Neji o detetive

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O pensamento é o ensaio da ação.
~Sigmund Freud


Se uma ação vem antes dos nossos pensamentos, as consequências podem ser destrutivas. Querendo ou não, todos estamos expostos a escolhas erradas, uma hora ou outra aprendemos ao percorrer da vida. A conversa com o psicólogo dessa vez não trouxe alívio, todavia, evidenciou algumas questões dolorosas que martelavam em seu íntimo. Sim Sakura! É preciso se manter racional, essa é a palavra de ordem do momento. Deixar de lado seus pensamentos pessoais e todos esses confrontos internos com relação ao irmão e focar na investigação, como diria seu pai, matar um leão de cada vez, e tudo entraria no eixo novamente.

Atravessou de calçada e deu sinal para um táxi, um Nissan Versa, assim que entrou inalou o cheiro de couro, aparentemente carro novo. Sentou-se no banco da traseira, passando e endereço do destino: uma cafeteria ao lado da delegacia, no final das contas tinha até sido bom não ter ido de carro naquele dia, assim não precisava se preocupar em dirigir, poderia tentar colocar sua cabeça para pensar um pouco mais.

Enquanto o mundo passava desfocado lá fora, Sakura organizava em sua mente os seus suspeitos, mesmo que esses ainda não fossem alvo de investigações oficiais. O primeiro de todos, era Itachi, o repórter intrometido. O que aquele homem pretendia entregando para ela aqueles vídeos? E porque insistia em colocar Sasuke como suspeito? Afinal quem muito quer apontar o dedo, sempre tem algo para esconder. O tal do Uchiha, com aquele olhar prepotente, arrogante, um tanto familiar, que fazia Haruno ter a certeza que estava deixando passar algo quando estava com ele. Aquele seu ar de superior a irritava. O rapaz se achava tão esperto assim? Ao ponto de se aproximar dela e incriminar o seu irmão? Bem, talvez até fosse, mas ela também era e muito, então, definitivamente o repórter acabava de colocar um alvo em sua própria costas, se tornando um dos seus principais suspeitos para investigação. Caso o jogo dele fosse se aproximar, então a Tenente daria brecha, planejaria alguma forma dele acreditar nessa reciprocidade. Em prática, sem parecer que estava querendo algo, porém, queria entrar um pouco no mundo do repórter para descobrir algum detalhe, algo mínimo que também o colocasse na cena do crime, além daquelas gravações que por si só, são extremamente suspeitas.

Também tinha seu irmão, mas só por conta de uma bota? Não é como se aquelas botas fossem algo totalmente exclusivo, apesar de caras, eram vendidas em lojas específicas, mas ainda assim qualquer um podia comprar. Todavia, precisava ficar atenta a tudo, mesmo sendo difícil, tinha que se manter mais fria com suas emoções.

Por fim, sua cunhada, Karin, médica, inteligente, capaz de manusear muito bem um bisturi, óbvio, conhece tudo sobre anatomia e ainda era forte, mais do que Haruno imaginava. Contudo, teria força o suficiente para arrastar um corpo? Ela tinha muitas seringas no carro, o pano com sangue, mas em contrapartida ela é médica, né?

Que merda! O pior que depois de tudo, voltas e voltas sempre terminava no mesmo lugar. Todos podiam ser o justiceiro(a), até mesmo o psicólogo, não é mesmo? Afinal o interesse dele nesse caso era bem grande, e que nas últimas sessões ficaram ainda mais visíveis.

Que porra!, Sakura balançou a cabeça rindo. Estava mesmo enlouquecendo? Ao ponto de colocar até seu psicólogo na roda de suspeitos. Meu Kami! Perdida! Tão perdida! Sentindo-se dando voltas em círculos, não importava o quanto percorria, sempre voltava ao mesmo lugar, sem nada, sem provas, apenas suas frustrações.

O carro estacionou em frente ao endereço indicado, ela pagou e saiu, sorriu ao ver a cafeteria. Se você não tomar um café forte e quente, o seu dia não começou. Abriu a porta e fechou os olhos ao sentir o aroma forte dos grãos recém moídos, misturado com o cheiro doce do chocolate e do açúcar dos donuts. A fragrância que invadia suas narinas, servia para destravar lembranças boas de sua infância. Sentia-se nostálgica.

IRMÃOS - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora