neve. - AU - cynonari.

Cap 1

O inverno acabava de começar e o frio consumia as ruas de Nova York. Tighnari estava em seu apartamento, completamente sozinho. Nem um som, nem uma sequer alma viva. Somente Tighnari, seus pensamentos e seu chocolate quente na caneca branca com florzinhas e rostinhos a decorando. Seu corpo por ser de um animal que vem do deserto era sensível ao frio, mas o garoto amava essa sensação.

22:56. Amanhã é segunda. - Pensou desviando o olhar da janela, pegando seu celular na mão, logo de após olhar as horas. Analisou o wallpaper do telemóvel, vendo o motivo da confusão da calmaria que era sua vida. Cyno.

Deu o último gole do chocolate quente guardando o celular e suspirou fundo, caminhou lentamente descalço pelo apartamento escuro e colocou a caneca na lava louças automática.

Me pergunto como ele vai reagir depois que eu dizer a verdade. - Seu coração bateu forte ao lembrar, mas o garoto parou de enrolar e se direcionou para o quarto escuro, iluminado somente pela luz da noite que passava pela janela fechada, porem com as cortinas abertas.

Acontece que Tighnari sempre foi sozinho. Toda sua vida foi resumida em solidão... Mas desde o primeiro ano do ensino médio isso mudou. Um cara da pele bronze com olhos vermelhos flamejantes e cabelos brancos chegou e começou a bagunçar aquele quarto vazio e quieto que era a vida de Tighnari. Logo após ele trouxe uma garotinha de cabelos esverdeados e de olhos rosas.. Depois um leoa flamejante de olhos claro acompanhada de uma garota ruiva vermeha com olhar de oceano... E por fim, um cara alto, estranho, musculoso que vive de fone com olhos verdes e cabelo acinzentado. Esses eram seus amigos.
Cyno, Collei, Dehya, Nilou e Alhaitham. Cinco, bastante não acha? Para o Feneco que nasceu e cresceu sozinho era demais.
E como se não bastasse eles chegarem assim, um deles resolveu ousar mais e roubar a cena — mais especificamente, o coração do doce e solitário Nari. — e assim, desde sempre o garoto foi apaixonado em Cyno. Não que Cyno fosse alguém super apaixonável, mas sim que seu jeito idiota conquistou o feneco sem o deixar uma saída. E agora eles estavam no terceiro ano. Tighnari não aguentava mais a dúvida batendo em sua cabeça, então resolveu dar um ponto final nessa história toda. Passou duas semanas inteiras escrevendo a carta perfeita. Caligrafia bem feita, palavras escolhidas de forma cuidadosa, papel enfeitado, envelope desenhado e feito a mão e por fim o perfume com um beijinho como toque final.
Ele e Cyno tinham uma relação duvidosa. Não eram um casal, mas também não eram "apenas amigos", pelo menos aos olhos de Nari não.
Cyno o cantava, paquerava e flertava com ele, mas ao mesmo tempo que parecia sério parecia só uma brincadeira — deixando o garoto de cabelos curtos mais confuso ainda.

A neve começou a cair e o céu a clarear.

Bom dia Tighnari! Já é segunda feira. - Dehya acordou o garoto com um sorriso reconfortante, o lembrando que ela havia dormido em seu apartamento noite passada. - Vamos levanta! Fiz o café pra gente. Não demora. - A leoa soava como uma irmã mais velha, o que tirou um sorriso pequeno dos lábios do feneco.

Dehya saiu de seu quarto. Tighnari se sentou na cama se espreguiçando, um bocejo saiu de sua boca, por fim, se levantou da cama e foi tomar um banho rápido, escovou os dentes e logo foi até a cozinha estilo americana, reencontrando Dehya.

Bom dia Dehya. Obrigado pela comida. - Sua voz finalmente saiu e Dehya sorriu largamente.

Você não precisa me agradecer. Só coma logo antes que esfrie. - Assim que o feneco se sentou ao lado da mais alta recebeu um cafuné da mesma.

Dehya dormiu ali noite passada por que notou que Tighnari estava tendo um surto depressivo e então se viu na obrigação de cuidar do seu "irmãozinho mais novo". A garota se importava demais com o feneco, realmente o vendo como um irmão mais novo.