Capítulo 16

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           Minhas passadas largas, junto com as de Eva, fizeram a gente chegar ao fim da ponte.

           Fomos saudados por Alice enquanto Thiago permanecia mais adiante.

           Observando se havia algum movimento estranho.

           Desde que a informação sobre o pessoal ter ouvido gritos por aqui perto alcançou os meus timbres, qualquer devaneio que tinha sobre o passado se desfez completamente, dando lugar para a mais total atenção dos meus sentidos, aguardando o pior das situações.

           Mordedores ou humanos atiradores.

           Ou os dois ao mesmo tempo.

           Não sei qual é o menos pior.

           Isso me faz sentir vontade de vomitar de medo.

           Se viessem os tais mordedores, dependendo do nosso descuido, nós estávamos sem qualquer tipo de instrumento pesado o suficiente para quebrar o crânio deles ou caso aparecessem pessoas igual Lionel, nós quatros estaríamos mortos antes mesmo das nossas pernas começarem a se mover, resumindo, estamos completamente fodidos em qualquer situação.

           Cautela ainda era muito pouco.

           Sentia a rigidez das minhas costas.

           O suor escorria pelo meu rosto.

           As possibilidades que poderiam acontecer nos levariam à morte certa.

           Neste momento, tudo que posso sentir borbulhando dentro de mim é a sensação de que a sombra da morte poderia estar cada vez mais perto, mesmo já estando antes, mas agora parecia que essa sombra crescia ainda mais, consumindo lentamente.

           Tínhamos finalizado a primeira parte do objetivo.

           Com sorte.

           Muita sorte.

           - Você está bem? – Alice me questionou com a voz tímida.

           Seus olhos estavam focados nos meus.

           - Tentando ficar – respondi meio frio.

           Mesmo com alguns desabafos durante as madrugadas, ainda assim, Alice era uma garota que sabia apenas o básico sobre a minha pessoa, porque eu raramente entrava nos méritos dos fatos da minha vida, tirando o ponto da minha mãe, focando somente nos sentimentos do momento.

           - Entendo – ela falou se focando no Thiago.

           Já estávamos todos reunidos outra vez.

           - Conseguimos atravessar a ponte e agora precisamos pegar mais suprimentos – Thiago afirmou.

           Agora teríamos algumas ruas com bastante prédios e outras vazias.

           Pistas longas.

           Canso-me somente de pensar.

           - Encontrar algum lugar para passarmos a noite também – Eva interveio.

           - Pensei que poderíamos ficar em um posto de gasolina – sugeri.

           - Ahn? Por quê? – Eva me questionou como uma certa suspeita.

           - Estou fazendo apenas um chute, mas o risco de ser encurralado num posto é menor do que qualquer outro lugar, justamente por estar no centro das pistas, aumentando nossa chance de escapar caso aconteça alguma coisa – argumentei.

Contenção: O EstopimOnde histórias criam vida. Descubra agora