Extra 1

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Demorei mas voltei...






Após escolher deixar de exercer o sacerdócio e fazer sua solicitação de sua desvinculação no Tribunal Diocesano, com desdobramento em Roma, Xichen foi obrigado pelo Vaticano a assinar uma carta de desligamento.

Sua última etapa foi o certificado de dispensa que é emitido pelo Papa, permitindo que ele se case com quem desejasse.

Isso foi o fim de sua caminhada religiosa como sacerdote.

Sua comunidade não entendeu sua opção mas respeitaram pois ele é muito querido por todos.

Seu sobrinho e Jing Yi continuam como coroinhas para seu orgulho.

Jing Yi passou a ir todo fim de semana para a casa de Lan Sizhui que passou a tratá-lo como irmão.

Após seu afastamento ser efetivado Xichen tem um novo objetivo: conquistar de vez o amor de Jiang Cheng, para isso ele teve que assumir que o amava para seu irmão e seu cunhado, ele irá precisar da ajuda e da descrição de ambos.

Wangji jamais entenderia o que o irmão viu naquele cara mau educado, irritado e sem graça, mas o apoiaria se isso fosse o que Xichen realmente quer.

Wei Wuxian não conseguiu parar de rir, Jiang não deixaria transparecer, mas Wei também nunca perceberia um clima rolando entre seu irmão e seu cunhado.

Com um plano meia boca Xichen viaja até Yunmeng.

Mala na mão, fé e esperança o levam até o prédio de Jiang, por sorte ele consegue entrar sem ter que avisar Cheng.

Ao bater na porta é recebido por gritos e xingamentos, o que ele esquece de repreender ao ver Jiang.

– Lan?, - questiona Jiang, ele cruza os braços,
- O que você faz aqui?, Aconteceu alguma coisa?.

– Nada aconteceu, não posso passar férias na casa de um amigo?, - diz Xichen feliz por ter ido, feliz por ver Jiang.

– Férias?, - indaga Jiang,
- Não sabia que padre tirava férias.

– Padres tiram férias também, - responde Xichen com um sorriso, - Posso entrar?.

– Ah sim claro, - responde Jiang dando de ombros, ele não estava preparado para receber ninguém, é domingo, finalmente é sua folga, ele só queria descansar.

– Mas já vou dizendo que não tem nada, fiquei com preguiça e não fiz compra, prefiro nem comer que descer, - diz Jiang se jogando no sofá.

– Se quiser vou para você Cheng, - diz Xichen sorrindo, fazendo Jiang olhar para ele incrédulo, se questionava quando eles tinham essa intimidade.

– Se você quiser fique a vontade Lan, - diz Jiang deixando claro o limite entre os dois.

– Então me diga o que quer comer e farei para você, - diz Xichen sorrindo e fecha sua frase com a intimidade que ele quer pontuar,
- Cheng.

– Lan pode parar com isso, quero deixar claro que sim podemos ser amigos, mas ainda não somos, você fez questão de me deixar de fora da sua vida por muito tempo e eu entendi o recado, - diz Jiang já começando a perder a paciência.

– Me desculpe por isso, mas era algo que precisava ser feito, - começa Xichen sendo interrompido por Jiang, 
– Então continue me ignorando que é melhor.

– Cheng eu não quero isso, quero você em minha vida de qualquer maneira, - diz Xichen sentando ao lado de Jiang.

– Lan ninguém me quer em suas vidas, nem mesmo quem seria obrigado a me querer, então eu te dou liberdade pra ir, - diz Jiang.

– Não, eu não quero ir, não quero mais perder um minuto, - diz Xichen, tentando se aproximar.

– Lan, pode ir embora, vá arranjar outro pra brincar, - diz Jiang com raiva latente em seu tom.

– Quero muito ser seu amigo, me deixe provar, - diz Xichen, no momento ele dará um passo atrás por estratégia.

– Amigo? Isso é discurso de amizade?, - questiona Jiang se achando bobo, ele queria tanto assim que Xichen o amasse, ele jurava que tinha superado essa paixonite.

– Sim amigo, - desconversa Xichen,
- Por que achou que fosse outra coisa?.

– Ãhn?, Não, não, - Jiang se traiu e nem precisou de ajuda,
- Eu quero sopa, - nesse momento ele vai tentar organizar sua mente enquanto Xichen sai,
- Minha carteira tá na mesinha pega dinheiro lá, pode levar a chave.

– Me mostra qual chave é da onde pelo menos, - pede Xichen, ele achou fofo essa enrolação de Jiang.

– Ah sim vem Xichen, - diz Jiang sem perceber suas palavras e fazendo Xichen abrir um enorme sorriso,  Jiang olha para ele se questiona se seria justo alguém tão lindo existir, ele explica tudo para Xichen e volta a se jogar no sofá.

– Por que isso acontece comigo?,
- Porra não é justo alguém ter tanto azar, - questiona Jiang para o universo.

Não demora Xichen volta, com a ajuda de Jiang arruma as compras e começa a cozinhar, mostrando para Jiang que nesse mundo ninguém é perfeito.

– Não acredito que o cara bom em tudo não sabe cozinhar, - zomba Jiang.

– Cheng não tire com minha cara e me ensine pelo menos, - diz Xichen com nítida vergonha.

– Ah me deixa curtir esse momento, não tire minha alegria, - zomba Jiang ainda mais.

– Sério me ajuda ou vai ficar com fome, - diz Xichen.

– Agora o senhor perfeição tá chateado, - diz Jiang mostrando que zueira nunca é demais.

Isso deixa Xichen ainda mais chateado, mas ele anota mentalmente e fará Jiang pagar.

– Cheng você é ruim, - diz Xichen pegando um pano de prato e batendo na perna de Jiang.

– Ah vai ter troco, - diz Jiang tentando pegar o pano de prato das mãos de Xichen, assim começa uma pequena disputa que Jiang logicamente perderia, mas não imaginou que terminaria com as duas mãos cruzadas seguradas por Xichen.

– Me solta idiota, diz Jiang com nítida raiva. Xichen ignora.

– Me solta caralho, - continua Jiang se debatendo e Xichen o prende com mais força.

– Pede com carinho, - diz Xichen sorrindo.

– Lan você não tem medo de morrer mesmo, - ameaça Jiang.

– Gatinho só arranha quem é lento, - zomba Lan.

Jiang se enfeza ainda mais, ele relaxa o corpo esguio nos braços de Xichen.

– Certo entendi, - ele finge calma e coloca o corpo para frente,
- Só quem é lento né, repete Jiang, ele sente as mãos de Xichen o deixarem de leve, o que ele aproveita e morde o lóbulo da orelha de Xichen.

Ele não esperava um movimento tão brusco e solta Jiang, que sente a vitória em suas mãos.

– Pobre padreco, - zomba Jiang.

– Você usou um truque bem baixo, - diz Xichen.

– Esse gatinho aqui te arranhou demais?, - diz Jiang com um sorriso malicioso.

– Entendi, mas um truque não funciona duas vezes, - alerta Xichen.

– Vou te ensinar a cozinhar pra compensar, - tenta consolar Jiang.

– Pelo menos isso, - diz Xichen tentando manter a calma, aquele ato de Jiang ficará em seu inconsciente.

Após o jantar Jiang ainda sem entender o porque de Xichen querer ser seu hóspede arruma o sofá para que ele possa dormir.

– Você se acostumou bem em ser solteiro, - diz Xichen.

– Não me acostumei, foi o que coube a mim, nunca encontrei alguém que me amasse por quem sou, nunca ninguém teria paciência pra tal, - diz Jiang sem pensar muito em suas palavras, Xichen gostava dessa sinceridade desconcertante que por vezes Jiang fazia questão de esconder.

– Quem sabe não foi você que não se deixou amar?, - indaga Xichen.

– Pode ser, - diz Jiang pensativo,
- Agora vá dormir seu ingerido.

– Tá bem, - diz Xichen sorrindo,
- Boa noite então.

A semana segue de forma bem confortável, não demora Jiang se acostuma com a presença de Xichen, na verdade a alegria de Xichen da um toque de leveza em sua vida.

Para Xichen seu plano de conquistar Jiang estava em sua visão indo de forma tranquila dentro do esperado, a semana foi ótima, eles conversaram muito, ele aprendeu como cuidar de uma casa e seus momentos assistindo série e cozinhando junto com Jiang se tornaram suas coisas favoritas na vida, nada nunca tinha sido tão divertido, a vida finalmente é ótima, ele sente que poderá ser assim para sempre, o que Xichen realmente espera.

Bem foi, pelo menos até sexta quando Xichen recebe a visita de seu maior oponente : Jin Ling.


Continua...


Em Seu Santo NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora