Uma mente + mil confusões - [M]

Episódio 01

Bella.

Eu: Sai daqui nojento - ele riu e eu me levantei ajeitando meu short.

Leleto: Nojento nada, quando você quer me usar sempre tô ali - ele riu e fez bico vindo me beijar.

Conheci o leleto no meu pior dia, ambos não estava em um dia bom e sinceramente agradeço por isso... no começo era apenas uma grande amizade mas depois eu mesma tomei iniciativa porque era nítido que ele não tinha coragem.

Não confio em homens por conta do meu passado mas ele... ele é diferente, temos um lance mas não é nada demais, nada sério porque não daria certo.

Leleto: Tu só quer me usar né? - dei risada e sai fechando a porta.

Ai gente toda vez ele vem com esses papo, nao que seja mentira até pq eu gosto da nossa foda mas faz parte né.

Resolvi ir pra casa até pq fazia uns dias que estava na casa do leleto, não estou trabalhando por conta das minhas férias então fiquei por lá. Minha mãe enche a porra do meu saco, mas é uma desgraça ter que ficar em casa na verdade aquilo tá mais pra um "inferno" des dos meus 9 anos de idade.

Atualmente tinha 23 aninhos, a bebê gostosa é novinha ainda tá.

Quem bem me ver assim nem imagina a confusão que é minha cabeça, ou pior o inferno que eu passo todo dia.

Meu vô ele é alcoolatra, ele se afundou na cachaça a um tempo atrás destrui sua família por isso e até hoje é assim... cadê vez que se afunda leva minha mãe e eu junto! Não é fácil mas tenho a esperança que um dia isso possa mudar.

Moro no morro da rocinha, nasci aqui e seu completamente apaixonada! Em casa é assim, meu vô mora em baixo e eu em minha mãe em cima.

A um tempão atrás era junto mas quando ele arrumou outra mulher colocava eu e minha mãe pra fora, eu ainda era muito novinha, 4 a 5 anos... e quando ele chegava bêbado também era um inferno.

Não que ainda não seja né...

...

Abri a porta e de cara vi meu vô sentado no sofá conversando com minha mãe, revirei os olhos e passei ignorando a presença dele ali.

- Malcriada. - escutei de fundo mas fingi que não ouvir.

Abri minha porta e fechei com tudo!

Sinceramente não entendo minha mãe, parece que é idiota ao ponto de aguentar tudo dele e depois ainda tratar como se nada tivesse acontecido.

Joguei meu celular e escutei o barulho da maçaneta, me virei e fiquei prestando atenção até a porta se abrir.

Ana: Oque foi isso? - parou cruzando os braços e eu ignorei indo pro banheiro. - você mudou tanto! Trate pelo menos escrever carta pro seu pai.

Meu pai tá preso a um bom tempo, coloca 13 anos pra mais.

Eu: Pq? Você ainda pergunta? - ia fechar a porta mas ela entrou na frente impedindo. - Sinceramente não te entendo, já que você fala pra mim colocar tudo pra fora vou por! Depois das coisas que tudo que esse maldito fez você ainda lambe ele.

Ana: Você tem que en...

Eu: Papo reto cara, toda vez a mesma coisa. - fiz força e fechei a porta.

Tô cansada de verdade!.

Ainda bem que passo a maioria do meu tempo no meu trabalho, pq aguentar tudo isso não tá sendo fácil não.

Odeio ter que ficar aqui!!.

Tirei minha roupa na força do ódio, e liguei a ducha.

Aqui em casa é simples mas é tudo limpinho, um bagulho que eu odeio é sujeira e falta de organização. Que me matar é deixar as coisas fora do lugar, principalmente se for minha!

Senti a água gelada na minha cabeça e logo no meu corpo, uma sensação de paz finalmente.

Fiquei parada ali perdida com meu pensamentos...

Essa porra toda não entra na minha mente não, é por isso que eu vivo no trabalho pra ocupar mesmo, pq se nao fosse assim...

Já tinha me afundado!

Por uma parte oque aconteceu comigo no passado eu acho que é por culpa do meu pai sim, outra já não acho...

Bom meu pai sempre me convencia a ir pra casa da família dele quando eu era menor, e algumas dessas vezes eu ia e ficava jogando em um pc que tinha lá.

Aconteceu que em uma das vezes meu "tio" passou a mão na minha intimidade, isso em uma criança! Sem maldade nenhuma, até pq meu único objetivo ali era jogar em paz.

Por isso que até hoje tenho trauma de pc e principalmente de jogos que envolve bolo, não como bolo de jeito nenhum.

O jogo era relacionado a isso e ficou na minha mente de qualquer forma!!

Oque me dói é saber que isso se repetiu mas com outra pessoa, o filho de uma amiga da minha mãe fez o mesmo...

Minha mãe me deixava lá para ela ir ver meu pai, depois que fui crescendo nunca mais vi eles! E isso pra mim é ótimo.

Não sei como eu iria lidar se eu visse qualquer um dos dois, não sei como eu iria reagir ou se iria.

Apenas dor!

Sai do meu transe ao escutar um barulho e logo minha mãe gritar pedindo por socorro, desliguei o chuveiro no desespero e peguei a toalha rápido me enrolando.

Abri a porta e corri até a da porta da frente, desci as escadas e fui pra casa dele. Entrei e de cara já vi ele caído e minha mãe ao lado chorando.

Nem me surpreende, é sempre a mesma coisa!.

Sai procurando alguém e não vi ninguém ali que pudesse nos ajudar, quando ia subir as escadas minha minha casa o leleto parou bem ali em frente.

Fui até o mesmo e ele me encarou.

Eu: Me ajuda a levar meu vô pro postinho, minha mãe está desesperada. - ele desceu da moto rápido e abri o portão.