Você me ama?

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Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais: somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos 'sem querer'. ~ Sigmund Freud

Haruno sentiu uma necessidade que a rasgava no meio de gritar! Queria esmurrar qualquer coisa à sua frente! Porra! Seu irmão tinha outro irmão e escondia isso dela, sua cunhada conhecia Itachi também. Qual a possibilidade dos três estarem envolvidos nessa merda? Caralho! Definitivamente estava surtando! Surtando!

Andando de um lado para o outro com todas essas informações a sufocando e sem saber ao certo como funcionava o hospital, Sakura não viu mais escolhas a não ser entrar em contato com seu irmão e, por estar sem o celular, pediu a um dos policiais o dele emprestado e ligou para o mais velho, ele sim, com certeza saberia onde sua esposa estava. Ele tinha que saber! Não é!? O telefone do Haruno tocou uma, duas, três, quatro vezes e caiu na caixa de mensagem. Inferno! Por que não atende essa merda!? Inquieta, a mulher insistiu nas ligações ainda mais duas vezes, todavia em vão. Agora a linha estava dando desligada.

Impossível! Como a porra de um policial não atende um maldito telefone? Deu um riso nasal, quase arremessando o aparelho longe. Era como se tudo cooperasse para incriminar as únicas pessoas que ela tinha como família: seu irmão e sua cunhada. Estaria a tenente pronta para encarar essa realidade? Uma realidade que nem provas tinha. Uma realidade que novamente se encontrava no zero e perdida. Mas não dava pra ficar pensando o pior! Ou dava? Será que algo tinha acontecido com Sasuke? Merda! Tantas e tantas perguntas vagantes, perturbantes e sem respostas. Nada, mais nada na porra da sua vida, fazia sentido! Porém não dava pra aceitar isso, as coisas precisavam se encaixar, de uma maneira ou de outra. Não é possível que ficaria tanto tempo no escuro assim, vendo sua vida como uma espectadora e não podendo fazer nada. Respostas precisavam surgir. A primeira delas, a que mais a incomodava nesse momento, era a ruiva, da qual precisava para ajudar Neji. Sua cunhada amava o trabalho mais do que tudo e dificilmente o largaria para resolver algo que não fosse de suma importância, porém, o que seria tão urgente assim? O sequestro da irmã do seu marido? Poderia ser a Uzumaki realmente a própria Justiceira, que arquitetou um ataque com seus cúmplices? E quem seriam os cúmplices?

AAAAAAAAAH! A vontade de gritar e socar tudo não passava! Sentou-se em uma das poltronas de espera, completamente atordoada, com o pé direito batendo e batendo no chão incansavelmente. Que dia! Que inferno! Respirou fundo tentando se acalmar. Todo seu corpo latejava de dor, principalmente suas costelas e cabeça. Aquela merda do caralho precisava ter alguma explicação. Levou as mãos ao rosto rudemente até chegar aos fios de cabelos rosados e os puxou. Que angústia, que impotência, que frustração!

Com um olhar perdido e os pensamentos a mil, viu a figura da cunhada passar pela porta apressada. Graças a Kami!, foi mais forte do que ela a exclamação. A médica seguia para dentro do hospital, quando seus olhos bateram na irmã caçula do marido, e ela, no mesmo instante, desviou o caminho, indo em sua direção.

- Sakura! - parecia perplexa. - O que aconteceu? Por que está aqui?

A tenente a encarou sem reação, aturdida com tudo. Karin estava com roupas do hospital, cabelos presos, não parecia ter saído de uma tentativa de sequestro, no entanto ela tinha tido tempo hábil de se recompor, enquanto Sakura estava toda suja de sangue do Neji.

- Meu parceiro foi atingido, entrou em cirurgia...

- Oh, meu Deus. Sério? Mas você também não me parece nada bem. Está machucada? Tem que ser atendida, vamos, seu parceiro já está em boas mãos, vou fazer seu atendimento.

IRMÃOS - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora