P.O.V ZAYN
Prática é fodasticamente brutal.
Estamos nos preparando para o nosso jogo de boas-vindas no próximo final de semana, e tudo que quero fazer depois de sair do vestiário é voltar para o meu quarto e entrar em colapso até amanhã de manhã.
Mas meu colega de quarto tem outras ideias.
— Ah, então você está aqui. Seu telefone está quebrado ou algo assim? — Ele pergunta quando a porta se abre e deixa entrar a luz do corredor.
Gemo e me afasto, caindo como um peixe em terra seca. Não tenho ideia de onde meu telefone está.
Provavelmente no meu bolso ainda, mas se eu me mover para agarrá-lo, tenho certeza de que meu corpo vai se desfazer completamente.
Meu companheiro de quarto não é empático à minha falta de esforço.
— Prática difícil?
Gemo uma nota de assentimento e ele ri. O som traz um pequeno sorriso ao meu rosto, é bom que meu rosto está enterrado no meu travesseiro.
Gosto quando Liam ri. Gosto quando ele fala. Gosto que ele existe, basicamente. Simplesmente não posso apreciá-lo totalmente agora porque eu também quero morrer.
E porque Liam não sabe que eu venderia minha alma apenas para vê-lo sorrir.
Você sabe. O clichê.
— Bem, eu espero que você esteja muito animado para uma festa hoje à noite — diz ele, esperançoso, largando a mochila no chão antes de se sentar na beira da cama.
Uma festa? Por que haveria uma festa? Ou bem. Acho que é uma pergunta idiota. É faculdade. Há uma festa toda noite. Mas Liam não costuma estar tão ansioso para ir a uma festa.
— Que festa? — Eu consigo, as palavras meio abafadas pelo travesseiro.
— Phi Beta Kappa está dando esta grande festa de Halloween. Meio que uma coisa de baile de máscaras, mas com um toque especial: você vai lá, conhece um estranho, então você sobe com eles.
Okay, duas coisas.
Primeiro, o fato de Liam ser um cordeirinho inocente que não sabe dizer "e depois você fode sem sentido" é adorável. Segundo...
— Eu pensei que esse era o ponto de toda festa? — Eu rolo um pouco mais para poder encará-lo.
— Não assim. Ninguém saberá quem você é nesta festa. É totalmente anônimo. Há até mesmo uma casa de fraternidade separada só para rapazes.
Leva a meu cérebro um minuto para perceber o que ele quer dizer com isso. Não são casas de fraternidade geralmente apenas para rapazes?
Mas não, ele está falando sobre a festa. Uma festa de sexo só para rapazes. Onde os caras só estão fodendo outros caras.
Puta merda
Um rubor percorre-me, aquecendo cada centímetro do meu corpo. Por que Liam diria isso mesmo se ele não quisesse que eu fosse especificamente à festa? Ele está me convidando porque me quer?
Porque então eu não teria que vender minha alma apenas para tocá-lo?
Não, idiota. Você provavelmente não é tão discreto quanto pensa.
O fato de que Liam possa saber que eu sou gay dispara um tremor de medo através de mim, apagando completamente qualquer desejo ou excitação que eu sinto. Não deveria importar. Eastshore é loucamente inclusiva, e Liam nunca parece o tipo de cara que se importaria em ter um colega de quarto gay.
Mas é um salto bem curto disso para ele descobrir que eu penso nele pelo menos uma vez por dia.
— É hoje à noite às dez. Eu lhe dei o convite. Vou tomar um banho.
Ele se levanta, a cama saltando um pouco em seu rastro. Enquanto ele vai para tomar seu chuveiro, eu não posso deixar de ver o jeito que sua bermuda abraça sua bunda. Sou sem vergonha, mas pelo menos domino a arte de desviar o olhar antes que ele se vire.
— Você deveria ir, sério, cara — ele diz da porta. — Garotas estarão fazendo fila para você.
Meninas. Não caras. Então meu segredo está seguro, e Liam está apenas apontando um recurso legal que não tem nada a ver com nenhum de nós.
