A princesa e a vagabunda • Jenlisa

A princesa e a chef

Eis aqui o último capítulo, boa leitura ;)

Não havia nada que pudesse segurá-la, logo ela estava diante da mulher que, completamente alheia ao motivo da sua presença, a sorriu.

— Amor! Eu não esperava sua presença aqui. — Seu sorriso frouxo ao dizê-lo denotava felicidade, sentimento que não se refletia no rosto da outra e aquilo a deixou confusa e hesitante. — Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu. — Lisa disse-a, por detrás da mesa a outra a fitou com dúvida. — O que significa você ter comprado o restaurante? Você articulou isso para que eu não fosse demitida, não é?

Jennie suspirou vagarosamente como quem precisa aproveitar a sensação daquele ato para conseguir lidar melhor com a situação repentina.

— Lisa, eu disse para você uma vez que estava seriamente considerando investir em algo além desse ramo aqui.

— É. Você só esqueceu de dizer que daria uma de superprotetora e compraria o lugar onde eu trabalho para que eu não fosse demitida, Jennie, eu sei viver, eu sei me defender!

Jennie olhou para o lado, através da grande vidraça, ao longe as nuvens praticamente não se moviam.

— Você tem ideia do que está falando? Eu apenas juntei o útil ao agradável, não fiz isso somente por você. — Olhou-a novamente. — Sabe quantas pessoas gostariam de ter essa oportunidade? De não serem demitidas por hipocrisia?

— Bem, você vai falir, os clientes diminuíram graças a mim e eu me demito.

Ela disse rapidamente e estava prestes a se virar quando Jennie levantou-se e tocou seu braço segurando-a.

— Espera aí. Isso é um absurdo! Por que está fazendo isso?

Jennie a olhava nos olhos como se os estivesse revirando, como se realmente quisesse encontrar sua resposta neles.

— Por que eu estou fazendo isso? Jennie você é uma controladora! Eu não preciso da sua ajuda para tudo!

— Eu nunca disse que você precisa da minha ajuda para tudo. — Defendeu-se.

— E precisa?

— Onde você arranjaria emprego Lalisa? O mundo está desmoronando nas nossas costas, mas as minhas são quentes e eu posso protegê-la então por que diabos você só não aceita a porra da minha proteção? Eu faço isso porque posso, você não faria nada disso por mim se não pudesse? Por que os seus princípios são tão injustos comigo?

— Você deveria ter me contado.

— Se eu tivesse contado você aceitaria? O que você escolheria? Seu emprego ou seu orgulho? Você nunca entendeu o real sentido de estar comigo, que quando se está comigo eu faço tudo por você.

Ela a respondeu largando seu braço.

— É. Talvez eu não entenda mesmo, você arruinou sua vida por uma prostituta e parece que está disposta a continuar.

Jennie sorriu enquanto negava com a cabeça, um sorriso pequeno.

— Eu não vou fazer isso, eu não vou entrar no seu jogo de autodepreciação, se você acha que não me merece porque foi uma prostituta então você que tem que trabalhar complexo de inferioridade, não eu. Eu estou o tempo todo tentando demonstrar como é ser uma parceira de verdade em todas as horas e tudo o que você faz é tentar me afastar empurrando o seu orgulho para mim.

— Eu me demito. — Lisa disse após alguns segundos de incômodo silêncio.

— Eu não vou vender o restaurante só porque você se demitiu, se você quer saber, podia acreditar mais no que eu digo e menos no que você acha sobre as coisas que eu faço.