Capítulo 5

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N/A: último capítulo :(((

-x-x-x-


Oikawa tentou ignorar o som da campainha e voltar a dormir, já que ainda era manhã cedo, e era o primeiro dia de férias. Ele cobriu a cabeça com um travesseiro e se encolheu debaixo das cobertas, mas o som agudo da campainha parecia entrar em seu cérebro.

Sua mãe não devia estar em casa. Ou era ela tocando a campainha porque tinha esquecido as chaves de casa. De novo.

Ele jogou as cobertas para o lado e levantou. Sem se importar em escovar os dentes ou pentear o cabelo, pois iria voltar para a cama depois de abrir a porta para ela, Tooru saiu batendo os pés pelo apartamento até a porta da frente.

Se Tooru soubesse que quem estaria do outro lado da porta não era sua mãe, mas sim Hajime, ele teria pelo menos escovado os dentes, penteado o cabelo e trocado o seu pijama velho de personagens do Estúdio Ghibli por algo decente.

Iwaizumi estava parado no corredor do lado de fora, com o cabelo coberto de neve e o rosto corado pelo frio. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, provavelmente cumprimentá-lo, e Oikawa bateu a porta na cara dele.

Ah, meu Deus. Ah, meu Deus. Tooru pensou, em absoluto desespero. O que diabos Hajime estava fazendo ali? Ele não ia viajar com os pais? Aliás, era mesmo Hajime? Tooru não se sentia totalmente acordado, então talvez fosse alguma alucinação.

Ele abriu só uma frestinha da porta. Iwaizumi ainda estava parado ali do outro lado. Oikawa fechou a porta de novo, seu pânico crescendo.

Oikawa olhou para baixo, para seu pijama que era tão velho que estava cheio de buracos e tinha ficado curto demais nos tornozelos e pulsos, mas ele amava aquele pijama e se recusava a se desfazer dele, e para suas meias de Pókemon. Ele tocou o cabelo, constatando que sim, estava espetado para todos os lados, mas não de um jeito fofo como o de Hajime. Ele pôs as mãos em concha em frente a boca e assoprou para verificar o quão ruim estava seu hálito e puta que pariu, ele não podia ver Hajime desse jeito. Ou melhor, Hajime não poderia vê-lo daquele jeito.

A campainha tocou novamente. Oikawa cobriu a boca com uma mão e abriu a porta pela terceira vez. Pela cara de Iwaizumi, ele já devia estar com a paciência no limite. Iwaizumi tentou falar de novo, mas Oikawa ergueu a outra mão e mostrou um dedo para ele.

— Só um minuto. Já volto! — Oikawa bateu a porta na cara de Iwaizumi de novo e correu para o quarto.

Ele parou à porta de seu quarto, ponderando o que faria primeiro. A campainha soou pelo apartamento outra vez e Tooru deu um gritinho e correu para o banheiro. Escovar os dentes, com certeza, era a prioridade. Quando ele terminou, a campainha tocou de novo. Tooru tentou ajeitar o cabelo com as mãos, o que só o deixou ainda pior e saiu do banheiro.

Iwaizumi certamente arrombaria o apartamento antes que Oikawa conseguisse trocar de roupa, então não lhe restava outra opção a não ser receber Iwaizumi usando seu pijama de criança.

Quando Oikawa abriu a porta de novo, Iwaizumi estava encostado ao batente, emburrado.

— A princesa tá pronta ou precisa de mais meia-hora?

— Na verdade, mais uns cinco minutos seria suficiente...

— Oikawa — ele interrompeu e Oikawa fez beicinho.

— Tá bom, tá bom. Entra.

Iwaizumi sorriu e o seguiu para dentro do apartamento.

Não era a primeira vez de Iwaizumi ali na sua casa, ele já tinha ido outras vezes com os outros garotos para fazerem tarefas da escola juntos. Mas era a primeira vez que eles ficariam ali sozinhos.

De estrelas e tintaOnde histórias criam vida. Descubra agora