19 - Gosta dele?

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Cain Vacchia

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Cain Vacchia

Qual a definição exata de expectativa?

Tentei, por vezes, confiar cegamente na explicação mais lógica e sã que a vida me propôs. Mas, ao conhecê-la, ao participar da sua vida e ao tê-la ao meu lado, acostumei-me com definições diferentes das quais não se encaixam perfeitamente. Girassol estava certa... É melhor sentir expectativas demasiadas do que nada. Uma garota imatura, boba e ingênua, me fez entender o que é importante na vida. Eu, um homem com 30 anos de experiência. Pensando bem, não posso me gabar por ser maduro. Não quando me deparei a mercê dela de forma tão avassaladora.

Era meu aniversário. O aniversário dela.

Ambos devíamos estar comemorando juntos. Em outra vida, outra destino, talvez outra dimensão, faríamos isso juntos. Mas não nessa realidade. Nessa realidade o passado já decretou nosso futuro.

Eu não comemorava meu aniversário. Era uma data que me lembrava o dia em que meus pais se divorciaram. Passei a evitar pensar nesse dia, sentindo-me, de certo modo, culpado pela separação. No fundo eu entendia os reais motivos que os levaram a seguirem caminhos diferentes, e ali, dentro daquele dilema que Girassol me obrigou a conviver, compreendi como realmente funciona as relações humanas. Nem sempre são como queremos. Às vezes gostar de alguém não significa que poderá tê-la na sua vida. Não é nada disso! Na verdade, é diferente. E quando descobrimos isso... É duro.

No começo evitei a Girassol por ser de um mundo diferente do dela; a idade, gostos e vidas eram totalmente diferentes. Não éramos compatíveis. Mas ainda assim ela fez dar certo. Girassol podia não saber, mas com toda a sua insanidade, loucura e insensatez, conseguiu entrar na minha vida. Ela tirou cada tijolo do muro que havia em torno de mim.

Após receber uma ligação do Arsen, informando que eles haviam chego em casa, não perdi tempo em arrumar uma desculpa para ir vê-la. Mesmo sendo meu aniversário, pela primeira vez em muito tempo, ignorei esse fato e não pensei só no que eu queria. Só em mim próprio. Será que ela fazia alguma ideia do quão grande passo eu dava toda vez que pensava nela?

Era tarde quando cheguei na mansão. Arsen havia ido pra casa e o restante para os seus quartos. Pedi à Messina que entregasse o presente a Girassol, mas a mesma negou, não me dando outra alternativa se não entregá-lo pessoalmente. Arrisquei bater na porta, ciente de que já poderia estar dormindo. Surpreendentemente, Girassol surgiu no corredor. Como de costume, a aparência um caos. Esse caos desencadeava o meu próprio caos.

— O que é isso?

Surpreso, me afastei da porta. Franzi o cenho.

— Não está dormindo?

Ela ergueu as sobrancelhas e sorriu, como se sua presença fosse a resposta óbvia. E realmente era. Eu só nunca fui muito bom com conversas casuais, precisava sempre inventar alguma desculpa esfarrapa para escapar delas.

Please, me ame! - 1Onde histórias criam vida. Descubra agora