Capítulo 23

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Mackenzie

A casa de Max era um labirinto de coisas caras e brilhantes. Corredores com carpetes macios, papel de parede em tons claros, lustres com pingentes de cristais, portas de madeira com trincos de cobre. O quarto que escolhi tinha uma cama com dossel que pareceria vir de um filme, o tapete branco e o guarda roupa em tons escuros contrastava com o quadro estranho do outro lado da parede

Eu deslizei para dentro do banheiro jogando água no rosto e pescoço, vendo o vestido brilhante contrastar com minha pele morena. Meus cabelos estavam bagunçados e nem parecia que tinha apenas se passado horas desde o ataque na boate

Olho para as minhas mãos molhadas e penso no que Drake deve estar fazendo lá embaixo. Eu não estava com pena de Mason e Cameron, eles mereciam retaliação, mas mesmo assim... Fecho os olhos jogando a cabeça para trás e depois de um segundo eu saio do banheiro

A porta do quarto continua fechada, mordendo o lábio, vou até a janela e me sento no sofá adaptado puxando as pernas e apoiando o queixo em meu joelho. Um segurança ronda os jardins e de novo eu me pergunto como Drake conseguiu isso

Dinheiro, provavelmente

"O cofre está seguro em outro lugar"

A mensagem repercutiu em minha cabeça de novo e por mais que eu tentasse bloquear ela acabava voltando. Eu sabia onde estava agora, eles eram idiotas o bastante para colocarem lá. Me surpreendia que Salomon tinha aceito isso, ele devia estar nervoso demais com minha volta

Sorrio e bufo olhando a janela de novo

A mudança é perceptível. É o seu perfume que eu sinto primeiro. Forte, marcante. Logo depois o calor. Eu me lembrava do beijo, dos dois beijos. O segundo foi ainda melhor e até mesmo a lembrança fazia com que meus dedos dos pés se encolhessem dentro do sapato

Drake se aproxima ficando ao meu lado e eu engulo em seco sentindo minha barriga se contorcer e meu coração bater um pouco mais forte. Tão ferrada

— Eles estão vivos? — pergunto sem me importar se ele pegou minha voz falhando

— Ainda

— Bom — respondo e sem me virar eu diminuo o tom de voz — Como posso acabar com isso?

Ele não responde então me viro pego-o encarando a janela atrás de mim, mas sobre o meu olhar ele se vira, mãos nos bolsos, pose casual. Sem sentir nada aposto

— Receio que a resposta é óbvia princesa — ele responde arqueando uma sobrancelha. Me levanto e me afasto dele

— Claro que sim, entrego as respostas para seu querido papai e ele me liberta — giro e pego seu olhar em mim. Ele derretia qualquer coisa em segundos com aquele olhar — Acredite Drake, eu não sou tão inocente assim

— Não sou eu quem faz as regras Mackenzie — seu tom duro e frio faz meu sangue correr mais forte e eu estreito os olhos

— Claro que não, ou seria tudo diferente, não é?

Drake se aproxima depois de ouvir meu sarcasmo e em duas passadas longas ele me alcança, eu prendo a respiração vendo sua boca perto demais da minha

— O que você quer que eu faça? — ele pergunta e eu engulo em seco — Que eu proteja você? Que eu sinta pena de você? Sinto muito princesa, não sou um príncipe encantado

— Acredite, eu sei

Ele me encara, seus olhos escuros fixos nos meus e então, tão lentamente, seus olhos deslizam para minha boca e eu quase posso ouvir nossos corações batendo na mesma sincronia. Ódio e algo que eu não tinha ideia do que seria permeia o ar com algo do qual nenhum dos dois quer fugir, é como uma droga, rapidamente viciante, rapidamente degradante. Estávamos lutando com algo que nem ao menos reconhecíamos

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