O mundo não costuma pegar leve com as mulheres, não mesmo, por mais que a sociedade tenha evoluído, ainda podemos perceber resquícios do machismo enraizado nela. Sakura Haruno havia acabado de ser promovida ao cargo de tenente à frente de umas das principais delegacias de Tokyo.O respeito não vinha da forma que deveria, principalmente dos homens, abaixo de sua patente, que sempre comentavam entre eles "ela deu pro Capitão, pra conseguir esse cargo." Essas falas, a machucava muito mais do que eles poderiam imaginar, abriam feridas na alma, mas Sakura mantinha-se firme, nunca abaixava a cabeça para nenhum deles.
Nascida em berço de justiça, sua mãe foi uma exímia advogada criminal e o seu pai um grande detetive e posteriormente um excelente delegado. Cresceu nesse meio, ela e seu irmão Sasuke, adotado com dois anos de idade.
Com os dois não foi diferente, seguiram os passos dos pais, ela seguiu a carreira como policial e Sasuke tornou-se investigador forense. Seus pais foram assassinados brutalmente por bandidos envolvidos em um caso sem solução, até os dias de hoje. E desde então os dois irmãos cuidam um do outro.
O Haruno se casou, há 2 anos anos com Karin, uma médica cirurgiã muito bem sucedida e linda. Sakura diferente do seu irmão não se casou, nunca firmou um relacionamento com ninguém, atualmente estava morando com um rapaz Sasori, mas a relação entre eles estava bastante conturbada, Sakura sentia que tudo estava indo por água abaixo.
Diante os últimos acontecimentos e casos que sua delegacia estava resolvendo, por consequência da promoção, mais uma exigência do cargo, por ordens de cima ela foi submetida a procurar um psicólogo.
Escolheu o psicólogo Inoichi Yamanaka, que trabalha em parceria com a polícia e coincidentemente é pai de uma grande amiga.
- Sakura Haruno. - disse o homem à frente com as pernas cruzadas, um caderninho em mãos e ajeitando seus óculos. - Me conta como foi o seu dia hoje.
Ela bufou revirando os olhos, tirou seu distintivo e sua arma colocando em cima da mesinha de centro.
- Falhamos mais uma vez em encontrar o justiceiro, ele continua por aí fazendo o meu trabalho.
- Eu acompanhei no jornal. - ajeitou os óculos novamente. - Ele matou um homem que abusava da filha de cinco anos. Como você se sente sobre isso?
- Você quer saber se eu concordo com as coisas que ele faz?
- Quero saber como você se sente.
- Doutor, eu não sei como me sinto. - deu os ombros. - Quando eu encosto a cabeça no travesseiro eu acabo concordando com a opinião pública que o que ele faz é correto. - ela sabia que podia falar tudo que pensava de fato, pois o que fosse dito naquela sala, ficava por lá. - Mas quando eu acordo e recebo a notícia que ele matou mais um, eu me sinto frustrada, por saber que tem alguém ai fora, fazendo o justiça com as mãos, fazendo a lei e não eu, sabe, isso é estranho!
- Você concorda com o fato dele tirar a vida dessas pessoas, mesmo elas sendo assassinas, estupradores...
- Não! - ela o interrompeu. - Claro que não! Esses criminosos tem que ser julgado e levado à prisão, esse justiceiro age como se fosse um Deus.
- O que te deixa com raiva é o fato dele encontrar os outros criminosos na sua frente ou o fato dele fazer justiça com as próprias mãos? - a olhou fixo anotando algo em seu bloco.
Sakura jogou a cabeça para trás no sofá.
- Ele me humilha. - disse baixo. - Todos os dias que eu chego na delegacia tem olhares me julgando como se esse porco assassino fizesse melhor o que eu faço. - sua voz se irritou completamente. - E pra piorar eu tenho uma porra de uma buceta entre as pernas o que faz aparecer que sou inferior! - falou irritada.
- E você é?
Ela arqueou a sobrancelha.
- Não. Tudo que eu consegui até hoje, foi com meu esforço e estudo, sempre fui número um nas classes, sem fui a melhor atiradora, sempre fui boa em tudo, mas pra eles eu subi na vida cavalgando em algum macho escroto com cargo acima do meu. Como eu odeio os homens. - bufou. - Desculpa, doutor.
- Tudo bem. - ele riu. - E todos pensam assim, Sakura?
- Sim, até as mulheres, que eram para dar apoio, exceto meu irmão. - ela sorriu.
- Seu irmão. - observou a expressão boba no rosto da garota, dava pra ver a admiração dela por ele. - Como é a relação de vocês dois?
- Sempre foi muito boa, ele sempre foi meu porto seguro. - as mãos delas se encontraram e se apertaram. - Sasuke sempre esteve por perto, sempre. - ela passou a mão no rosto tentando conter a emoção. - Ele é tudo que eu tenho, doutor, tudo que restou dos Harunos.
O homem anotou em seu caderno e voltou olhar a paciente que estava visivelmente emocionada, tinha mudado completamente suas emoções e feições ao falar do irmão.
- Muito bem, quer falar algo mais? - Perguntou gentil a moça.
- Não, acho que por hoje é só.
Inoichi sorriu e levantou da sua cadeira.
Sakura pegou sua arma e distintivo e cumprimentou o homem, abriu a porta e saiu.
Essa era a sua segunda consulta, começava assim, vinte minutos as duas primeiras e depois o tempo aumentava.
Não era como se Sakura amasse essas consultas, mas inegavelmente saia mais leve delas. Seguiu para seu carro e dirigiu até seu apartamento, há alguns dias, estava dividindo aquele espaço com o namorado, que fora despejado de sua moradia.
Sasori, era um homem atraente e muito bonito, mas como todos, tinha algum defeito, não parava em emprego algum, sempre arrumava uma desculpa e saia, sem nem ao menos completar um mês, Sakura estava cansada dessa atitude infantil do namorado, mesmo dando abrigo para ele, precisava que Sasori criasse responsabilidades e crescesse.
Estacionou o carro, em sua vaga e desceu, ao abrir a porta de sua residência, sentiu o cheiro predominando de...
- Ah não pode ser! - logo se irritou, seu sangue ferveu, ficou completamente irritada, a sala estava um caôs, com copos e resto de comida, espalhados na mesinha de centro. Almofadas jogadas pelo chão, uma bagunça.
Sasori deitado no sofá, dormia feito uma criança.
Sakura bateu a porta com tudo, fazendo um barulho imenso, mas o homem nem se mecheu, caminhou a passos largos até ele e o levantou com apenas uma mão, sempre foi forte, mas os constantes treinos a deixaram ainda mais.
Sasori abriu os olhos assustados e Sakura o jogou no sofá.
- Que merda, você pensa que tá fazendo na minha casa?
- Calma, amor. Eu vou arrumar.
- Você fumou... - o cheiro adocicado lhe dava ânsia de enjôo. - Que porra!
- Foi só uma ponta... - tentou se explicar.
- Cala a boca! Eu tô cansada desse inferno, eu saio pra trabalhar cedo, chego em casa cansada e isso? Pra mim já deu. - uma veia de aborrecimento saltou em sua testa, não demorando muito para o seu rosto ficar todo vermelho, faltando sair fumaça.
- O que você quer dizer com isso?
- Que já deu esse relacionamento, pega as suas coisas e some da minha vida.
- Mas... eu não tenho pra onde ir.
- Se vira! - Deu o ultimato, saiu da sala trêmula, gostava do rapaz, mas estava farta de tudo.
Sasori permaneceu sentado, olhando o nada, até que se levantou.
- Amanhã passo pegar minhas coisas - disse isso e saiu, ele tinha certeza que no dia seguinte a namorada mudaria de ideia, era sempre assim.
Sakura ao ouvir a porta se fechar, desabou sobre a cama chorando muito, tanto pelo término, quanto por sua vida amorosa medíocre. Precisava de afeto e o único que conseguia lhe dar era seu irmão, pegou o celular e ligou pra ele.
- Sasuke, eu preciso de você - falou desesperada, aos prantos assim que ele atendeu.
- Calma, maninha. Onde você está? - perguntou aflito.
- Em casa.
- Estou indo aí te buscar, hoje você dorme aqui em casa.
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IRMÃOS - Sasusaku
Fanfiction| Escritores - MaruHubi - SenjuDebochada| |Sasusaku| Irmãos adotivos | policial | Mulheres no poder| Investigação| Sakura Haruno - 34 anos-, alcançou a tal promoção que almejava, promovida a Tenente, uma tarefa nada fácil da qual se preparou po...