Episódio 20

111 12 0
                                    

Bella.

Fiquei encarando ela que logo percebeu e me encarou sorrindo.

Ana: Nada o nome dele não é estranho, tá na ponta da língua mas não sai - dei risada colocando oque faltava dentro da mala. - vamos daqui a pouco buscar seu pai, tem um tempinho dentro do carro até o local.

Eu: Tá mec mãe, vou só terminar as coisas aqui e tomar um banho - ela concordou. - tô feliz por ver tudo caminhando e estamos ficando cada vez mais em paz, isso é bom! Porém eu não tô muito bem em saber essas coisas com o leleto.

Ana: Percebi isso na sua carinha depois que os meninos te falaram, só peço pra você não se culpar - assenti. - vocês vão se resolver nem que seja pra ser amigos!

Eu: Eu espero, estou me dando super bem com o Ricardo e não quero atrapalhar isso - ela concordou sem dizer nada.

Ana: Faça a escolha certa! Não troque uma vida por algo que seja duvidoso, esse "Ricardo" - fez aspas com as mãos. - aparenta te fazer super bem, como vocês mesma diz, só acho estranho ele ser tudo isso e não querer vim conversar comigo.

Eu: É também pretendo estar fazendo a escolha certa! E eu só estou respeitando o tempo dele - ela assentiu. - não tenho nem foto para te mostrar ele, chato não gosta de tirar foto comigo e as únicas que tem ele tampa o rosto.

Peguei o celular mostrando a única foto que tínhamos juntos, ele estava com a mao no rosto deixando apenas a sua tatuagem a mostra.

Ana: Conheço esse tatuagem Isabella, mas não sei dizer quem - encarei ela rindo. - tô falando sério, se liga com quem você tá se metendo.

Eu: Para mãe, nem você sabe quem é - ela semicerrou os olhos. - fica em paz.

Mandei beijinho no ar e fui tentar fechar a mala.

Ana: Vou subir e tu fecha - se sentou em cima da mala e eu fechei. - fácil e rápido, se divirta amor da mamãe.

Eu: Te amo! - ela me abraçou e eu retribui. - ano novo vou passar com vocês.

Ana: Eu amo muito mais! - beijou o topo da minha cabeça e me soltou. - anda logo que vou me arrumar pra irmos.

Ela saiu do quarto fechando a porta e parei pensando no que ela me disse, palavra de mãe não tem curva e fico até com medo depois dessas...

O dois únicos defeitos do Ricardo e que ele evita minha família, e tocar na família dele, fora que me sexualiza demais! Agora que ele diminuiu um pouco.

Sai dos meus pensamentos e fui entrando no banheiro.

...

Estávamos esperando meu pai encostadas no carro, já tinha chegado um monte de ônibus e boa parte dos presos estavam sendo liberados. As famílias gritavam tanto e eu não via a hora dele aparecer.

Ana: Tô suando - pegou na minha mão. - nossa filha tá gelada, se acalma.

Faz muito tempo que não vejo meu pai, anos! Quando ele foi eu ainda era menor, me doeu horrores e passar esse tempo todo sem ver ele foi horrível, mas não tinha coragem de entrar naquele lugar e também minha mãe não permitia.

Muito menos ele! Ele sempre disse que aquele lugar não era nem pra mim e nem pra minha mãe, porém minha mãe não conseguia de jeito nenhum deixar ele sem visita.

Se ele estivesse na rua esse tempo todo, muitas das coisas seriam diferentes, nossa vida teria sido outra e o melhor, eu iria ter o meu pai presente! Me dando apoio pra caralho igual minha mãe faz.

Sou grata demais a ela! Guerreira e não para nunca, já passamos por muita coisas juntas, mas mesmo assim ela nunca soltou minha mão... Sempre me dando forças e me ajudando lidar com as coisas do meu passado, abrindo a minha mente e tentando enxergar o mundo com outros olhos.

Ela é perfeita!

Minha mãe apontou pro meio da multidão de homens e bati olhar com um moreno todo tatuado que seria meu pai! Sem perder tempo fui até ele correndo e pulei em seu colo.

Sentir seu abraço foi uma sensação muito boa, eu diria um mix de sensações! Tanto tempo e veio um flashback de quando eu ainda era pequena, que eu chorava horrores porque queria um notebook. Ele me abraçou forte e disse que iria me dar um... e assim ele fez.

David: Quanto tempo minha garota! - apertou ainda mais o abraço e já não tinha controle algum das lágrimas. - te amo!

Eu: Que saudades pai, passei por tanta coisa sem você - me soltei ele e encarei ele. - te amo muito.

Abracei ele novamente e fomos até minha mãe que veio nos abraçando.

Ana: Finalmente meus amores - sua voz logo ficou  de choro. - eu amo vocês!

Eu: Eu que amo vocês, estou aqui por vocês - limpei as lágrimas e minha mãe parou na nossa frente com o rosto vermelho.

David: E o meu irmao? Minha mãe? - minha mãe fechou a cara.

Quando ele falou do seu irmão, senti um aperto enorme no meu peito. Me dói muito essa história ainda, mas estou tentando levar como o leleto me disse...

Ana: Sua mãe disse que natal é pra irmos passar lá - ele assentiu e beijou o topo da minha cabeça. - vamos?

Assenti e fomos caminhando até o carro abraços, entramos no mesmo e eu peguei o celular olhando as notificações.

Tinha algumas mensagens do Ricardo, mas ignorei e desliguei o celular.

David: Natal é nosso? - me encarou e o carro deu partida.

Eu: Vou passar natal com meus amigos, mas ano novo é! - ele sorriu. - os meninos já estão doido para te ver.

David: Mermo? Meus pivete, sempre sonhei em ter um menino - fiz cara feia. - mas veio uma menina e de brinde dois pivetinhos.

mesmo não sendo irmãos de sangue eu super considero.

David: Morro? - neguei. - qual foi?

Eu: Deu muito rolo por conta de lá e fomos pra uma casa fora dele, se vai gostar - ele assentiu. - outro nível.

Ana: Graças a? - apontou pra mim rindo e ele sorriu bobo. - ela é meu orgulho amor.

Sorri e ele me abraçou de lado.

Essa é minha vida! Eu amo todos eles, e meus meninos também, sem eles não existiria eu. Nem forças pra continuar nesse mundão eu teria...

Uma mente + mil confusões - [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora