Capítulo 1

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Centro comercial de Musutafu, dia 18/09/2056, 18h43

Um jovem de cabelos cacheados, em tons de verde, andava pelas ruas reluzentes da cidade calmamente. Ele pegou um isqueiro de seu bolso junto com um cigarro, acendendo-o logo em seguida. Era mais um dia comum, de um rapaz com uma vida ruim comum, em uma comum cidade do Japão.

- Que inferno, se eu calculei certo, faltam... Droga, como vou arrumar 52.638.948 dólares? Tem o aluguel, e as despesas médicas...- Ele riu de si mesmo, soprando a fumaça da boca enquanto se afastava cada vez mais da parte bela e iluminada do centro comercial - Esse médicos desgraçados, não... Aqueles pirralhos vagabundos que acabaram com a minha vida financeira, se eu encontrar os pivetes que quebraram a perna do Katsuma eu juro que eu-- De repente, Izuku ouviu gritarias próximas a si. Entediado ele olhou em direção a confusão. Foi uma visão um tanto fora do habitual, no mínimo perturbadora, ele precisou esfregar os olhos algumas vezes para ver se não estava divagando.

"O que tinha nesse cigarro? Maconha? Cocaína?" Pensou.

Só podia estar sob o efeito de alguma droga forte, afinal como explicar o que estava acontecendo bem na sua frente?

Um barulho estranho veio de trás do rapaz, então curioso, ele virou e simplesmente viu um cara rosnando e correndo pelo meio da rua. Izuku estava afastado demais para enxergar algo direito, e com várias pessoas se reunindo próximo a confusão tentando gravar a cena, se tornou ainda mais ilegível o cenário a frente. Ele claramente ouvia os gritos sinistros do homem, aqueles do tipo de filmes de terror, mas não enxergava claramente seu rosto, apenas algumas partes do seu corpo manchadas de sangue.

- Mas o que... É uma daquelas pegadinhas da TV? Ou aqueles youtubers babacas que não tem o que fazer? - Ele Bagunçou os cabelos irritado e sem paciência voltou a andar. O jovem tinha mais o que fazer do que assistir aquele show de horror, era aniversário de sua irmã e ele prometeu comprar frango frito para a família comer junta naquela ocasião especial, precisava arrumar um bico de última hora, comprar a comida e voltar a tempo de, no mínimo, cantar um parabéns antes da meia noite.

"BAM!!"

Uma batido alta ressoou na rua, chamando novamente sua atenção. Sem paciência ele virou se perguntando o que seria dessa vez, apenas para se deparar com uma cena mais bizarra do que a anterior, com cara de cachorro ambulante atravessado no vidro do carro. O homem dirigindo gritou assustado, enquanto os outros continuavam a filmar.

Foi horripilante ver uma pessoa entre o vidro de um automóvel, com sangue escuro por toda a parte, enquanto seus membros estavam imóveis. Se Izuku não tivesse presenciado coisas piores que essa no "trabalho", bem, provavelmente ele teria caído em choque como a senhora ao seu lado. Mas ele era um sobrevivente, e aprendeu muito cedo: "se não tem nada haver com você, ou não vai te causar problemas, mete o pé e não enfia o nariz nos pepinos de outra pessoa"

- Ele morreu mesmo? O que esses caras não fazem por visualizações? - Riu descaradamente, antes de pensar sobre o que disse e considerar sua própria e patética situação - O que eu não faço por dinheiro?

- Meu deus! Ele tá mordendo o cara do carro! - Alguém gritou histérico.

" Então porque não vai lá ajudar ao invés de gritar no meu ouvido, cuzão? É porque tá na cara que é tudo falso."

Gritarias podiam ser ouvidos junto aos rosnados do cara maluco, que obviamente não estava morto. Izuku pensou ser muita idiotice para uma noite só, visto que com certeza tudo não passava de uma armação das mídias para pregar uma peça na população, portanto, simplesmente continuou seu caminho colocando os fones fuleiras no ouvido, a fim de não escutar a barulheira irritante. Provavelmente até o cara dono do carro estava envolvido nisso, quem sabe trabalhasse na equipe de produção ou coisa do tipo. Enfim, não tinha nada haver com ele, naquele momento suas prioridades eram outras.

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