Fascículo 3

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O caminho religioso de Xichen começou aos 21 anos.

Ele trabalhava com seu tio Lan Qiren e seu irmão Lan Wangji na empresa de segurança da família e sem se dar conta acabou se apaixonando por Guangyao um colega de trabalho na época que por coincidência era namorado de seu melhor amigo Nie Mingjue e para se afastar de seus sentimentos buscou refúgio na religião.

Devagar ele se envolveu com os assuntos da igreja e todo seu tempo vago era deixado para missas e novenas.

Foi chamado várias vezes para ajudar o padre em suas orações aos enfermos, um dia após uma celebração especial aos idosos de um asilo, o padre, que havia se tornado seu amigo, conversando diz coisas que Xichen precisava muito ouvir.
Sem perceber isso ascende algo em seu coração, Xichen sente que também poderia trazer esse esclarecimento as pessoas.

Então sem pensar muito no que fazia ele entrou para o seminário.

Xichen nunca teve muito contato com sentimentos, tanto ele quanto Wangji foram criados por seu tio Qiren, um homem que não tinha relacionamentos e nunca foi de demonstrar o que sentia.

Xichen mal acompanhou a evolução do relacionamento de seu irmão Wangji, nessa época ele já estava no propedêutico.

Não viu o casamento de seu irmão por estar em retiro, não havia conhecido nenhum dos parentes de Wei Wuxian, na verdade só sabia sobre Wei o que seu irmão e seu tio diziam e nenhum dos lados eram realistas em relação a como Wei realmente era.

Agora sete anos depois do começo de sua caminhada religiosa, com quase tudo concluído para que ele se torne um sacerdote Xichen se vê com ciúmes de uma rapaz que ele conheceu fazia nem sete dias.

Olhando Jiang beber a taça de um champanhe que ele nem sequer pediu Xichen se lembra de como esse rapaz entrou em sua vida:

O belo rapaz que vinha caminhando pelo aeroporto cabelo preto preso, calça preta justa e uma camisa lilás, correntes finas prata no pescoço e óculos escuro, xingando as pessoas que esbarravam com ele. Ao ver aquele rapaz sorrindo leve ao ver Wei, tirando os óculos e os olhos azuis cristalinos afiados com semblante ríspido brilharam ao olhá-lo.

Nenhum detalhe de Jiang passou despercebido por seus olhos, Xichen lembrava cada gesto, cada sorriso tímido, cada olhar que era dado a ele, o jeito de garoto arrogante, o perfume agradável que ele exalava Xichen fez questão de gravar cada coisa por menor que fosse.

Xichen sentiu algo diferente, não era o sentimento que ele teve por Guangyao que era algofique mais lembrava proteção ele não queria ver Guangyao sofrer, nunca passou por sua mente machucá-lo de nenhuma forma.

Com Jiang era diferente, basicamente o oposto, uma parte de Xichen queria ver Jiang implorando para beijá-lo, queria morder, bater, meter nele com intensidade com força, aproveitar cada parte daquele corpo delicioso, depois de terminar ele só gostaria de deitar ao lado e mimar Jiang, vê-lo dormir enquanto ele passa a mão por aqueles escuros e macios fios de cabelo enquanto espalha beijos em sua bela face.
Pela primeira vez em anos Xichen sentiu seu pênis pulsar, o sorriso malicioso de Jiang foi o suficiente para ele querer largar tudo e fazê-lo seu ali no meio daquela sala, mesmo com seu cunhado roncando, ele tamparia a boca de Jiang enquanto daria tapas sonoros naquela bunda gostosa.

Ao perceber seus pensamentos totalmente pecaminosos, Xichen se envergonha de si mesmo e foge o mais rápido que pode.

Assim ele se escondeu, entrou em silêncio e orou por sua alma, se confessou e foi punido.

Mas por alguma ironia da vida o padre a quem ele iria somente ajudar no sábado passou mal e ele teve que fazer a celebração, com o pensamento de melhorar, de evoluir como ser, ele entrou naquela igreja e desejando esquecer Jiang ele se preparou.

Mas ao entrar ali estava a quem ele implorou para esquecer, não era justo, não deveria ser dessa forma.

Ele viu os olhos de Jiang perderem o brilho, não era isso que Xichen queria.

Ele viu Jiang respirar fundo como quem desistiu de algo, mas deveria ser isso que ele queria.

Ele viu Jiang sorrir como se estivesse se conformando, ele tem que querer isso.

Ele viu Jiang ficar bobo por outra pessoa.
Ele não quer isso de forma alguma. Em meio aos seus pensamentos ele mal nota a chegada de algumas pessoas.

– Você é o celebrante da missa de hoje né, - diz uma senhora para Xichen ao se aproximar da mesa onde estão.

– Sim, sou eu – Xichen responde levemente distraído.

– Sua homilia foi muito bonita, seu caminho religioso é inspirador, - diz a senhora com um sorriso.

– Concordo, ele tem um belo caminho pela frente, - diz Wei.

– Servir é um caminho iluminado, - diz a senhora.

– Ele é bom mesmo nisso, - diz Jiang pensativo, ali naquele momento ele resolve deixar o homem que serve a uma causa maior em paz.

Ali naquele momento Xichen sabe que não existe outro caminho a ser seguido...





Continua...

Em Seu Santo NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora