Era a noite de Halloween na Cidade do Halloween.
Ghouls, goblins, lobisomens e bruxas se reuniram na praça da cidade para esperar o retorno do seu líder, Zayn Esqueleto — o Rei das Abóboras.
Recém-saído de sua noite de susto, Zayn Esqueleto cavalgou até a cidade com sua temível fantasia de abóbora, em chamas. A admirada multidão de monstros aplaudiu quando Zayn saltou do seu cavalo de madeira e apagou as chamas em uma fonte.
— Grande Halloween, pessoal! — disse o Prefeito, que tinha duas caras.
— Acho que foi o mais horrível de todos! Muito obrigado, meus amigos — completou Zayn Esqueleto.
— Não, obrigado a você, Zayn — respondeu o Prefeito.
Todos na Cidade do Halloween pensavam que Zayn Esqueleto era um maravilhoso Rei das Abóboras e mal podiam esperar para dizer o quanto o adoravam.
— Você é mesmo pavoroso, Zayn! — falou um vampiro.
— Você é o sonho de toda bruxa! — gritou uma bruxa.
Do outro lado da multidão, um boneco de pano chamado Liam observava Zayn com o coração cheio de saudade. De repente, alguém agarrou o braço de Liam.
— A beladona venenosa que você me deu já estava velha, Liam — ele disse.
Era o Dr. Finkelstein, o cientista maligno que criou Liam em seu laboratório. Em troca, ele esperava que Liam fosse seu companheiro — para sempre.
— Me solta! — gritou Liam.
— Você vem comigo! — disse Dr. Finkelstein, tentando puxar Liam.
Pensando rapidamente, Liam puxou os fios que prendiam seu braço de boneco de pano, fazendo com que o membro se soltasse. Ele fugiu para o cemitério, deixando o braço bater na cabeça do Dr. Finkelstein.
Na praça, a multidão tentou se aproximar de seu Rei das Abóboras. Logo Zayn se viu cercado.
— Oh, Zayn, você fez as feridas sangrarem e a pele arder! — falou um monstro do pântano.
Mas nenhum dos elogios e alegria importava para Zayn. Assim como Liam, ele também queria escapar. Enquanto o Prefeito fazia um anúncio, Zayn aproveitou para se mandar.
— Bom trabalho, Esqueleto — falou um músico.
— É, acho que sim. Igual ao ano passado, e ao anterior, e ao anterior... — comentou Zayn.
Zayn caminhou desamparado para o cemitério, onde chamou seu animal de estimação, Zero, da sua tumba. Zero era um cachorro-fantasma com um nariz de abóbora que brilhava.
Enquanto Zayn caminhava, ele se gabava para Zero de sua fama em todo o mundo como o rei do horror. Mas Zayn estava entediado de fazer as pessoas gritarem o tempo todo. Ele queria mais do que ser o Rei das Abóboras.
Zayn sentiu que algo estava faltando em sua vida. Ele pensava que ninguém na Cidade do Halloween poderia entender. Mas alguém entendia.
Ninguém pode negar que no que faço, sou o melhor
Meus talentos não preciso provar
Sou o rei das surpresas
Na escuridão, faço tudo com muita maestria
Basta só um simples gesto com a minha mão
E o medo surge no olhar
Sei fazer um adulto sentir terror
Feito uma criancinha a chorar
Mas ano após ano é tudo igual
E já não aguento esse festival
E eu, o rei do horror
Quero algo mais, algo superior
