Tentando parecer casual, Robby saiu do elevador colocando as mãos nos bolsos da calça e ergueu o queixo enquanto se dirigia para a recepção e portaria ali.
"Oi."
A recepcionista, uma senhora nos seus 50 e poucos, baixinha e magrinha, usando um uniforme composto por um terninho cinza claro e camisa branca, o cabelo solto liso, curto e grisalho, os olhos acinzentados como uma navalha afiada, tendo sob o nariz pequeno um buço espesso que ficava ainda mais em evidência com os lábios finos dela apertados em um bico irritado, olhou para Robby de cima a baixo.
"Você" ele prosseguiu uma vez que não obteve resposta mesmo dando seu melhor sorriso "por acaso não viu a minha namorada? Não sei se você nos viu chegando onte..."
"Meu turno começou há 20 minutos. Nunca vi você ou sua namorada. Não posso ajudar."
Ela disse na sua voz estridente e aguda e voltou a olhar nos monitores ao seu lado direito o que se passava nas dezenas de câmeras espalhadas pelo prédio e ao redor.
Soltando o ar e apertando os lábios, frustrado, Robby saiu do prédio.
Pelo o que ele conseguiu deduzir do rastro de roupas e embalagens vazias, ela saiu para fazer compras, e para isso pegou roupas no roupeiro da tia dele para se disfarçar, então ele só precisava saber para qual mercado ela foi e procurar por alguém vestindo roupas maiores que seu número. O que seria mais fácil de saber se ela tivesse perguntado uma dica pra alguém e se esse alguém estivesse por perto para Robby perguntar.
Ele olhou para os dois lados da rua, não havia ninguém que não fosse transeuntes, sem chances de ela ter perguntado pra qualquer pessoa ali.
Robby então resolveu fazer o que ele acredita que ela fez, seguiu o seu instinto e foi pra direita, caminhou duas quadras, parando em cada esquina e olhando pra todos os lados observando qualquer sinal de um mercado ou venda que poderia chamar a atenção de Sam.
Ele conhecia o bairro, sabia onde tinha um mercadinho que era seguro entrar mas precisava ter certeza que ela não acabou indo pra outro. Atravessou outra quadra até uma esquina vazia e de lá conseguiu ver à esquerda uma placa do mercadinho.
Ela provavelmente seguiu para lá.
Respirando fundo ele fechou o moletom e puxou a touca, olhando para os lados antes de seguir para o estabelecimento que uma vez ele e amigos furtaram.
A dez passos do mercado, ele notou que não havia muito movimento ali, o que significava que seria fácil achar ela se estivesse lá dentro, mas ao mesmo tempo seria difícil não ser percebido e até reconhecido.
Enquanto mordia os lábios tentando se decidir se entrava lá ou não, Robby ouviu um risinho que ele reconheceria em qualquer lugar.
Olhando por sobre os ombros, ele esquadrinhou a rua atrás dele.
Haviam ali uns tipos conversando e rindo no meio da rua da outra quadra, duas crianças vindo na sua direção correndo, e o que parecia ser uma prostituta na direção oposta a dele em um vestido roxo cintilante que era basicamente uma minúscula saia e um top, com tiras cruzadas cobrindo o abdômen e parte das costas, o cabelo preso no alto da cabeça num coque solto e cheio de cachos.
Ele mal lembrava de ela ter passado por ele, seus olhos estavam focados em qualquer figura baixa e delicada, como a Sam.
Respirando fundo ele voltou a se virar para frente e deu um passo em direção do mercado, parando quando o cérebro dele pareceu acordar para um fato: prostitutas não saíam vestidas assim para mercados, pelo menos não de dia.
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Meu coração é seu. - Uma Samrobby canonverse au
FanfictionSam perde o controle, após perder o torneio mesmo tendo jogado limpo, o pai perder o Dojo, Miguel ter desaparecido para procurar o pai sem nem mesmo falar com ela antes e com Robby ainda magoado com ela, a jovem Larusso decide não seguir mais as reg...