𝑫evil May Cry

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Quinta-Feira, 08:45PM.

Era mais uma noite apática e silenciosa quando o agente especial Lee Minho voltou para o escritório depois de uma ronda. 

Ele gostava de trabalhar no período noturno, geralmente o prédio inteiro era mais vazio e menos tumultuado e, para alguém que não gostava muito de socializar, isto era ótimo. 

O rapaz afrouxava a gravata ao se aproximar de sua mesa, uma expressão indolente em seu rosto ao se recostar sobre o encosto da cadeira giratória, observando uma pilha de papéis sobre sua mesa, sabendo que provavelmente se tratava de mais relatórios para analisar. 

Mas bom, eram ossos do ofício. Seus dias não eram regados de emoções em campo, já estava habituado com essa pequena parte do trabalho. 

O agente pegou a pilha, folheando todos os arquivos que haviam ali, se deparando com alguns que despertaram sua curiosidade. 

Há alguns dias - cerca de mês para ser mais exato - alguns arquivos com o mesmo tema estavam se repetindo: Empresas de entretenimento e alguns próprios idols relatando casos sobre estarem sendo seguidos e ameaçados através de mensagens de texto.

Mas convenhamos, ser idol e ter algumas sasaengs na cola - mesmo que infelizmente - era algo normal, nada que a própria empresa não cuidasse ao contratar alguns guarda-costas pessoais para seus funcionários.

Minho detestava toda a indústria da música em um geral. Fãs malucas literalmente idolatrando caras normais, sem falar dos próprios idols, em sua maioria algumas pessoas de sorte que conseguiram ter sucesso e se achavam por isso. Todos mesquinhos, fúteis, arrogantes... O jovem podia discorrer um livro inteiro apenas de motivos para odiar tudo isso.

Porém, seu trabalho acima de tudo era proteger todos os cidadãos coreanos, esse foi seu juramento no dia em que se tornou agente especial. Então ele não podia deixar de estar intrigado com mais casos relatados, resgatando em sua memória a quantidade de arquivos semelhantes que começaram a aparecer. 

Algo estava lhe incomodando, os casos pareciam estar levemente mais preocupantes do que os últimos que lembrava ter lido. Entretanto, seu capitão apareceu na sala, apenas falando para esquecê-los e arquivar tudo, não era necessário dar mais atenção para isso e ele tinha um outro trabalho mais importante no momento. 

O agente deixou de lado este assunto e se concentrou na investigação que seu capitão lhe passou. Costumava ficar tão imerso em seu trabalho que mal via as horas passando, apenas quando o sono começou a bater conta ele olhou para o relógio do computador.

2:37PM

Definitivamente era hora de ir para casa.

Com um olhar gasto, o rapaz respirou fundo antes de lentamente começar a organizar os arquivos e suas coisas para sair do trabalho. Vestiu sua jaqueta de couro e guardou seu distintivo, saindo do prédio.

Era uma madrugada fria em Seul, as ruas que já eram vazias por conta do horário, pareciam quase inóspitas com o vento gélido cortando a pele.  

Minho não temia nada, pelo contrário, apenas caminhava calmamente pela calçada. Seu carro estava no conserto então decidiu que uma boa caminhada para casa lhe faria bem. 

O silêncio calmo foi quebrado quando um carro mais a frente desacelerou levemente em uma lombada e um garoto pulou para fora por uma das porta de trás do passageiro. Começando a correr meio mancando, claramente desesperado e com a mão esfolada pelo asfalto. 

O primeiro instinto de Minho foi correr em direção deles, chegando até o garoto perguntando como estava enquanto olhava para o carro dando partida e acelerando logo em seguida, sumindo da sua vista. Tentou encontrar a placa deste, mas não via nada no veículo que se distanciava rapidamente.

– P-por favor me ajude, me ajude, me ajude... - o garoto que saiu do carro começou a falar, a voz embolada, misto de um desespero e embriaguez.

Minho torceu o nariz sentindo o cheiro de álcool no garoto tentando ajudá-lo a se acalmar, podendo ver pela primeira vez naquela noite direito sua face mal iluminada pelo poste de luz. 

A expressão do agente se tornou confusa ao reconhecer o mais baixo a sua frente. Dificil de não reconhecer o rosto de um dos maiores rappers atuais da Coréia, quando seu rosto e dos outros dois meninos que faziam parte do seu trio estavam constantemente estampados pela cidade inteira. 

– Ele já se foi, não se preocupe. - o mais velho disse dando alguns tapinhas nas costas do outro, pegando seu distintivo no bolso para mostrar para o garoto. – Sou agente especial Lee Minho, pode me informar o que acabou de acontecer aqui?

— Ele... ele está em todos os lugares... - disse em meio a voz embargada e carregada de desespero. — Ele vai me matar, eu sei disso.

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ㅤ ㅤ—  D.

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Espero que tenham gostado! 

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Espero que tenham gostado! 

Vou sempre deixar esse espaço aqui para poder comentar algumas coisinhas fora da fic, como notas de rodapé.

The Stalker - 𝐂𝐀𝐒𝐄 𝟏𝟒𝟑 「Minsung」Onde histórias criam vida. Descubra agora