(Cap não revisado)
Palavras: 1029.S/n*
Eu odeio o Vance Hopper. Vance é simplesmente a personificação do mal em figura de gente.
Hopper era o valentão da cidade. Até as autoridades tinham medo dele, e não é pra menos, ele tinha um histórico criminal com 13 anos de idade, e com 15 se tornou o adolescente mais temido de todos.
Mas ele tinha algo que me atraia para ele, eu não sei dizer o que é, porém era como um ímã gigante. Eu não tinha medo dele, de forma alguma, muito pelo contrário. A qualquer oportunidade eu dava um jeito de dar um esporro nele, mas nunca tive a chance de quebrar a cara dele.
Estou no mercadinho comprando algumas coisas com os meus irmãos. Algo que eu notei é que Finn está muito quietinho recentemente, mas quando perguntado ele sempre fala que só não teve um dia bom.
Fui para um lado, Gwen para outro e Finn fez o mesmo. Eu estava escolhendo as melhores coisas para fazermos uma noite de cinema já que papai iria chegar mais tarde hoje.
Enquanto escolhia alguns doces escuto algumas vozes em direção de onde Finney tinha ido. Eu sabia que ele sofria bullying mas ele nunca me falava sobre isso, eu só ficava sabendo através de Gwen. A alguns dias Finney chegou em casa com um olho roxo e alguns hematomas espalhados pelo corpo, quando eu perguntei ele apenas disse que não queria falar sobre isso. A vida do meu irmãozinho é um completo inferno.
Finn só conseguiu ficar em paz por um tempo pois eu fui até a sala dele e ameacei a sala inteira na esperança dos garotos entenderem o recado, e pelo visto eles entenderam já que ele ficou 1 mês inteiro sem apanhar. Tentei escutar a conversa, pelo menos o final dela.
— Caramba Finney. — falou um garoto de cabelo preto que cobria metade do rosto, ele era emo? Talvez seja algum desses góticos que andam roubando a correspondência das casas. Papai reclama muito deles. — Achei que teríamos que te quebrar terça, mas ele já fez isso por nós. — o garoto riu pelo nariz — Pobre Finney, vai precisar ser protegido por sua irmã até quando? Mas não se preocupe, da próxima vez não vai ter S/n que te proteja. — disse indo embora com os outros dois garotos.
Vi meu irmão dar um suspiro aliviado, talvez por não ter apanhado hoje. Fui até o mesmo que tomou um susto ao notar minha presença.
— Vo- você escutou a conversa? — ele tropeçava nas palavras.
— Quem te bateu, Finney? — vejo ele ficar surpreso, são raros os momentos que eu chamo ele pelo nome.
— Ninguém… ninguém me bateu… — disse meio relutante.
— Ou você fala quem te bateu ou eu vou bater em cada garoto dessa cidade até descobrir quem te bateu. — ao ver que eu não estava brincando ele suspirou.
— Ele só estava brincando, não quis me bater de verdade.
— Fala logo. — eu odiava levantar meu tom de voz com meus irmãos, mas às vezes era preciso.
— Foi o Vance, tá legal? Foi ele… — disse, fitando o chão.
Arregalei meus olhos e logo lembro que Vance estava aqui também. Ao olhar para o lado vejo o mesmo com as mãos no rosto enquanto praticamente gritava alguns palavrões. Acho que alguém perdeu em seu joguinho.
— Vance Hopper… — falei me aproximando do mesmo com os braços cruzados.
Finney estava tentando se esconder atrás de mim enquanto sussurrava frases como "vamos embora", "deixa ele", "não precisa disso maninha".
— O que quer? — Vance falou frustrado. — Olha quem tá aí, Finney, o covarde. Pelo visto o aviso não adiantou de nada, não é? — disse puxando Finney pelo braço.
— Quero saber porque bateu no meu irmão. — falei tirando suas mãos do mais novo. — Aproveita minha boa vontade, normalmente eu nem deixaria você terminar a primeira frase. — digo passando a língua nos meus dentes de trás.
— Quer contar pra sua irmãzinha o que você fez? EM PIRRALHO? VOCÊ QUER CONTAR? — perguntou segurando a blusa de Finney pela gola. Logo entrei na frente de Finney. — Não quer contar porque é covarde, não é? Seu irmão estragou meu jogo quando eu estava prestes a bater meu recorde. — Vance disse dando um sorriso irônico.
— E isso é motivo o suficiente para deixar uma criança com o olho roxo? — pergunto sem acreditar.
— Ah não… não… Claro que não… Eu ia bater mais nele mas ele saiu correndo. — logo o amigo de Vance começou a rir com ele.
— Vamos embora… — Gwen falou me puxando com algumas sacolas nas mãos.
Eu sabia que meus irmãos não gostavam de brigas. Bom… Gwen gostava, mas não quando incluía eu ou Finney. Vance tinha o dobro da minha força e poderia facilmente me quebrar, mas eu era muito mais inteligente ao ponto de prever seus ataques, não que fosse muito difícil. Vance é muito previsível.
Apenas fiz o que Gwen pediu. Fui logo atrás deles, mas enquanto saímos Vance não conseguiu segurar a língua dentro da boca.
— Vão mesmo seus covardes. — disse fazendo seu amigo rir.
Parei de andar e me virei pra ele, que agora estava concentrado no seu jogo.
— Hopper? — perguntei fazendo o mesmo olhar para mim.
Vance*
— Vão mesmo seus covardes. — digo rindo.
Voltei minha atenção para o jogo, mas logo escutei meu nome.
— Hopper? — era S/n. Estranhei o fato dela estar com uma voz muito mansa logo depois de ameaçar até minha última geração.
Antes que eu pudesse raciocinar recebi um soco na boca. O soco foi tão forte que eu sabia que estava sangrando. Fiquei surpreso com aquilo, ela nunca tinha me batido antes. Ao colocar a mão na minha boca vejo o que poderia ser uma cachoeira de sangue.
— Espero que esse soco fique de aviso para nunca mais mexer com os meus irmãos, entendeu? — apenas assenti assustado. — Ótimo. — falou indo embora.
Nenhuma garota tinha me encarado desse jeito antes. Eu sou o Vance Hopper, porra, eu sou simplimente o cara mais assustador dessa cidade de merda, mas é como se ela não ligasse.
Vou embora antes que a polícia chegue e de ruim para mim de novo.
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Acho que vou fazer pt dois desse cap.