Fasciculo 2

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Ao ver Xichen vestido com sua batina branca e fazendo aquela celebração num sábado, Jiang sentiu seu coração afundar, mas aos poucos aquela áurea de tranquilidade que Xichen passava, sua voz suave ao fazer os ritos, fez Jiang perceber que sim aquilo combinava muito com Xichen e ele finalmente relaxou.

“Ele é tão fofo, tão doce, chama a atenção das pessoas só com essa fala tranquila”, pensa Jiang começando a prestar atenção às palavras de Xichen.

...– Se mantenham castos, não sejam corrompidos pelo prazer furtivo que pouco dura, mas que os levam ao caminho da depravação..., - dizia Xichen em seu sermão.

Que assunto estranho, pra que o padre falaria disso?”, - indaga Jiang a si mesmo.

...– Sigam o exemplo de virgindade de Nosso Senhor... – continua Xichen.

Virgindade já foi a muito tempo - ri em sua mente Jiang, “Tadinho tá todo vermelho por falar nesse assunto por que ele não para de falar nisso, como alguém envergonhado pode ser tão lindo", - pensa Jiang enquanto cruza a perna e apoia o braço no joelho, continuando a admirar a beleza de Xichen.

Logo é tirado de seus pensamentos pelo fim da homilia e continuação dos ritos.

Ao fim da missa todos esperam Xichen para cumprimentá-lo.

– Ótimo trabalho cunhado, sermão fantástico, - diz Wei sem saber o que dizer.

– Mn, - concorda Wangji.

– Padre hein, legal – tenta Jiang.

– Seminarista, - corrige Xichen.

– Ah tá, - diz Jiang sem saber a real diferença.

– Você escolheu um ótimo caminho sobrinho, - diz Lan Qiren,
- Mesmo que não trabalhe em nosso escritório é melhor assim que mal casado, - completa fazendo Wei abrir um enorme sorriso debochado.

– Cara você é muito lixo, - zomba Jiang baixinho no ouvido de Wei que da de ombros.

– Vamos jantar fora pra comemorar, - diz Wei sorrindo.

– Não, obrigado vou pra casa, - diz Qiren, duas horas com Wei foram o suficiente para sua paciência.

– Vamos, só não posso demorar, - diz Xichen.

Jiang queria muito passar essa, ele gostaria de ficar um pouco sozinho para raciocinar tudo que acabou de acontecer, mas sem muita escolha acabou indo também.

Ao chegarem no restaurante são recebidos pela atendente, um belo rapaz de cabelos castanhos compridos de olhos esverdeados e sorriso enorme.

– Boa noite sou a Shi QingXuan e os atenderei, - diz com um enorme sorriso, ele dá um piscada para Jiang que esconde o rosto vermelho.

– Nós não temos uma reserva, - diz Wei sorrindo.

– Sem problemas senhor, hoje o movimento está tranquilo, nem sei porquê, - diz Shi fazendo um rosto pensativo, levando Jiang e Wei a pensarem junto com ele inconscientemente.

– Ótimo vamos nos sentar então, - diz Xichen sorrindo.

– Ah sim senhor, - diz Shi saindo seus pensamentos.

Jiang sem muito controle segue Shi de perto, ele tem um perfume muito agradável, e vê-lo andando é quase hipnótico.

– Deixa eu puxar a cadeira para você senhor, - diz Shi ao perceber o quanto Jiang está próximo, ela não consegue disfarçar o quanto é atraída por rapazes com cara de mau humor.

Ela sorri para Jiang que tenta não sorrir de volta, mas falha ao dar um sorriso de canto.

Quando Shi se afasta para deixá-los a vontade, Jiang leva um chute de Wei por baixo da mesa.

– Para de flertar com a atendente, - diz Wei rindo.

– Você que estava, eu tô na minha, - responde Jiang.

– Ah sério que não tava babando por ela, - zomba Wei.

– Só achei ela bonita, não que eu queira nada, - diz Jiang procurando Shi com os olhos.

– Você ainda se lembra do que eu disse?, - indaga Xichen.

– Ah sim Ótimo discurso, - diz Jiang sem prestar muita atenção, uma parte dele ainda quer muito que Xichen o deseje, mas outra sabe que é impossível e outra quer ver Xichen sofrer por ele.

– Não é discurso, é homilia, tenha respeito pelo que faço e me ouça, - pede Xichen com educação, mesmo que soasse como uma ordem.

– Claro, diz Jiang voltando a se concentrar nas pessoas que vieram com ele, mesmo rebelde ele ainda não consegue desagradar Xichen.

Droga de homem gostoso, sofra pelo inalcançável Cheng pra deixar de ser burro”, - pensa Jiang.

Eles pedem as refeições, Jiang ganha uma bebida extra, “Pra compensar o sofrimento”- pensa.

No fim a conversa foi terrível cheia de indiretas de Xichen que deixavam Jiang tonto.

Emocionante terrível mas a sobremesa compensou”, - Jiang tenta se conformar.

Ao pedirem a conta Jiang recebe um recado de Shi que faz ele abrir um enorme sorriso de verdade dessa vez, fazendo Xichen se sentir extremamente mal.

Ele passou a semana tentando ficar longe e não pensar em Jiang, logo quando Xichen finalmente consegue superar o encontro com o irmão de seu cunhado vem isso para atormentar, mas ele não pode obrigar Jiang a entrar no seminário, nem mesmo a viver uma vida celibatária.

Xichen não quer deixar aquele rapaz tão lindo viver com outro, com outra, com ninguém, mas ele não pode simplesmente trancar Jiang.

Mas ele quer muito fazer isso...

Continua...

Em Seu Santo NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora