- tobey;

69 5 0
                                    


Ajeitou-se melhor na cama, afofando o travesseiro sobre as coxas para não ter risco de queimá-las com o notebook. Resmungava do método pouco prático de comunicação que o primogênito o passou, mesmo que digitasse ansiosamente o código do Google Meet. Completaria quase um mês que só se falaram por mensagens por conta de provas e projetos e, conhecendo seu filho como conhece, Anthony sabia que seria melhor evitar uma chamada para deixá-lo descansar o máximo que podia.

Além disso, antes de viajar, Steve mandou Andrew ficar de olho e impedi-lo de voar até Massachusetts.

Respirou fundo ao barulho indicador que o mais novo entrou na sala e prendeu todo o ar ao ver como Tobey parecia mais velho. Com o rosto emagrecido, olheiras embaixo de seus olhos e o início de uma barba contornando seu maxilar, poucas mudanças que o traziam um ar totalmente diferente.

— Tony? Tony! Você está me ouvindo?

Saiu de seu transe com o chamado, balançando a cabeça negativamente, um sorriso surgiu em seus lábios por escutar a risada do outro pelos alto-falantes. A saudade o atingiu com tudo.

— Estou sim, querido. Como está tudo aí? — Obriga sua voz a funcionar, tentando parecer normal. — Horário trocado novamente? — Pergunta indicando as bolsas embaixo dos próprios olhos.

— Longa história...

E então a conversa seguiu com o jovem adulto explicando o mês puxado, reclamando de professores e elogiando até demais a nova cidade em que morava. Tentou colaborar engajando em tópicos, no entanto, a mente continuamente se distanciava para dar espaço aos pensamentos que o tempo passou tão rápido­.

[...]

Tobey era um favor a amigos de infância que precisavam de uma residência temporária para ele. Desconfiado com a ausência de contato nos próximos dias, ao bater uma semana Tony decidiu investigar. Além de muitas dívidas estudantis e hospitalares, haviam gastos concentrados em substâncias lícitas e ilícitas. Descobriu também com a ajuda de Pepper inúmeras denúncias negligência e faltas constantes na escola.

Levou um telefonema a Steve para perceber que queriam abandonar o pequeno consigo e segundos para entrar em curto-circuito. Porque Tobey já estava em sua casa, no quarto de hóspedes, provavelmente esperando os dias e que os pais o viessem o buscar.

E Anthony encolhido na parede de seu quarto em uma bagunça ansiosa.

A referência de paternidade com que cresceu era péssima, os traumas que existiam decorrente disso estavam longe de serem curados. Financeiramente, era possível, mais que possível, ainda assim, o engenheiro era a prova viva que dinheiro é a menor parcela do necessário em péssimas situações familiares.

O garoto tinha que ter apoio emocional e, Deus, Tony não conseguia nem ao menos pensar na possibilidade de ter que passar mais dois dias com ele. Ao mesmo tempo que descartava mandá-lo ao conselho tutelar, duvidando que a instituição o colocasse em um lar longe de contato, onde os progenitores teriam acesso dificultado e-...

— Sr. Stark?

A voz reverberou pelo quarto, o adulto levantou a cabeça e encarou a porta, vendo a pequena silhueta ali.

— Sim? — Tentou deixar o tom de voz calmo já assustado com o que viria.

Pediria pelos progenitores? Poderia ter se machucado, poderia-...

— Estou com fome.

Ok. Era uma tarefa simples. Anthony conseguiria preparar algo rápido.

[...]

Growing UpOnde histórias criam vida. Descubra agora