Capítulo 1

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N/A: Oiee!! sim, tô de volta depois de mais de um ano sumida kEssa fic escrevi pro iwaoi reverse bang, um evento gringo de iwaoi, são cinco capítulos e tá tudo prontinho, vou postar toda sexta-feira. e semana que vem posto outra que escrevi pro iwaoi exchange nas notas finais vou deixar uns links ✌️boa leitura <3


-X-X- 

Naquela manhã, a mãe de Oikawa tinha dito a ele para pegar um casaco e um guarda-chuva porque ela tinha visto no noticiário matinal que iria chover e esfriar, mas o garoto estava atrasado para a escola e não deu muita atenção já que o céu estava limpo e a temperatura era amena.

Bem, Tooru nunca mais iria contrariá-la.

O garoto abraçava o próprio corpo enquanto andava ligeiro pelos corredores da escola, ouvindo a chuva bater nas janelas e sentindo o vento frio na pele exposta dos braços. Ele também nunca mais iria deixar para terminar um trabalho na última hora, já podia estar em casa há horas se não tivesse enrolado para terminar.

A escola estava quase vazia, salvo por alguns outros alunos e quase todas as luzes já tinham sido apagadas. Ele cortou caminho pelo prédio de Artes para não se molhar tanto, mas parou à porta de uma sala que ainda tinha as luzes acesas e espiou lá dentro.

Ele viu alguém – um garoto, pelo jeito – de costas para a porta, sentado em um banquinho e pintando um quadro. Ele ajeitou os óculos sobre o nariz molhado e, curioso, se aproximou em silêncio, o outro garoto parecia estar concentrado no que fazia e Oikawa não queria atrapalhá-lo.

Oikawa parou há poucos passos de distância, olhando fixamente para o quadro. A pintura era uma mulher bonita de pele morena e cabelos negros e ondulados, as maçãs do rosto altas e lábios cheios. Mas Tooru se deteve nos olhos dela que pareciam úmidos e para o rastro de lágrimas que seguia pelas bochechas dela.

Ele nunca tinha visto nada tão triste e bonito.

Os traços eram pesados, como se o garoto que os estava fazendo também estivesse triste. Ou bravo. Ou ambos. As cores usadas eram escuras como um céu carregado com nuvens pesadas de chuva. Os olhos da mulher na pintura transbordavam uma tristeza crua que Tooru nunca tinha visto antes e ele não conseguia imaginar o que havia acontecido à ela para se sentir daquele jeito.

Ele não conhecia aquela mulher, nem sabia se ela ao menos existia, mas ele se pegou triste por ela também, queria poder estender a mão e secar suas lágrimas. Queria poder fazer algo por ela, nem que fosse apenas lhe dizer algumas palavras de conforto.

Oikawa engoliu em seco, sentindo um bolo na garganta e os olhos marejados.

Ele não fazia ideia que um "simples" desenho pudesse evocar tantos sentimentos, que alguém feito de traços de tinta sobre uma tela pudesse lhe despertar tristeza, compaixão e empatia. Surpreso, ele percebeu que se importava com aquela mulher da pintura.

— Quem é ela? — ele acabou murmurando, os olhos seguindo a mão habilidosa que manejava o pincel.

O outro garoto derrubou o pincel no chão, espalhando tinta para os lados, e quase caiu do banco onde estava sentado.

— Mas que p... — ele se virou para Oikawa com os olhos arregalados de susto. — O que você... o que você tá fazendo parado aí, parecendo um idiota?

Tooru finalmente desviou o olhar do desenho para encarar o semblante bravo menino.

— Hm... eu só... tava passando e fiquei curioso.

A carranca do outro garoto não se abrandou.

— Quem é ela? — Oikawa perguntou de novo, apontando para o quadro.

De estrelas e tintaOnde histórias criam vida. Descubra agora