Musutafu, periferias, 18/09/2056, 22h43
Izuku freou a van em uma velocidade assustadora, automaticamente empurrando seu corpo para frente em movimentos bruscos.
- Mas que droga é essa?! - Esbravejou. Ele não sabia exatamente o que sentir naquele momento: raiva, medo, ansiedade, ou talvez tudo junto em uma grande bola de neve - Merda! - Decidiu rapidamente que a melhor coisa a se fazer naquela situação era, esconder o automóvel com os suprimentos e ir a pé, ou melhor, pelos muros e telhas das construções. Logo, retornou lentamente o veículo para trás decidindo o esconder uma rota de fuga estratégica.
Era uma cena aterrorizante. Vários, talvez centenas, de zumbis cercando seu prédio, subindo lentamente pelas escadas e indo em direção a um dos apartamentos que pegava fogo. O seu apartamento. Os monstros cercavam pelo menos quase todas as ruas e desvios que ele poderia usar, e o barulho dos rosnados parecia atrair cada vez mais deles, o jovem tinha que se apressar. Então, Izuku decidiu não pensar em mais nada, apenas em como chegaria lá, e ele precisava fazer isso rápido, de qualquer jeito seus irmãozinhos estavam todos esperando por ele.
O jovem respirou fundo antes de pegar seu bastão improvisado e seguir rumo as casas, escalando um dos muros para poder seguir despercebido pela multidão de mortos-vivos. No começo, a cautela e o medo de ser notado o fizeram adotar movimentos lentos e sorrateiros, porém, assim que percebeu a ignorância dos zumbis a ele, o rapaz avançou cada vez mais rápido e quando reparou já pulava de muro em telhados, correndo como um louco. Pela primeira vez na vida, ele se sentiu grato aos donos das lojas que o espancavam no passado por roubar comida, e aos trabalhos de merda que teve de se sujeitar a fazer, do contrário não teria adquirido as habilidades físicas para isso. Um tanto ofegante, ele parou por alguns segundos para retomar o fôlego e medir a distância que faltava para chegar, felizmente se mostrando curta, talvez mais duas casas e ele com sorte conseguiria pula direto para o segundo andar do prédio esfumaçado. No entanto, o cheiro podre de carne morta chemou aos seus sentidos, fazendo-o mais uma vez ficar enjoado e com o estômago embrulhado ao relembrar os momentos de sufoco anteriormente. Ele se distraiu, equando estava prestes a se recuperar e retomar o caminho seus pés cederam coincidentemente em uma telha solta.
"Não, por favor..." Suplicou ao vê-la escorregar e cair diretamente no chão antes que pudesse alcançá-la.
O barulho foi alto. Alto o suficiente para atraí-los e fazer alguns deles andarem em sua direção.
- Tá tudo bem, eles não vão conseguir me pegar aqui... É só eu continuar e-- Antes que pudesse terminar a frase, o garoto se assustou com uma mão subitamente agarrando seu tornozelo. Ele olhou para baixo surpreso e viu que realmente era uma mão necrosada o puxando, bem no local da telha faltando. O medo pareceu se apossar de seu corpo naquele mísero instante, e somado ao balanceio repentino causado pela força do morto, foi o suficiente para desequilibrá-lo, jogando seu corpo sobre os objetos e criando mais barulho, mas Izuku estava ocupado demais tentando se segurar em algo para não cair enquanto seu corpo rolava do telhado direto para o chão, fato que infelizmente se concretizou - Porra! Que...merda..! - Grunhiu de dor, era difícil até mesmo respirar, visto que a queda da altura de uma casa não era brincadeira.
Mas ele sequer teve tempo de sentir dor ou se acostumar com ela, porque dezenas de zumbis surgiram no beco da residência indo em sua direção persistentemente. Ele pegou o bastão, se apoiou nele, e com muito esforço conseguiu levantar e continuar a andar, tinha que sair rápido dali se não quisesse virar uma daquelas coisas, e sabia que a probabilidade dele ter forças para escalar uma casa novamente era quase nula. Logo, a única opção restante foi tentar se guiar usando a memorização que a vista de cima lhe proporcionou dos lugares mais lotados dos bichos.
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Oasis de Esmeraldas
Fiksi PenggemarO fim do mundo. "Essa seria a descrição de muitas pessoas para o inferno que o planeta se tornou. Mas pra mim? Não se tornou nada menos do que o paraíso, sem contas pra pagar, sem ter que se preocupar com bandidos ou mesmo aluguel. Esse sim é o meu...