Inferno

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- E como tem passado?

Sakura parece sair de um longo devaneio ao ouvir a voz de seu psicólogo. Balança a cabeça e sorri levemente, aparentando estar um pouco mais feliz, que na última consulta.

- Está tudo indo bem!

- Ainda está na casa do seu irmão?

Haruno assenti outra vez a cabeça confirmado:

- Sim. Mesmo que eu ache por uns instantes que atrapalho a vida deles estando lá, me sinto tão mais segura, ao lado dele.

- Do seu irmão Sasuke? - o loiro anotou em seu caderno, enquanto olhava atentamente as expressões faciais no rosto de sua paciente.

_ Sim, ele é casado. Acho que já mencionei isso em algumas das minhas consultas. A minha cunhada é médica, está a maior parte do tempo ausente, assim como Sasuke e até mesmo eu, mas eu sei que estou invadindo a vida deles.

- E como se sente, com relação a isso?

- Não posso dizer que me sinto bem, mas também mentiria se dissesse que me sinto mal. É bom estar ao lado de Sasuke e dividir o mesmo teto que ele, sinto uma nostalgia gostosa dentro do meu peito. - aponta para o coração e joga seu corpo para trás.

- Entendo! E qual a sua relação com sua cunhada?

- Karin é um amor de pessoa. Eu gosto dela, apesar de achá-la um tanto fria, para demonstrar sentimentos, mas acho que isso não é um problema muito grande, já que Sasuke também tem essa dificuldade.

- E você? Também sente que é difícil demonstrar sentimentos?

- Às vezes...

Sakura respondeu e ficou em silêncio, enquanto seu Psicólogo respeitou, escrevendo algo em seu bloco de anotações.

Um suspiro sôfrego foi solto por ela, seguido de um rosto ruborizado, que não passou despercebido pelo profissional.

- Tem algo mais que deseja conversar?

- Ah, esses dias, eu entrei no banheiro sem bater e vi meu irmão sem roupa.

- Hum... e o que aconteceu?

- Nada, mas não foi como quando éramos crianças, sabe, natural, ele tá muito mudado, o corpo, tudo...

-E qual foi a reação dele?

- Indiferente.

- Isso é ruim?

- Sim, porque me senti mal, por mesmo que em segundos, ter reparado nas partes nuas e depois ficar pensando no ocorrido a noite toda, como uma adolescente. Me sinto suja, por pegar pensando no ocorrido.

- Suja? Por quê?

- Ele é meu irmão!

- Mas você sentiu desejo?

- Não! - Sakura respondeu prontamente com os olhos arregalados e mexendo as mãos em negação.

A conversa chegou em um ponto do qual a policial queria fugir, admitir para si já era difícil, que de fato tinha achado o irmão atraente, mas dizer isso em voz alta e para outra pessoa eram outros quinhentos. Precisava tirar isso da cabeça, porque era errado demais.

- Foi diferente, sabe? Ele é meu irmão, mas ainda assim é um homem, fiquei constrangida.

- Entendo - anotou no papel e olhou de maneira enigmática para a Haruno, que no primeiro instante sentiu que o homem podia ler sua alma. - E no trabalho, como andam as coisas?

- Ainda estamos no encalço do Justiceiro, isso é um tanto frustrante.

- Ele agiu novamente?

- Não, mas por mais que eu refaça os passos deles e olhe para as cenas dos crimes um milhão de vezes, não consigo achar nada, nada que possa me ajudar a encontrá-lo. O cara é bom! E isso é irritante.

IRMÃOS - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora