Eu não sei o que escrever. Poderia escrever o quão fula estou da vida, mas vou apenas preencher esta carta com as primeiras palavras que me vier a mente.
Estou. Fula. Da vida.
No momento, não sinto raiva. Apenas sinto o desejo incontrolável de gritar; gritar para todos os lados e para todos os rostos que eu ver pela frente. Um sentimento de repúdio que veio do nada, não entendo porquê mas simplesmente acontece.Quero dar tudo de mim para não afetar os outros ao meu redor. Não sei. Talvez eu esteja no modo giratório onde não consigo controlar minhas emoções. Tudo de mim só desaba. Meus sentimentos, minha fúria, minha fome.
Não pode ser normal. Mas não é incomum. É só uma fase, sei que vai passar. Porém essa mistura de dor e ódio que circula dentro de mim me faz chorar. Acontece com quase toda mulher, acontece o tempo todo.
Logo depois dessa tempestade de emoções, vem a dança da felicidade; o ritmo nos agita, faz a gente vibrar. Me sinto mais leve e mais solta. Dançando a luz do dia depois de um alívio exorbitante. Nosso sangue ferve em nossas veias, muita das vezes escorre sem permissão.
Precisei de um tempo para entender, precisei repensar e compreender o que acontecia comigo. Na minha família, há três mulheres: Eu, minha irmã e minha mãe. Todas sangramos juntas.
Um período que acaba por acaso; estamos todas juntas nessa jornada. Que vem conosco, se intensificando mais e mais.
Acabei de descrever a menstruação.
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Cartões por Lily
RandomDe mim, para mim. Se quiser, também pode ser seu. O mundo é de todos nós. O Mundo, por Lily. Em breve, na Amazon.