Capítulo 3

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Desculpa a demora, mas esse capítulo foi um pouco complicado, pois ele tem alguns assuntos sensíveis. Como abuso psicológico - gaslighting - e menção a abuso sexual. Fiz de tudo para não ficar tão pesado. Esse capítulo é quase todo um flashback da história do Jisung e do Chan, de como eles foram transformados, 

Espero que gostem! 

O céu estava diferente naquela noite, a lua minguante exibia um brilho escarlate e manchava o céu com sangue

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O céu estava diferente naquela noite, a lua minguante exibia um brilho escarlate e manchava o céu com sangue.

Era mais um jantar, mais uma noite que Chan assistia seu pai negociar com os japoneses. E mais uma vez se sentia mal pelo o que sua família fazia. Seu pai era um fabricante de armas importante, mas ao invés de ajudar sua nação decidiu apoiar o inimigo. Bang Chan era obrigado a participar desses jantares pois como seu pai dizia “um dia você vai ter que assumir meus negócios”.

Poderia soar como se Chan fosse apenas um garotinho mimado e que estava entediado demais para lidar com os assuntos do negócio de família, mas a realidade era que o Bang queria distância de tudo aquilo, não queria ser responsável pela queda de seu país, mas não sabia como ajudar também. Então preferia apenas ficar longe daquilo tudo.

Mas ali estava ele, observando seu pai falar com os japoneses. Chan cresceu vendo o pai negociar com os invasores, na época não compreendia muito bem o que tudo aquilo significava. Mas agora como um jovem que acabara de ser aceito na universidade começava a entender o quão erradas eram as ações de seu pai.

Mas em meio àqueles oficiais japoneses e velhos coreanos ricos que os apoiavam, havia um rosto diferente. Alguém novo, intrigante. Alguém que não parava de encarar o jovem Bang.

Chan tinha ouvido falar sobre o jovem excêntrico que havia voltado à península coreana depois de ter crescido e estudado nas Américas. Era um homem um pouco mais velho que Chan, muito rico e muito peculiar.
Diferente dos homens naquele jantar - que usavam apenas cores neutras, como de costume -  o recém chegado trajava um terno de três peças inteiramente bordô. Sua altura e corpo esbelto eram abraçados perfeitamente pelo tecido que carregava a mesma cor que céu naquela noite.

— Hi, my name is Christopher Bang. I heard you just arrived from overseas. (Oi, meu nome é Christopher. Eu fiquei sabendo que você acabou de chegar do exterior.) — Depois de minutos se sentindo estranhamente atraído pelo desconhecido de vermelho, Chan foi tomado por um ímpeto de coragem e decidiu colocar seu inglês em prática.

— Olá, não precisa falar em inglês comigo — a resposta veio em um japonês perfeito, o que agradava aos colonizadores. Se aproximou  ainda mais de Chan e falou baixou rente ao ouvido do menor — Ou podemos conversar em coreano se preferir.

— Ah… Sim, tudo bem  — Chan sentiu-se corar e o coração acelerar, não entendia o motivo. Provavelmente fora a maneira tão informal que aquela rapaz falara em coreano com ele, tinha ficado apenas sem jeito com a intimidade repentina — Ainda não me disse seu nome, senhor?

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