Capítulo 7

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Mackenzie

Eu levei horas para listar tudo o que eu podia estar fazendo. Pintando carros, indo almoçar, indo comer besteira, passeando pela cidade só porque podia, indo para casa assistir filme depois de ver que não aguentaria mais cinco minutos no frio... Conversando com Anton.

Não culpo May pelo que aconteceu, afinal eu tinha que admitir que lá no fundo eu desejava voltar e vê-la, nem que fosse por alguns minutos quebrados. Eu desejei isso e como consequência fui parar nas mãos do inimigo do meu pai também conhecido como Elijah Walsh, o mafioso idiota

Ele era dono da maioria das lojas e cassinos, comandava a parte escura da cidade onde só os bêbados, jogadores, prostitutas e trapaceiros entravam. Ele era chefe de uma máfia conhecida como Shadow. Apenas os homens mais confiáveis entravam em sua lista, os outros eram apenas moscas em seu prato

Eu sempre tinha odiado seu sorriso, assim como seu filho mais velho, Jordan Walsh, ele era mal, mas não do tipo assustador, estava mais para aquele cara que sabia que deveria se esforçar para conseguir um lugar ao lado do pai querido. Então ele sempre chamava atenção de Elijah, seja por suas notas altas, ou por apenas matar o que estava incomodando o pai

Já o filho mais novo... Drake. Eu não me lembrava dele. Quando o vi no bar, era apenas como uma imagem embaçada. Ele tinha sido divertido, levemente perturbador. Urgh, eu tinha gostado da conversa. Me arrependo amargamente de ter dedicado dois minutos inteiros com ele

Olho para as paredes vazias de cor e inclino a cabeça para trás, o movimento fazendo com que meus braços reclamem da posição. Eles tinham me entregado um prato de plástico com uma massa nojenta no meio, além de água a qual não recusei

Fora isso, eu estive sozinha, com meus pensamentos sufocantes e aterradores. Fecho os olhos com força contando até vinte e então de trás para frente. Eu iria passar por isso, de uma forma ou de outra. Eu só me arrependia por não estar no casamento de Anton. Ele teria que me perdoar por isso

Abro os olhos levantando a cabeça e olho ao redor, aquilo tinha sido um tiro? Aguço meus ouvidos o máximo que posso e assim que escuto o mesmo barulho começo a esfregar os pulsos. Merda, merda. A corda esfrega em meus braços já doloridos e vejo com uma careta os cortes aparecerem em pequenas gotas de sangue

Continuo esfregando ignorando as pontadas e levanto a cabeça bruscamente quando a porta se abre batendo na parede e voltando. Um homem de quase dois metros corre em minha direção e eu arquejo quando ele me derruba batendo minha cabeça na superfície fria

Seus dedos agarram meu pescoço e eu me esperneio tentando fugir do seu aperto antes que seja tarde demais. Mas nada me ocorre, a não ser que o meu pai o mandou. O mandou com apenas um proposito: Me matar

Chuto sua perna e ele resmunga apenas aumentando o aperto, chuto mais uma vez deslizando o pé e ofego rouca quando ele sai de cima de mim. Pisco os olhos balançando a cabeça tentando recuperar o fôlego e tossindo vejo o relance de uma arma antes que um tiro ressoe perto do meu ouvido esquerdo. Me afasto quando algo toca em mim e com um grito tento afastá-lo

— Ei — paro ofegante e vejo Drake em cima de mim — Sou eu — engulo em seco sentindo minha garganta se fechar e tusso um pouco mais fazendo com que ele estreite os olhos — Consegue andar?

Aceno fracamente com medo de falar e ele me desamarra segurando meu pulso cortado, solto um guincho antes de parar e ele me observa olhando para baixo. O barulho de gritos e tiros se abafam e eu respiro. Eu respiro. Estou viva... Ainda

Drake me encara por mais alguns segundos e então sua mão desce do meu pulso para a minha mão me puxando para fora, tropeço em meus pés tentando acompanhá-lo e derrapo um centímetro a mais quando ele para no final do corredor. Arregalo os olhos me abaixando e olho vendo a faca enfiada na parede atrás de mim

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