✽ CAPÍTULO 006 | Os maníacos de volta •

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Harry

Espero que ela tenha gostado do que viu ontem, aliás eu nunca poderia decepcioná-la nesse quesito, e sobre a outra irmã não posso dizer que não gostou, porque fui praticamente estuprado naquela estufa. E qualquer pessoa que me conheça muito bem, perguntaria o porquê não cedi a garota que é muito bonita por sinal, a resposta é que…eu não sei, simplesmente não consegui ficar com ela.

⸺ Cala a boca ou te bato e você capota esse carro e nós dois nos encontramos no inferno. ⸺ Respondeu, com aquela feição brava.

⸺ Calminha, estava apenas brincando, você leva tudo muito à sério. ⸺ Desconverso, deixando uma mão no volante.

Hoje ela estava com um short jeans e uma camiseta de melancia, e de calçado um all star preto, e admito que os seus cabelos ondulados e dourados eram lindos. Na verdade tudo nela remetia à uma beleza surreal, cada pêlo fino de suas pernas sendo reluzido pela luz do sol que batia no seu lado do banco, ou o jeito como o seu olhar passeava em curiosidade sob à floresta ao nosso redor e até mesmo à sua mania de descascar o couro da sua bolsinha. Ela tinha paz dentro de si, uma calmaria, que não conseguia expressar direito estando ao meu lado e me sentia estranho por deixá-la desta forma.

⸺ Está bonita hoje. ⸺ Comentei, tentando quebrar o gelo.

⸺ E ontem eu estava feia? ⸺ Senti a patada da mula em cheio.

⸺ Sim, estava parecendo um espantalho. ⸺ Respondi, e pude ver de soslaio ela ficando boquiaberta.

⸺ Eu deveria ter deixado você ser comido por aquela onça. 

⸺ Até parece, não iria conseguir conviver com essa culpa. ⸺ Disse, e lembrei daquele cenário caótico de ontem à noite. ⸺ Gostou do que viu, ontem?

⸺ Sim…

Fiquei surpreso e olhei para ela que batia o pé no carpete aparentemente despreocupada e abri um largo sorriso convencido.

⸺ Aquela onça-pintada era muito linda, sabia que elas estão quase em extinção por conta da caça ilegal, dos desmatamentos e das queimadas? Deveríamos preservar o meio ambiente onde elas moram, o governo é uma porcaria, mas torço para que às coisas mudem.

⸺ Que? ⸺ Desfiz o sorriso sem entender e vi pelo retrovisor os seus lábios rosados se curvando em um sorriso.

Essa danada.

Continuei dirigindo até chegar em frente ao colégio. ⸺ Até mais caipira. 

⸺ Obrigada pela carona, vampirão. ⸺ Diz, batendo a porta do carro. 

Talvez ela não fosse tão psicopata, só precisava ter jeito para lidar. Paciência? Não tenho, mas teria que ser obrigado à ter nesses longos quatro meses.

Catarina

Fresco, tomara que se engasgue com um amendoim e morra de uma vez por todas, agora iria ficar me provocando por conta daquele incidente, maldita hora que eu fui ajudá-lo, ainda sinto um frio no ventre ao lembrar daquele momento.

⸺ Olá, Catarina. ⸺ Diz, a moça da secretária me fazendo voltar a atenção e começei a arrumar os documentos necessários para matrícula da Anabel nessa nova escola, depois que ela foi expulsa da antiga por ter agredido um menino que tocou nela.

"Eu ensinei ela direitinho, que orgulho da minha mini feminista."

Depois dali fui andando em direção à venda da dona Malu e de repente a caminhonete de Afonso rompeu em minha frente.

⸺ E aí gatinha, quer uma carona? ⸺ Falou, me fazendo ficar paralisada.

Às lembranças daquela noite terrível vieram como uma bomba em minha mente e o meu estômago começou à embrulhar, então me virei correndo para o lado oposto.

𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐕𝐀 𝐏𝐎𝐁𝐑𝐄 | H.S | ALINE RIBEIRO [HIATUS] Onde histórias criam vida. Descubra agora