𝐅𝐄𝐋𝐈𝐙 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐒𝐄𝐌𝐏𝐑𝐄, rick grimes

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warnings: gatilhos! imagine com pronome feminino. liberado para ler com músicas tristes que pisam em você até não sobrar mais nada.

BOA LEITURA!

“O primeiro amor é sempre difícil de esquecer, independente de quem tenha sido

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O primeiro amor é sempre difícil de esquecer, independente de quem tenha sido.

As temporadas se vão, as estações mudam, e quando alguém pergunta quem foi o seu primeiro amor, aquela específica pessoa aparece imediatamente em sua cabeça, trazendo um misto de sensações como se estivesse revivendo os momentos ao lado dela uma outra vez.

Contudo, quando percebe, já entende que agora tudo não passa de meras lembranças, como uma fotografia registrada em um dia contemplado. A vida o leva para longe de você porque as idéias são incompatíveis, novos amores aparecem, caminhos distintos a seguir e uma nova vida para começar. Quando a ficha cai, seja ela mínima, você e aquele amor já estão separados um do outro, tornando-se completos estranhos novamente.

Nessa carta, eu citarei o meu primeiro amor. Não o de infância, ou adolescência como eram os filmes antes do apocalipse acontecer e devastar todas as vidas, sejam com os vivos ou os mortos. A mocinha conhecia uma pessoa, se apaixonava incondicional e reciprocamente, até que viviam felizes até o fim de suas vidas.

Nunca tive alguém para lembrar como um primeiro amor de infância ou primeiro amor de adolescência. Estive aprisionada em um relacionamento abusivo quando conheci o mundo lá fora pela primeira vez em minha maioridade, me prendendo em restos e migalhas de uma paixão sem correspondência. Aquilo não era amor, eu sentia que não merecia passar por nada daquilo, mas permanecia ao lado dele achando que tudo iria mudar, que ele iria mudar. Se estiver lendo e se perguntando do por que eu não saí se sabia que me fazia mal. Como eu disse, estava presa em migalhas, como receber uma flor aqui e ali e achar que estava sendo amada, e o perdoar novamente, sendo comprada por mentiras e profundas ilusões.

Até porque só quem viveu isso, sabe.

Hoje reconheço que era apenas uma paixão platônica, mesmo após anos ao lado dele, só consegui entender e me livrar quando o mundo acabou e levou consigo absolutamente tudo que nos faz lembrar do velho “antes”.

Nos primeiros dos caos, ele me abandonou e fugiu na primeira oportunidade quando achou que era o fim de tudo, apavorando-se com mortos comendo a carne dos vivos e me deixando para trás para proteger a própria vida.

Me abandonando enquanto eu carregava uma criança com somente dois meses em meu ventre. Me abandonando sem olhar para trás.

O fim do mundo foi algo novo, mas não tão novo quando o fim aconteceu primeiro comigo. Eu lamento pela vida infeliz que tive, pela prisão que me sufocou e que acabou comigo antes que o próprio mundo se acabasse.

Sem rumo, apenas tentei sobreviver e proteger a criança que crescia dentro de mim. Eu não sentia um amor extremo por aquele ser, mas sentia que precisava o proteger e o criar mesmo em um novo mundo, cercado de pesadelos inacabáveis. Confesso que me perdi, me apavorei, tentei contra minha própria vida e me culpei por coisas que poderia ter feito no passado, mas havia reconhecido que era simplesmente… Tarde demais.

𝐈𝐍 𝐀𝐍𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐋𝐈𝐅𝐄, imagines twd [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora