta e nem para si mesmas.
Ambas as mulheres não sentiam vontade de estar em nenhum outro lugar no mundo que não fosse ali, não queriam pensar em outra coisa que não fossem os lábios doces e macios um contra o outro, os tênis da professora de cabelos ruivos e medianos sobre o chão, seus dedos entre os fios escuros da cozinheira. Cheryl arfou baixinho, satisfeita, quando sentiu as mãos de Toni lhe apertarem a cintura e tentar puxá-la para mais perto, se possível fosse.
E o pensamento que a fizera corar mais cedo naquele dia, no provador da loja de roupas íntimas que entrara sorrateiramente, sem pensar, lhe veio à mente outra vez:
Mal posso esperar para ver qual será a sua cara quando me ver nessa lingerie.
Cheryl não sabia em que momento começara a se importar tanto com aquilo e sentia vergonha de admitir para si mesma o quanto adorava ser admirada, desejada e devorada pelos olhos escuros da moça mais nova. Era uma sensação nova e viciante, fazia com que tremesse dos pés à cabeça, chacoalhava seu estômago em ondas deliciosas de um inverno sem fim. E ela, geralmente, não se considerava sentimental, não quando se tratava deste sexo casual, mas algo havia mudado o suficiente para que Cheryl já não conseguisse mais reprimir.
Toni alcançou a barra de sua camiseta, com urgência. Estava pronta para começar a se livrar das peças de roupa da professora e beijar cada centímetro de sua pele, coisa pela qual seus lábios ansiavam.
Ok, então é agora, ela vai ver a lingerie.
E, antes que houvesse tempo para as bochechas de Cheryl arderem em um vermelho vivo, o celular da cozinheira começou a vibrar irritante e insistentemente ao lado de seus corpos entrelaçados. Toni quebrou o beijo no mesmo segundo, não dando nem chance para a mais velha segurá-la em seus braços e implorar para que ignorasse o telefone.
Em menos de cinco segundos, Cheryl estava apoiada por sobre os cotovelos na cama, após ter sido colocada rapidamente de lado pela garota, que levantou em um salto e atendeu a chamada.
Outch, Cheryl pensou, acho que um soco teria sido menos doloroso e humilhante.
- Oi, André.
A professora estremeceu. André trabalhava junto de Toni. Era só o que faltava.
- Tem certeza? - Toni questionou, descontente, o cenho franzindo-se. Ela se voltou para a figura solitária da mulher com quem era para estar transando. A cozinheira percebeu que era observada com atenção. - Vocês não conseguem cuidar disso sozinhos? É minha folga.
Cheryl suspirou, sabendo que o encontro iria por água abaixo. Mudou de posição, sentando-se ereta por sobre a superfície macia da cama. Lembrou-se do preço daquele quarto e do preço da lingerie que Toni nem veria. Sentiu o desconforto frustrante da umidade em sua calcinha e quis fazer cara feia, como uma criança birrenta, mas permaneceu imóvel, os olhos na direção da dona dos cabelos escuros.
- Ok - Toni suspirou em sinal de derrota, revirando os olhos. Levou a mão livre até a sua própria nuca, coçando o local em sinal de desconforto. Ela também estava frustrada, mas seu trabalho era importante, querendo ou não. - Estarei aí em alguns minutos.

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𝚘𝚗𝚎 𝚜𝚑𝚘𝚝 • 𝖼𝗁𝗈𝗇𝗂/𝗆𝖺𝖽𝗇𝖾𝗌𝗌𝖺
Romantika❀𝑳𝑬𝑺𝑩𝑰𝑨𝑵 𝒐𝒏𝒆-𝒔𝒉𝒐𝒕'𝒔 • 𝒄𝒉𝒐𝒏𝒊 "𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒗𝒆𝒎 𝒏𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓 𝒊𝒓 𝒆𝒎𝒃𝒐𝒓𝒂 𝑽𝒐𝒄𝒆 𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒂𝒒𝒖𝒊 𝒆𝒎 𝒄𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎" ⊱ 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒂𝒖𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂 ⊰ ᴛᴇᴍ ᴀʟɢᴜɴs ǫᴜᴇ sᴀ̃ᴏ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴄ̧ᴏ̃ᴇs ᴘᴇʀᴍɪᴛɪᴅᴀs ᴘᴇʟᴀs ᴀ...