Daemon
Nova York.
Após algum tempo esperando, finalmente vejo meu trem chegando na estação. Suspiro aliviado e enfio minhas mãos enluvadas dentro dos bolsos do meu sobretudo preto - o frio em Manhattan vinha sendo rigoroso nos últimos dias - entrando no vagão assim que as portas se abrem. Era fim de tarde, muitas pessoas estavam voltando dos seus respectivos trabalhos, assim como eu. Passo os olhos em volta para encontrar algum assento livre, identificando prontamente um espaço entre uma senhora de capuz com uma enorme sacola sobre o colo e um senhor distraído enquanto lia a edição diária do The New York Times.
Após me sentar, encosto a cabeça no vidro atrás de mim, fechando meus olhos enquanto sinto meu corpo relaxar após um dia cansativo no escritório. Volto a abri-los quando escuto o barulho característico do movimento do trem sobre os trilhos. A minha direita percebo um velho sentado solitariamente em um banco. Havia espaço para mais duas pessoas se sentarem, muitos estavam de pé a sua volta, mas ninguém parecia perceber ou se interessar por sentar ao lado daquele homem. Talvez fosse pelo fato dele aparentar ser um morador de rua. Suas roupas estavam um trapo e provavelmente não o protegiam nem um pouco do frio excruciante que fazia, além de seu cabelo estar visivelmente seco e sua pele completamente suja. Todos ali preferiam passar toda a viagem de pé do que se arriscar a sujar seus ternos, casacos ou sobretudos perto daquele pobre infeliz.
Volto a olhar para frente e vejo uma mulher distraída, balançado suavemente a cabeça ao ritmo da música que escutava em seu fone de ouvido. Uma touca de lã roxa cobria seus longos fios de cabelo ruivos, sua bochecha e nariz estavam corados pelo frio e um pouco de vapor saia de sua boca a cada vez que respirava. Quando seus olhos verdes encontraram os meus, ela sorriu sem graça. Eu a encarava de forma descabida, admirando sua beleza nos mínimos detalhes. Ela desviava o olhar sem jeito, apenas para voltar a me encarar segundos depois. Meu sorriso insinuante aumentava a cada vez que percebia seu corpo se remexendo em inquietude. Primeiro levou uma mecha de cabelo para trás da orelha, depois mordeu os lábios e engoliu em seco ao perceber meu olhar se abaixando até suas pernas cobertas apenas por uma meia calça sob a saia. Suas coxas roçaram e lentamente uma perna cruzou a outra. A malícia em seus movimentos era evidente, e já sentia minha ereção se formando com os pensamentos impuros que surgiam em minha mente. Me perguntava se as pessoas em volta conseguiam perceber nosso flerte explícito.
Não... Elas estavam absortas em seus próprios problemas cotidianos, incapazes - ou desinteressadas - em notar tudo o que acontecia em sua volta.
A ruiva manteve seus gestos provocativos, até que percebi seus olhos perdidos olhando para um ponto qualquer. Ela ajeitou sua postura e engoliu em seco, levantando do banco com uma expressão seria e claramente envergonhada. Quando sua mão esquerda segurou a barra de metal, para poder se estabilizar enquanto o trem parava na próxima estação, identifiquei o motivo do seu repentino arrependimento. Tinha uma aliança em seu dedo anelar. O objeto não costumava ser um empecilho para minhas investidas, mas dessa vez foi. Deixei que ela saísse do vagão sem segui-la, sem pedir seu contato ou qualquer coisa do tipo.
Estava claro que ela não estava disponível, apesar de aparentar desejar por isso. Não importava, existiam muitas outras por aí, muitos outros jeitos para aliviar minhas necessidades.
Desci na minha estação e durante meu curto percurso até o prédio em que morava, entrei em contato por mensagem com uma acompanhante que conhecia já a alguns anos. Ela era bem parecida com aquela mulher do trem, seria capaz de satisfazer meu desejo momentâneo.
Cheguei em casa e a primeira coisa que decidi fazer foi tomar um banho. A água quente caia sobre meu corpo, relaxando meus músculos tencionados e levando consigo os vestígios de um dia estressante. Encosto minha testa no azulejo assim que a imagem da mulher se insinuando no trem invade minha mente. Levo minha mão direita até a extensão de meu pênis já ereto, fazendo movimentos vagarosos no membro.
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Infamous
FanficDaemon é um homem apático de 35 anos, bem-sucedido e solitário, que não pensa em manter um relacionamento estável com ninguém. Sua vida se resume à busca pelo prazer sexual através de diferentes formas. Porém, sua rotina muda com a chegada de sua so...