Capítulo 09: El mal mayor

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LEO D'ANGELO

- Eu disse ALÔ cacete - Chamo pela milionésima vez

Depois daquele pirralho que dizem ser meu irmão ter falado ele se calou de novo, deixando a linha no mudo até agora. Eu tô no meio da rua a quase quinze minutos chamando esse pirralho, gritando com meu celular, mas ele não responde mais.

Fala sério, depois de anos esse pirralho resolve aparecer do além como se não tivesse me ignorado por todo esse tempo. Moleque rancoroso.

- Era só isso - Finalmente escuto a voz de Atlas falar e em seguida desligar na minha cara.

Encaro o telefone em minhas mãos pensando seriamente em tacar ele na rua e pisar várias vezes em cima, mas logo penso melhor no quanto é caro um celular e que não tenho dinheiro pra isso agora. Coloco o celular no bolso novamente e volto a caminhar pelas ruas vazias agora com meu skate em baixo do meu braço enquanto xingo de todos os nomes possíveis o meu irmão caçula.

Quando chego na porta da garagem onde deixo minhas coisas o celular toca novamente no bolso do meu casaco e eu atendo a ligação sem olhar o número enquanto abro a enorme porta de metal da garagem.

- Alô - Falo e logo em seguida o barulho alto do portão subindo faz com que abafe oque a pessoa no outro lado da linha falou. - Da pra repetir?

- Lo siento - Escuto a voz abafada de Atlas dizer quase em um Sussurro no outro lado da linha

(Lo siento = Sinto muito)

Solto uma risada enquanto jogo meu skate no sofá velho que havia na garagem, ando até o móvel onde guardo as ferramentas pra caso precise consertar a moto, pego a chave que estava guardada no bolso da minha Jaqueta e abro a única gaveta que estava trancada ali.


- ¿cambió? - Repete Atlas num tom fraco oque me fez franzir a testa

- O que tá rolando? - Pergunto de uma vez desconfiando do porque dele ter me ligado a essa altura do campeonato

Pego o envelope vermelho no fundo da gaveta que antes estava trancada e volto a fechar a gaveta deixando o envelope na mesa de ferramentas.

Escuto alguns barulhos de coisas metálicas caindo no chão do outro lado da linha e murmuros abafados, tendo pro lado apoiando meu braço na parede franzindo ainda mais o cenho.

- Onde você tá, D'Angelo? - Pergunto novamente com um tom sério

- E- eu na academia do papai - Respondeu o garoto com a voz fraca

- Porque parece que está fraco? Tá machucado porra!? - Pergunto alterando o tom de voz

- Tem sido difícil sem você e a mãe - Respondeu Atlas em um murmuro melancólico - O pai não anda muito presente desde que você se foi - Continuava Atlas e escuto barulho de mais coisas caindo - Espero por você.

- E o que- - Antes que a pergunta saia dos meus lábios Atlas desliga na minha cara novamente e quando tento ligar pro número de novo percebo que ele me bloqueou - FILHO DA PUTA

Bato na mesa de ferramentas com força fazendo as ferramentas caírem no chão, ando até meu sofá velho e me jogo no mesmo segurando o envelope vermelho enquanto com a outra mão discava o número do Arion e logo o ligando, o mesmo não demora muito pra atender a ligação.

- Leo? Aconteceu algo? - Pergunta o homem antes de eu sequer falar alho

- Cadê o Atlas? - Pergunto batucando os pés no chão sem muita paciência

- No quarto dele provavelmente, por que a pergunta? - Diz Arion confuso com minha ligação as 2 da manhã

- Tem certeza? Ele me ligou agora mesmo e me disse que estava na sua academia, eu ouvi barulho de coisas caindo e a voz dele tava fraca - Falo rápido demais batucando ainda mais os pés no chão de concreto queimado - Ele disse que você não anda muito presente, você já falou com ele hoje?

- Eu- eu estive ocupado com os campeonatos dos novatos da academia, deixei bilhetes pela casa e a Hana ficava de olho nele, eu não o vi hoje mas a Hana disse que ele estava no quarto o dia todo e que saiu pra ir pra escola - Dizia Arion - Não achei que deveria me preocupar que ando muito ocupado com a academia e com o processo da sua guarda, ele disse que sabia se virar.

Hana e a governanta que antes era nossa babá já que as vezes até a mãe tinha coisas pra fazer.

- Sabia se virar, Arion? - Repito incrédula franzindo o cenho em desgosto - Ele só tinha 12 anos quando a mamãe morreu e eu vim pro Japão, EU sei me virar, o Atlas precisava de você já que nem eu nem a mãe estava lá.

Escuto Arion murmurar um desculpa e o barulho de cadeira se afastando como se ele estivesse se levantando de algum lugar.

-Vou ir lá em cima ver ele - Diz o homem com cansaço antes de desligar a ligação

Solto um suspiro cansado e tombo a cabeça pra trás esticando o envelope vermelho pra cima e o olhando, encaro o desenho de uma aranha vermelha escura com as bordas brancas para destacar no envelope vermelho.

- Que Problemático - Murmuro olhando o nome embaixo da aranha, nome esse que havia escrito a anos.

"El mal mayor" Em espanhol, a tradução é "O mal maior", espanhol e minha segunda língua e a segunda que eu falo mais fluentemente assim como todos os D'Angelo's.

Observo a escritura em tinta branca logo a baixo da aranha, escrito com tanta força que por pouco não atravessou o papel com tamanha brutalidade imposta. O símbolo da aranha é a escritura eram um só, um ligava ao outro, e eu sabia que oque havia dentro desse envelope realmente era "O mal maior".

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NOTAS DO CAPÍTULO

Capítulo menor porque o próximo vai ter que começar a partir daqui desse final, se não seria grande demais esse capítulo.

Me desculpem o sumisso e por só postar esse é capítulo por agora, mas prometo que irei voltar o mais rápido possível e o próximo capítulo sera maior!

Obrigado pela paciência, amo vocês, bejos bejos <3

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⏰ Última atualização: Oct 26 ⏰

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𝐈 𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐖𝐀𝐍𝐓 𝐓𝐎 𝐁𝐄 𝐒𝐀𝐕𝐄𝐃 - 𝖬𝗂𝗍𝗌𝗎𝗒𝖺 𝖳𝖺𝗄𝖺𝗌𝗁𝗂Onde histórias criam vida. Descubra agora