𝑹unaway

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Minho e Jisung estavam no apartamento do rapper, um espaço que geralmente exalava uma sensação de conforto e segurança, ao menos para o dono dele. 

Contudo, naquele instante, a atmosfera parecia quase sufocante. Jisung estava imóvel na sala, com a caixa de presente diante dele, disposta na mesinha de centro. 

Seus dedos estavam gelados, quase brancos de tanto apertar a camiseta, como se aquilo fosse impedir o mundo de desmoronar. O olhar vazio, fixo em nada, expunha uma fragilidade que destoava completamente do seu jeito sempre elétrico e despreocupado.

Enquanto isso, o agente percorria a casa com a precisão de um detetive experiente, inspecionando cada janela, porta e fechadura com uma atenção meticulosa.Sua preocupação ia além da segurança física do ambiente; ele estava igualmente inquieto com o efeito psicológico que aquele pacote estava tendo em Jisung.

O garoto, que normalmente não parava de falar, estava agora imerso em um silêncio absoluto. Em momentos de medo, Jisung costumava tremer e balbuciar, mas agora… Nada. 

Completo silêncio, estático, parado na mesma posição, encarando a camiseta.

Minho soltou o ar, relaxando os ombros enquanto se aproximava de Jisung. Ele precisava fazer algo, qualquer coisa, para amenizar o tormento que via no garoto. Sentando-se ao lado dele, com um cuidado incomum, retirou a camiseta das mãos de Jisung e a colocou de volta na caixa. Mas, mesmo esse gesto delicado não foi suficiente para dispersar a tensão sufocante que preenchia o ambiente.

Ele queria oferecer palavras de conforto, mas sua voz parecia falhar, como se nenhuma palavra fosse adequada para o momento. Antes que pudesse encontrar uma frase reconfortante, Han virou-se abruptamente e o abraçou com uma força desesperada. As lágrimas, antes contidas, começaram a escorrer livremente pelo rosto do rapper, uma liberação dolorosa e angustiada.

O policial, paralisado por um instante, reagiu instintivamente e envolveu o mais novo em um abraço firme. Passou a mão de forma reconfortante nas costas do menor, numa tentativa silenciosa de oferecer algum alívio. Cada tremor que percorria o corpo do rapper fazia o mais velho sentir uma onda crescente de frustração e confusão. 

Ver o garoto tão destruído dissolveu, ao menos por agora, o desprezo que costumava sentir por ele.

A surpresa de sentir pena o abalou, e a ausência de uma solução imediata só aumentava o peso da sua frustração.

Seus pensamentos foram interrompidos quando ele ouviu a voz do outro, quebrada e cheia de dor, dizendo:

— Estou tão cansado, hyung... Por que eu? O que eu fiz de errado? Por que tem que ser comigo? — Ele se agarrou ao maior como se a proximidade pudesse afastar a ameaça.

Minho tentou confortá-lo, ciente de que suas palavras poderiam não fazer muito efeito.

— Existem pessoas ruins por aí, Jisung. Não é sua culpa. — Ele suspirou baixo, falando com um tom calmo, na esperança de aliviar um pouco da aflição que o outro estava sentido.

Depois de alguns minutos, Han finalmente se afastou, enxugando as lágrimas e tentando recuperar a compostura. Olhou para a camiseta amassada e um pouco úmida do policial, com um olhar misturado de arrependimento e chateação. Passou a mão sobre o tecido dele como se tentasse alisar as rugas como um pedido de desculpas e, ao olhar para a caixa, seus olhos se encheram novamente de lágrimas.

— Eu perdi essa camiseta há mais de dois anos, hyung… — fungou, limpando os olhos de novo. — Isso significa que ele está perto há mais tempo do que eu imaginava. Eu…. Eu sou tão burro… Como eu nunca percebi? Como alguém me gravava e eu nunca notei? Eu realmente mereço isso por ser tão cego?

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⏰ Última atualização: Sep 10, 2024 ⏰

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The Stalker - 𝐂𝐀𝐒𝐄 𝟏𝟒𝟑 「Minsung」Onde histórias criam vida. Descubra agora