Capítulo III

35 4 12
                                    

"Esse vai ser o meu jogo,  e é melhor que você saiba o jogar."

Are you ready?
It's time for me to take it
I'm the boss right now
Not gonna fake it
Not when you go down
'Cause this is my game
And you better come to play

Confident - Demi Lovato

Katherine Cold

Dias Atuais.

Puta merda, eu precisava muito de um cigarro.

Isso era uma das raras coisas de que eu não me orgulhava nem um pouco em mim. E Talvez a única.

Eu precisava do controle em mim vida, eu não conseguia viver sem controlar absolutamente tudo ao meu redor, então depender de algo para acalmar a merda da minha ansiedade, era um porre. Por isso eu evitava bebidas alcoólicas, ou quaisquer outras substâncias entorpecentes. Eu odiava qualquer coisa que pudesse me tirar do meu controle.

Eu tive a ideia idiota de experimentar um cigarro no auge da minha adolescência. Curiosidade normal de jovem, querer bancar de descolado pros amigos e tudo mais. O problema é que eu não era nenhum pouco normal. E a última coisa que eu queria era bancar alguma coisa pra alguém. Mas em um ato de rebeldia, o que não era nenhum um pouco comum para Katherine de dezessete anos, resolvi experimentar e dar o des(gosto) para minha mãe, que sua filha na real não era tão perfeita assim.

Ver seu rosto bonito se contorcer em uma careta de desaprovação toda vez que eu colocava um cigarro em meus lábios, era estimulante. Toma essa, mamãe!

Afinal de contas, não é como se eu fosse realmente conseguir ser boa o suficiente para ela um dia. Não, a mamãe era muito exigente, seus padrões eram inalcançáveis.

No entanto, eu não achei que eu iria virar a porra de uma dependente.

Não que eu fosse uma louca que precisava fumar a cada cinco segundos, era só quando eu estava em meu limite, e nesse momento eu com certeza estava em meu limite. Na verdade a linha de contagem do meu limite já tava gritando socorro, eu acabaria matando alguém.

Principalmente agora, com essas duas olhando para minha cara como se eu fosse cair dura a qualquer segundo.

Como eu odiava isso. Que me olhassem dessa maneira, como se eu estivesse na beira da ruína.

Me tratavam como se eu fosse a droga de um cristal, uma porcelana prestes a quebrar. 

Com certeza esse tal assunto não mencionado, é mais alguma merda que está acontecendo e Jack Smith resolveu me esconder.

Aparentemente eu não sou forte o bastante para lidar com os problemas reais aqui. Ter o meu pai internado na porcaria de uma UTI não era nem de longe a coisa que eu esperaria na minha semana. Isso estava me matando por dentro, e mesmo assim eu estava aqui de pé. Se isso não me fez cair, porque achavam que eu cairia agora?

Por mais que eu estivesse na presidência há dois anos, meu pai sempre estava presente em tudo. Então, eu era mais como sua sombra, aparentemente. Era assim que as pessoas aqui me enxergavam. Uma sombra de Richard Cold.

E mesmo com essa merda de acidente ter acontecido, eles estavam mais preocupados com o fato de eu estar lidando com o rumo das coisas sozinha, do que ele estar em um leito hospitalar em estado gravíssimo — Mas isso era temporário, é claro. Ele voltaria em breve — Bando de machistas de merda!

Mas eu nunca me importei com a opinião dos outros. Eu sabia como meu pai me enxergava, e isso era a única coisa importante para mim. Eles que me engolissem!

BEM ME QUER, MAL ME QUER?Onde histórias criam vida. Descubra agora