DOIS COVARDES

21| perigo

Pov Ricelly:

Tinha perdido completamente a noção de quanto tempo eu estava admirando a loira que estava em minha frente, dormindo, como se isso fosse a melhor coisa do mundo e talvez, não tinha muitas dúvidas de que para ela seja. --  sabia apenas que com certeza pra mim era.– Admirar Marília era um dos meus hobbies preferidos e sempre que estávamos juntos eu não sabia fazer nada além disso e era assim desde o primeiro momento que a conheci. Com isso, tinha contado apenas os primeiros 20 minutos desde que acordei e fiquei sentado na poltrona em frente a cama vendo-a  descansar. -- sua respiração tranquila e sua expressão relaxada dava pra ter a ideia perfeita de que ela não dormia tão bem assim por dias, no mínimo. O que me deixava ainda mais intrigado em olhá-la.-- isso e o fato de que ela era linda fazendo absolutamente qualquer coisa.

Acabo deixando um pequeno sorriso escapar dos meus lábios ao imaginar que ter ela simplesmente dormindo na minha casa e como algo "a mais" do que só a minha melhor amiga, é bem melhor do que um dia eu imaginei e eu realmente não conseguia me imaginar perdendo a melhor pessoa que eu poderia conhecer e ter na minha vida.

Como combinado, não falamos nada do que está realmente acontecendo entre nós dois para nossos pais, pelo menos não por enquanto, e a única pessoa que sabe é meu irmão e por agora, tá ótimo assim.– entretanto, a olhando deitada em minha cama, é claro que as minhas intenções com a Mendonça eram e são as mais sinceras e sérias possíveis, mesmo sabendo que ela não quer apressar as coisas como ela mesma diz, eu não via a hora de poder assumir de uma vez por todas o nosso…relacionamento.– se é que eu posso chamar assim.

Deus, é tão fácil imaginar um futuro com ela.

Deixo um pequeno sorriso escapar e acabo suspirando fundo e como se estivéssemos em sincronia, ela também acaba por suspirar de forma profunda, me fazendo rir mais ainda.

Levanto por fim e me aproximo um pouco da cama, deixando um beijo leve em sua testa.

Precisava preparar algo para comermos urgentemente pois se tinha uma coisa que eu tinha mais uma certeza, é que quando a loira acordar, provavelmente estará faminta. -- e nem era por nada, e só pelo apetite enorme que temos no momento que acordamos…

Nem eu mesmo sei como estou aguentando tanto tempo sem comer.

Desço as escadas em passos rápidos e encontro com o meu irmão na sala mexendo no celular, provavelmente falando com a cunhada. Acabo rindo um pouco e me aproximo ainda mais dele

– ei Nim…bom dia!.– digo sorrindo em sua direção e o comprimentando com um toque de mãos

– bom dia Manin…iae, dormiu bem?.– pergunta e eu dou um sorriso assentindo

– perfeitamente bem.– respondo e ele me olha, sorrindo de canto ao erguer uma sobrancelha.– não é nada disso que cê tá pensando não, doido.– falo, ficando levemente envergonhado e ele apenas rir

– sei. A mana tá dormindo ainda?.– pergunta ainda divertido e eu apenas concordo

– como um anjo.– digo por fim e dou mais um pequeno sorriso ao lembrar da cena que estava vendo a segundos atrás 

– cê é muito rendido…

– não enche.– falo e dou mais um sorriso sem graça ao me afastar, indo até a cozinha escutando meu irmão apenas rir

No momento que chego encontro com os meus pais tomando café, o que me faz sorrir pequeno e comprimentar ambos com um beijo. A primeira coisa que dona Maria faz é me perguntar pela Lila, assim como o meu pai.– e era sempre admirável o carinho com que eles a tratavam e eu era completamente grato por isso. – não demoro pra fazer algo básico porém nutritivo para nós dois, na verdade, minha mãe fez a metade das coisas e eu apenas a auxiliei…