Capítulo 2

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— Então, Oikawa, como foi o seu encontro com o Iwaizumi ontem?

Oikawa cobriu a boca com a mão rapidamente para não cuspir a água que estava bebendo. Ele se engasgou um pouco e olhou para Makki com os olhos arregalados.

Quê? Não foi um encontro! A gente tava estudando! — ele quase gritou, indignado.

— Aham, claaaaro. — Mattsun e Makki falaram ao mesmo tempo. Oikawa cruzou os braços, fazendo um beicinho irritado.

— Sério, caras. Eu não tô gostando dele nem nada assim. Nós somos totalmente incompatíveis.

— Parece que você tá fazendo muito esforço pra nos provar que não gosta dele, Oikawa-san. — Yahaba, sentado à frente de Tooru, comentou. Ao lado dele, Kyotani rosnou alguma coisa em concordância enquanto enfiava comida na boca. Oikawa fuzilou os dois com o olhar.

— Ser compatível ou não, não te impede de gostar de alguém. — Sakusa resmungou, um pouco afastado deles, com a máscara abaixada para comer. — E todo mundo viu o jeito que você sorriu quando viu ele hoje mais cedo.

Oikawa franziu o cenho. Ele não tinha sorrido quando viu Iwaizumi... ou tinha? Um pouco, talvez. Ele achou que, depois do dia anterior, Iwaizumi iria ao menos cumprimentá-lo, mas o garoto o ignorara como das outras vezes. Tooru fez um biquinho emburrado para o seu bentô vazio.

— Ele é... bonitinho, admito. — Issei e Takahiro assobiaram e bateram palmas. — O quê? Eu sou míope, não cego. — Oikawa resmungou e rolou os olhos. — Ele nem usa o uniforme direito. Tá sempre com a camisa pra fora da calça e a gravata frouxa.

— Ah, então você repara nele, Oikawa-san — Yahaba disse, sorrindo de lado, e Kyoutani bufou o que talvez fosse uma risada.

— Eu não quis dizer isso... ughh vocês todos são terríveis.

Os garotos estavam reunidos na sala de aula durante o horário de almoço. Eles costumavam comer do lado de fora, no pátio, mas estava chovendo naquele dia e tiveram que se refugiar na sala.

Yahaba e Kyoutani eram do primeiro ano, mas Oikawa os colocara sob suas asas depois de ter os ajudado com algumas matérias. Na verdade, tinha sido somente Yahaba, mas Kyoutani o seguia para todo lado, e Oikawa não se importava de ter mais gente em seu grupo de amigos.

— Ah... nosso pequeno nerd tá crescendo... — Makki fingiu limpar uma lágrima imaginária. Mattsun concordou.

— Até arranjou um namorado.

Oikawa já estava cansado de negar e retrucar, então apenas grunhiu. Mas ele congelou quando ouviu uma voz atrás de si.

— O quê? O Oikawa tá namorando? Quem é? — Tooru nunca tinha desejado tanto que um buraco se abrisse no chão e o engolisse. Ele se virou para Kuroo Tetsuro, o maior fofoqueiro da escola.

— Não é nada disso. Eu não tô...

— É o Iwaizumi, da sala aqui do lado. — Issei o interrompeu.

— Ohh sei quem é. O cara novo. Ele é bem bonito. Sempre soube que você gostava do tipo rebelde e badboy — Kuroo deu um tapinha no ombro de Oikawa, seus olhos de gato brilhando com aquela informação. O maior queridinho da escola e o garoto novo e misterioso? As pessoas falariam daquilo por semanas. Meses, talvez.

— Tetsu-chan, eu não tô... — Oikawa tentou, desesperadamente, consertar a situação, mas Kuroo lhe deu as costas.

— Bokuto! Hey, bro! Sabia que o 'Kawa tá namorando? — ele gritou para o amigo que estava do outro lado da sala, almoçando com dois garotos do primeiro ano, Kenma e Akaashi.

De estrelas e tintaOnde histórias criam vida. Descubra agora