Capitulo III

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Chegamos em frente a um condomínio residencial. Nana para o carro e se identifica ao porteiro. Ela me apresenta como a nova moradora e o porteiro acena e libera a nossa entrada.


Ela dirige até a sua vaga e estaciona. Ela desce e destrava o porta malas e retira a minha mala, que eu pego. Vamos em direção ao elevador abraçadas. Aqui começa a jornada rumo ao meu objetivo: vingança.


Mais a frente ela para em frente a uma BMW X6 vermelha e diz:


- Seu pai lhe mandou esse presente de boas vindas!!! E mandou-lhe esse bilhete. - Diz me entregando o bilhete que estava escrito.


"Cada ponto de vista é um ponto a ser observado. Vá e faça a diferença"


Sorrio. Ele sempre sabe mandar uma mensagem de efeito.


Subimos para o apartamento que é lindo. Tem três quartos, todos suítes e fica na cobertura. No andar de cima tem um belíssimo jardim e uma vista linda de frente pra uma marina. Não é longe do centro, mas, é afastado o suficiente para lhe conferir certa intimidade. Amei. Nana o comprou porque sempre está em Nova York para fotos, desfiles e campanhas e ela odeia ficar em hotéis. Quando disse que ia me mudar pra cá, logo me convenceu a vir morar com ela. Me disse que adoraria a companhia e que assim se sentiria enfim em casa.


Nana não se dá bem com os pais. Sempre estudamos juntas e ela vivia mais em minha casa do que na casa dos pais. Meu quarto sempre foi nosso. Mesmo eu não estando em casa, ela sempre estava la. Chamava meus pais de pais e os ouvia mais do que aos verdadeiros. Seus pais morreram a alguns anos atrás enquanto esquiavam. Ela ficou triste, mas, não muito. Eles nunca foram próximos. Só lhe serviram para lhe deixar dívidas e desgostos. Mas, ela se reergueu e hoje tem uma vida prospera e feliz.


Eu não pensei muito, apenas aceitei. Afinal, ela era minha única amiga e me conhecia como ninguém. Sabia de tudo, e eu precisava de algum porto seguro. Apesar que ela era meu ponto fraco e eu nunca a revelaria.


Levou-me até o quarto e me deixou sozinha. Tomei um banho e coloquei um moletom e uma blusa larga e deitei. Apaguei em seguida...


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Acordei com Nana pulando na minha cama.


- Acorda dorminhoca!!! Vamos nos arrumar... New York nos aguarda...


Me remexo irritada... Não quero acordar. Mas, ela me ataca com cocegas e quase me mata, até que aceito. Me levanto, tomo outro banho, pois, dormi quase seis horas e meus olhos estão absurdamente inchados. Me arrumo colocando um vestido justo vermelho de um ombro só, com um decote que vai até meu umbigo, e que me deixa sexy, amarro meu cabelo em um coque frouxo desfiado e me maquio realçando meus olhos verdes, e meu sapato altíssimo preto.


Saio e vejo os olhos arregalados de minha melhor amiga. Nunca... isso mesmo, nunca, eu me vesti assim. Mas, aqui tenho que ser uma nova mulher se quiser alcançar meus objetivos... Devo ser mais ousada. E se tem algo que preciso e deixar de ser uma menina sem graça e ser mais uma mulher fatal. E hoje vou testar essa nova possibilidade.


- Caralho Mel. Você acabou comigo. Você está fabulosa e eu só um cookie. Por que não me disse que ia assim?


- Assim como, Nana?


- Vestida para matar... já vi que quer tirar o atraso.


Ri alto. Saímos do apartamento e combinamos ir de táxi, afinal, queremos beber. Bom, ela irá beber. Eu irei tentar...


Chegamos a uma boate chamada Vulcan. Pelo jeito é badalada pelo tamanho da fila ao lado de fora. Nana apenas passa pelos seguranças e beija o promoter que a encaminha pra área VIP. Estamos de mãos dadas e logo chegamos a uma mesa que da uma visão esplendida da pista de dança que está bombando.


A decoração é magnifica. Toda em vermelho e dourado. A fumaça da um tom etéreo. Começamos a beber e conversar... Logo, chegou umas amigas de Nana e engatamos uma conversa gostosa e logo já me sentia um pouco alta.


A luz estroboscópica me deixava meio enjoada mais assim podia ver os corpos se mexendo quase que em um ato sexual que me hipnotizava... mulheres com roupas curtas e homens que as olhavam com volúpia... tudo isso tinha um poder sobre mim que eu desconhecia. Comecei a me mexer ao som de Naugthty Girl, de Beyoncé... Logo, chegava a pista. E me deixei levar pela música. Meu corpo ondulava e eu me mexia ao ritmo da música.


Senti uma mão me agarrar pela cintura e nada me preparou para aquilo. Me virei dando de cara com um par de olhos azuis mais lindos que já vi. Moreno e poderoso, me tomou em seus braços e logo dançavamos como se ja nos conhecessemos a anos. Suas mãos passeavam em meu corpo e eu me entregava como nunca havia feito...


Ele me tocava e meu corpo acendia. Sua mãos eram pura eletricidade, onde me tocavam, havia uma descarga de adrenalina que transpassava todo meu corpo... Sua boca tomou a minha com tal intensidade que nada mais existia. Tudo estava em câmera lenta e nossos corpos se entrelaçavam como se fossem um...


Sua boca era minha perdição. Puro prazer. Fogo puro. Nossas línguas duelavam em busca de cada vez mais contato. E a música ativava cada sensor do meu corpo que implorava por mais.


Paramos sem ar, buscando por folego... Olhei dentro de suas piscinas e me vi, como eu realmente sou e tive medo. Sai correndo, tropega... só parei quando cheguei do lado de fora e peguei um táxi...


Só me lembrei que estava sem minha bolsa quando parei em frente ao meu prédio... Tive que ligar pra Nana, e nada. Seu telefone estava desligado. Quem me salvou foi o porteiro, que me ajudou pagando o taxista e me levando ate o apartamento e abrindo com a chave extra. Era comum Nana chegar bêbada e ele a salvar.


Entrei e agradeci. Prometi ressarci-lo assim que pusesse meus olhos em minha bolsa. Ele disse que estava tudo bem e foi embora.


Fechei a porta e fui tomar uma banho gelado. Meu corpo estava formigando e meu sexo pulsava descontroladamente. Desejava mais daquele estranho...


Meu Deus.Hoje fui como a Cinderela. Sai fugida e deixei mais que um sapatinho de cristal... deixei meu coração. E uma hora ou outra, eu teria que ir buscá-lo ou sofrer as consequências.




Perversa - A vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora