Capítulo 3

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Vitória Falcão

"Pra onde o amor vai, quando ele acaba?

Acabamos de chegar no hotel, de mais um show da turnê, agora em Belém. E nem parece que meu corpo, estava anestesiado, era assim que eu me sentia todas vezes que se despedimos de uma cidade e as cortinas se fechava. As cores transbordava o peito, as canções entrava como flechas, os sentimentos causado pelas canções enchia o meu ser, de um sentimento que eu não sabia explicar, mas que eu não queria sair dali.

Dividir o palco com Ana, era como a sensação de primeira vez. Os olhinhos dela brilhando, as danças, o olhar ao encontro do meu, me deixava completamente anestesiada que as vezes errava até as letras das músicas e pelo incrível que pareça ela percebia cada efeito que ainda tinha em mim.

- Vitória, dar próxima vez eu vou te dar um lenço - Ana disse debochando do meu estado, carregando um chinelo na mãos dado pela produção. Mas, a bichinha amava andar descalço.

- E na próxima vez, te empurro do palco, igual você fez comigo no multishow - Falei seria, mas dentro de mim meu coração sorria.

- Você não sabe nem brincar - Cruzou os braços como uma criança pequena e fez biquinho. Ela sabia que ali era meu ponto fraco.

- Aí meu Deuso - Abracei, cheirando seus cabelos, o cheiro nunca mudou. O shampoo continua o mesmo - Uma bebê.

- Vi - Escutou um grito atrás de mim. E Mari, nossa tecladista - Você esqueceu isso no canto do palco menina. - Ela trazia na mãos um livro, que eu realmente havia esquecido, quando estava ensaiando.

- Obrigada Marizinha - Peguei, os livros, observando o olhar atento de Ana Clara para a capa, afinal ela deve ter reconhecido - De devo essa novamente - A abraçando e se despedindo logo em seguida.

- Pra onde o amor vai, quando ele acaba ? - Ana perguntou. - Lendo novamente?

- Pela terceira vez, tu sabe - Abrir as folhas, marcando certinho onde estava, sempre dobrava as folhas e no final acabava me perdendo.

- Pra onde ele vai? - Ana me questiona, agora olhando pra mim, enquanto caminhávamos pelo corredores do hotel.

- Ele se transforma Ninha. Em amizade, ódio, saudade... - Agora, nem eu tinha certeza disso.

- Eu sei o que está acontecendo aqui - Levou sua mão até meu coração - Ele está agitado. - Vem, a gente precisa conversar. - Chegamos em frente ao quarto do hotel, que eu ficaria, mas ela segurou suas mãos, e fomos para o dela, que era do lado do meu. - Senta, eu já volto. Vou rapidinho ao banheiro

Eu estava me olhando no espelho do banheiro pelo o que parecia ser a milésima vez sem conseguir entender por que estava tão nervosa. O meu quarto de hotel estava um caos. O nervosismo subiu pela minha garganta como a sensação de azia depois de um jantar. Eu precisava me controlar.

Alguma coisa acontecia quando eu estava com ela. Era como se não existisse ninguém no mundo além de nós duas. Eu me perdia no seu sorriso com a língua entre os dentes, seus olhos cor de chocolate, nas suas palhaçadas e no seu jeito estabanado. Estar com ela fazia as horas passarem tão rápido quanto segundos.

- Voltei - Disse Ana toda nervosa, sentando agora do meu lado da cama. Olhando diretamente pra mim. - Eu quero te pedir desculpas - Ia começar a falar, mas ela colocou seus dedos sobre meus lábios - Eu não queria te dito que eu não era sua. Ali fui totalmente covarde. Na verdade Vi, a gente nunca deixou de ser uma da outra - Ela olhou agora, pra nosso porta retrato de 2015, colocado sobre a cama, com alguns bombons e boa vinda do hotel. - Nesse dia, a gente era tão uma da outra, que eu achava que eu não conseguia viver um dia sem você. Na verdade, eu não consigo - Sorriu torto - Talvez todas as páginas de fofocas e teorias de fanfic esteja certa sobre nós, eles nunca erraram. Mas... - Lágrimas começaram a sair do seus olhos.

- Mas... ? - Segurei suas mãos para que ela continuasse.

- Eu sempre quis honrar a minha família. As minhas escolhas e decisões sobre a gente, pode afetar eles. - Ana se levantou, agora abrindo a janela e deixando o sol entrar pela mesma refletindo em nós duas - Mamãe, disse que minhas escolhas sobre nós duas, poderia prejudicar nossa carreira e a carreira do Rafa e principalmente a reputação das imagens dele em Araguaina - A abracei por atrás - Tudo poderia ter dado certo....

- Ninha, olha pra mim - A virei, deixando seu rosto próximo ao meu - Eu entendo...Mas, você não me disse isso antes porque?

- Eu não queria te machucar Vitória - Ana fez carinho no meu rosto - Eu te amo demais pra isso.

- Eu te amo demais Ninha, mas você não poderia ter me escondido todas as falas da Tia Mônica.

- Eu sei Vi. Eu sei... - Agora, assim como nossos corpos, o nosso rostos estava próximo demais - E que, eu não consigo....

Nossos lábios se encontraram depois de 2 anos. A borboletas no estômago surgiu quando se beijamos pela primeira vez. As sensações que Ana causava em mim continua a mesma.

Nosso beijo, com os toque da nossas mãos gravadas em cada parte do nossos corpos.



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⏰ Última atualização: Nov 14, 2022 ⏰

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