I HEAR A SYMPHONY | sarah sanderson x you shortfic [LIVRO 01]

capítulo 04 - come little children, i'll take thee away

Lá vamos nós, chegando no finalzinho do nosso livro...

Dessa vez consegui um capítulo mais rápido e com muita inspiração, é claro, por isso ele foi publicado antes hahahaha

Enfim, espero que gostem!

Votem, comentam e compartilhem!

Uma boa leitura!

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"Não vou deixar que passem por cima da minha garota de novo."

* * *

SALEM, 1693

Tudo o que você queria era poder descansar. Seu corpo pedia por silêncio e por uma cama aconchegante - embora seu colchão não fosse lá um dos melhores e você ainda tivesse de dividir com seus irmãos menores -. O trabalho sempre a deixava exausta, fosse como fosse.

Assim que você chegou em casa e tirou as roupas suadas, rezando para que seu pai não a visse fazer isso, seus olhos se guiaram para a janela. A noite estava ficando escura, e fazia um bom tempo que você não via Sarah desde o dia em que ela a salvou do ataque do corvo. Já podia admitir que a presença dela fazia falta em sua vida, porque Sarah a animava nos piores dias de trabalho, e te fazia enfrentar o medo da Floresta Proibida que vinha crescendo desde criança.

Você se deitou, praticamente jogando o corpo na cama e respirando fundo, chamando por ela em sua mente. Nunca tinha pensado que sentiria algo assim por alguém antes.

Talvez por Billy Butcherson, mas vocês mal se viam e para piorar tudo, seu pai trabalhava para o pai dele quando não havia mais serviço no antigo sócio. É claro que Billy nunca viria você de outra forma a não ser como uma empregada feia, suja e mulambenta. Era o que você era, no fim das contas, talvez era o que você continuaria sendo até o fim da vida.

Ao contrário de Billy, Sarah via você como uma garota comum. E fazia com que você se visse assim.

Chamando mais uma vez pelo nome dela em sua mente, você sentiu seus olhos brilharem com a intensidade do vento e o cheiro de água cristalina se enfiou em seu nariz. De repente, você viu a silhueta de uma bruxa voando, montada em sua vassoura, passando pelo lago. Era uma bruxa de capa escura, mas que tinha cabelos compridos. Pareceu que ela tinha olhado em sua direção, mas por causa da lua escura, não dava para enxergar muito.

A voz que veio depois encheu seus ouvidos de um sentimento doce e suave, como a entonação de quem quer que estivesse cantando. Era o som de uma canção de ninar, que sua mãe sempre cantava para você antes de dormir. O sentimento de nostalgia e saudade encheu seu peito enquanto você observava a noite sozinha de seu quarto.

E, acima de tudo, enquanto você desejava ter uma vida melhor. Desejava ser como Sarah.

SALEM, 1993

Seu pai estava dormindo. A Sra. Mittens tinha ido embora, finalmente. Você tinha sorte de estar sozinha em casa com sua amargura, sua culpa, sua melancolia e sua garrafa de uísque. Não se importava em passar a madrugada de pé, muito menos de tomar mais uma garrafa cheia. Ficar bêbada, no fundo, era o que você mais queria, para ver se o sentimento ruim iria embora de vez.

Quem mandou você se apaixonar por uma bruxa comedora de crianças?

Quem mandou sua missão de vida ser encontrar aquelas três bruxas idiotas e matá-las?