Capítulo 2

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Drake

🗡

Eles já estão mortos

Não é novidade, eles sabem disso e sei dizer porque reconheço esse olhar. Pavor misturado com raiva e desespero. Era divertido quando eles se soltavam, os corpos batendo um contra o outro, suor escorrendo pelo rosto, gritos e atos de insanidade

Seres humanos e suas atitudes previsíveis

— Vou perguntar uma última vez — Elijah fala, os braços cruzados sobre o peito, pernas afastadas, camisa dobrada até os cotovelos, cabelos com mechas grisalhas. Ele era a imagem nítida de alguém com poder — Onde vocês esconderam a carga?

Um dos americanos cospe no chão e eu enfio as mãos nos bolsos. Eu não iria me intrometer nisso. Estava cansado, não tinha dormido por dois dias seguidos, e a porra do meu carro estava no concerto. Então não, eu com certeza não iria me intrometer

Sigo os movimentos de Jordan e me forço a me manter parado quando vejo sua faca cintilar por alguns segundos antes de parar na garganta do que cuspiu. Sangue pinga do seu pescoço e eu vejo a trilha vermelha aumentar em sua camisa coberta de suor e vômito

Jordan Walsh era a cópia de Elijah, com sua postura impulsiva, cabelos loiros escuros e olhos castanhos que chamavam a atenção das mulheres com quem convivia. Ele era o filho mais velho perfeito para andar de mãos dadas pelas ruas.

— Drake limpe isso — Elijah resmunga em minha direção e eu inclino o queixo para cima antes de vê-los deslizando para fora da sala. É claro que eles deixariam o último comigo, e é claro que deixariam comigo a parte da limpeza

Afinal, eu era o contrário de tudo o que meu pai representava. Prendendo um suspiro irritado sinalizo para um dos seguranças e ele sai silenciosamente trancando a outra porta de saída

Voltando minha atenção para o americano com cabelos vermelhos vejo-o já me encarando e inclino a cabeça para o lado. Diferente do seu colega ele está tremendo, mas não de raiva, apenas medo exala

Uhm, aposto que é com ele que estão as respostas. Inspirando me aproximo mais e ele engole em seco fazendo um som estranho na sala silenciosa

— Foi falta de educação da nossa parte não perguntar seu nome — falo é minha voz soa rouca — Você nos conhece, não é muito justo

— Meu nome não importa

— Claro que importa, nomes exalam poder — tiro a mão do bolso mostrando a moeda e giro-a entre os dedos — E já que você está sentado em uma cadeira prestes a quebrar eu imagino que a melhor solução para melhorar sua imagem seja seu nome

O americano me encara ofegante e eu movo a moeda de novo chamando sua atenção

— Lucas — ele responde em tom baixo e eu aceno

— Nome de um verdadeiro mafioso — estalo a língua e ele engole de novo — Seu amigo não sabia sobre a carga, por isso morreu, sabe disso não é?

Lucas franziu a testa e olhou para o amigo ainda gotejando sangue no chão. Urgh, isso daria trabalho para limpar mais tarde

— Elijah percebeu, por isso o matou — encaro um Luccas que está transpirando um pouco mais com a esperança e forço mais um ponto — Mas você ainda pode sair daqui

— Duvido — ele fala e limpa a garganta — Elijah nunca deixa ninguém vivo

— Verdade, mas comigo é outra história

É uma mentira, é claro. A verdade é bem pior que isso. Mas não digo

— Não acredito nisso — ele fala de novo e eu paro a moeda. Dou de ombros e sigo em direção a porta, meus passos calculadamente desprovidos de qualquer tipo de emoção. Toco no trinco e assim que eu giro eu paro, fazendo o som de um clique

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