Capítulo 19

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O trajeto foi rápido.

           Sem susto.

           Ainda assim foram passadas apressadas.

           Tínhamos chegado a um estacionamento amplo, que estranhamente tinha apenas cinco carros estacionados, sem nenhuma moto que poderia nos colocar em maus lençóis, que ficava de frente para o edifício achatado, um tanto envelhecido, chamado de Rosário.

           Sua cor era um azul queimado.

           Ele possuía apenas dois andares, sem contar o térreo.

           Várias janelas com placas de "aluga-se''.

           Na parte do térreo, no lado em que estávamos e no outro, ficavam as lojas comerciais que variam entre óticas, com portas fechadas, até lanchonetes, que também estavam com os seus portões trancados.

           Silencioso demais e ninguém presente além de nós.

           Nenhum estabelecimento nos interessava naquele lado.

           Começamos a dar a volta.

           Desde que tínhamos alcançado esse estacionamento, a formação tradicional tinha sido desfeita sem qualquer acordo, me colocando assim na dianteira do grupo, ou seja, eu estava indo na frente dessa vez, podendo me sentir um pouco como Thiago se sentia.

           Com sinceridade.

           Eu me sentia com o cu na mão.

            Torcia internamente para que, ao menos, encontrássemos a farmácia.

           Antes que pudéssemos prosseguir para o outro lado, eu apenas me escorei na parede lateral do edifício, fazendo com que o restante do pessoal também parasse próximo, me encarando com dúvida escancarada em suas faces.

           - Perceberam que não havia motos no estacionamento né? – eu falei baixinho.

           Eva deu uns passos para trás de forma a conseguir ver o lugar de parar os carros.

           Rapidamente retornou a nós.

           - Merda – ela falou num tom baixo.

           -  Nosso plano de distração terá que ser mudado – eu externalizei o óbvio.

           - Os carros. Podemos usá-los para fazer barulho com o bastão – Thiago disse apontando para o pedaço de madeira na mão de Eva.

           - Mas aí como nos protegemos? – Alice questionou.

           - Fazemos o seguinte, se vermos que tem mordedores demais quando dobrarmos a esquina, o Thiago correrá até os carros e quando eu gritar ele causa os barulhos nos veículos.

           - Antes de tudo, temos que ter certeza de que tem uma farmácia aí, porque se não tiver todo o plano que estamos elaborando não será necessário – Eva disse.

           No instante que a menina de cabelos pretos falou, nem sequer hesitei em dar uma olhada, me mantendo oculto pela parede, mas tendo uma visão que partia da lateral do prédio não consegui ver direito os estabelecimentos que estavam ao longo do térreo.

           - Vou ter quer ir mais longe porque daqui não consigo ver as fachadas das lojas – eu falei encarando o pessoal – O ponto bom é que não tem ninguém nessa área, porém esperem o meu sinal antes de se expor e, dependendo das circunstâncias, se escondam o mais rápido possível – afirmei com calma.

Contenção: O EstopimOnde histórias criam vida. Descubra agora